Século XX, Soluthurn 1990Falaremos de uma peça chave nesta história. Lucciano de Berna;um historiador de 45 anos nascido peregrino por natureza; vem recolhendo ao longo dos anos, diversos fatos dos lugares mais pitorescos que visitara. Sua mãe Mirna, neta do Johan de Berna; deu a luz a Lucciano que tem origem Italiana com descendência alemã. Sua mãe foi casada com um requisitado barítono que viajou o mundo encantando aristocratas e plebeus com sua voz. Mirna, abdicou de tudo para acompanhá-lo e Lucciano estava junto.Talvez por isso Lucciano ame desbravar o mundo. Eles sempre souberam da história de Johan, de como havia sido adotado pelos Ruchesl, mas que havia viajado a trabalho sem nunca mais retornar; deixando para trás uma herança que foi sendo degradada após a morte de seu irmão Giocondo.Provas sobre a autenticidade da adoção não faltam, inclusive nos acervos do museu e no livro do notário mais antigo do Cantão. Lucciano é um homem culto, perspicaz e silencioso. Possuidor de u
Século XX,ano 1990 Soluthurn Chloé chega ao Centro de pesquisas -Bom dia Sra. Emma, podemos conversar alguns minutos?-Sim Chloé, sente-se. Vejo pela sua expressão que algo a preocupa.- Emma conversa em uma sala reservada.-Bem. Estou um tanto constrangida em ter essa conversa. Mas... eu,e o Richard tivemos um encontro. Não sei se me entende?!-Chloé,veja bem. Não tenho direito de me o pôr em sua vida privada. Meu sobrinho não é o tipo ideal que eu aconselharia para quem deseja algo sério. Mas não vejo porquê vir até aqui me pedir consentimento.-Emma na verdade, não imagina a gravidade dos fatos.-Na verdade...acho que excedemos um pouco nessa relação. Richard teve uma reação estranha na tarde em que estivemos juntos, intimamente.-Chloé cora. -Andou bebendo minha querida?-Sim senhora.- Chloé, meu sobrinho é um homem cético. Para ele morte,vida não passam de biologia e ponto. Ele não se importa se digo que entidades nefastas o circulam dia e noite como hóspedes no seu campo vibrat
Século XX, Solothurn ano 1990Chloé sentia-se bem na presença de Amelie. Sua segurança diante da espiritualidade inibia os espíritos trevosos de se aproximarem. Elas riam muito quando contavam suas histórias da adolescência. Saíam toda manhã para caminhar ouvindo músicas que atraíam bons fluídos. Amelie aprendera no Centro que tudo o que absorvemos e repetimos diariamente são arquivadas no inconsciente; sendo assim, a música que contivesse letras volúveis, com temas destrutivos de sofrimentos, facilmente atrairia para o campo áurico uma teia de péssimas consequências.Chloé, havia sido alertada através da palestra sobre os prazeres que acalentam o corpo e queimam à alma. Tudo era providencial pelos seres de luz, as palavras tocavam em seu íntimo como flechas agudas. Ela sentia falta da época em que vivia em Paris curtindo os seus namorados avulsos. Também recordava da sua sala de trabalho com uma vista para a imponente torre Eifel. Não sabendo ela, que suas atitudes passadas foram pon
Século XIX, Soluthurn Estamos no final de mais um ano. Aconteceram fatos dolorosos. Os pais de Isabelle que tinham viajado para pedir ajuda a seus parentes, morreram em um grave acidente; Isabelle está de luto. Além de enfrentar problemas no relacionamento, fica órfã de um momento para o outro. O pai de Giocondo é hospitalizado pouco antes da morte da família Du Boise. Ele não reagia mais; a partir daí, apenas uma questão de tempo até que outro luto ocorra no Cantão de Soluthurn. Giocondo conversa com Isabelle... -Meu sol. Sei o quanto dói tudo pelo que está passando. Perder os pais é a pior coisa da vida; eu sei disso. Mas você é jovem ainda pra entender que a vida é cheia de altos e baixos. Isabelle, creia que não está sozinha. Seus pais a amavam muito, tenha isso em seu coração. Quero que saiba que terá todo o meu apoio. Sei que este não é o momento mais apropriado; mas é preciso antecipar a data do nosso casamento. Você não pode ficar sozinha em sua casa; deverá voltar a Itál
Século XIX, SolothurA situação de Isabelle estava se tornando muito delicada. Após escrever para sua prima Charlotte, informando que não viajaria; ela lavou suas mãos sobre o assunto. Tanto Candice quanto Charlotte, foram proibidas de visitar Isabelle; pois seus pais não queriam falatórios. Isabelle começou a vender joias e a demitir serviçais. Infelizmente, o dinheiro mal dava para pagar os fornecedores em atraso. Seus pais, antes de partirem, deixaram um caderno contendo a lista com os nomes desses credores para quitar suas dívidas. Como se não bastasse, seu sogro Derek faleceu há alguns dias. Esteve hospitalizado mas não resistiu a tristeza profunda. Giocondo não entendera por que seu pai se entregou desse modo à tristeza. Tudo levava a crer, que o tempo mudaria tudo. Mas o velho pai amava muito sua esposa Aleida.Um pouco antes de morrer, Sr. Derek havia confessado um segredo a seu filho: ele havia descoberto uma carta que continha algo muito sério. Sua culpa era grande porque
Século XIX , Soluthur Isabelle ... Depois que decidi suspender a medicação de Giocondo ele melhorou de suas crises nervosas. Fazia caminhadas ao jardim e se alimentava bem. Estava pronto para voltar à rotina da fábrica. Eu me sentia bem morando com ele mesmo contrariando a todos; inclusive alguns poucos funcionários que certamente imaginavam que tínhamos laços de intimidade. Eu sofria quando precisava ir às compras pela cidade. As amigas que antes frequentavam os mesmos lugares que eu, fingiam não me ver. Era uma sensação muito ruim. Quem falaria ou andaria com uma jovem que vivia sob o teto de seu noivo? Meu sonho era casar-me o mais rápido possível. Com o tempo, eu calaria a boca dessas pessoas. Tudo seria esquecido rapidamente. Jardim da Mansão -Que bom ter você aqui meu raio de sol; pode parecer egoísmo da minha parte, mas trouxe-me de volta a vida que eu estava perdendo. Seu cuidado, sua atenção; tudo isso me faz sentir bem. Quero ser capaz de ser mais forte para cuidar de no
Século XX, 1990SoluthurDurante os três primeiros dias que Amelie dormiu na mansão, coisas incomuns aconteceram. O fantasma de Giocondo se fazia presente no quarto constantemente. Chloé começava a sentir um aperto no peito; algo forte que não conseguia explicar. Se isso persistisse procuraria um médico. As coisas estavam ficando fora de controle tendo ambas iguais desconfortos.Elas continuaram a ler o livro “Experience, Near Death” (Experiência de quase morte), pois queriam aprender sobre tudo relacionado à vida após a morte. Mas, ao mesmo tempo, parecia que a Mansão estava cheia de seres nos quais não podia-se ver. Era uma sensação de estarem sendo observadas. Cheiros estranhos invadiam o ar; no andar superior ouvia -se barulhos de móveis sendo arrastados. Chloé e Amelie apostavam na hipótese do assoalho de madeira está dilatando, algo natural pelos anos da casa. Mas, um vento gelado permanecia em todas as horas do dia, especialmente na cozinha. Chloé, apesar de não saber do ocorr
Século XX ano de 1990Soluthurn, Os Meyes haviam partido após o jantar elucidativo. Chloé temia que houvesse manifestações de espíritos trevosos. Após a revelação de Amelie, ela ficou muito assustada. Tiveram a idéia de dividir a mesma cama, assim o medo diminuiria; contudo, não seria sensato, caso Giocondo decidisse aparecer. Cada uma criou coragem e foram dormir. Nessa noite não houve manifestações.No dia seguinte, elas saíram para passear. Pegaram um táxi até o shopping indo às compras. Aproveitaram bastante o dia conversando e observando as pessoas. Em um dado momento,Chloé notou um homem sentado numa mesa bem à sua frente, olhando para seu notebook. Era um tipo bastante interessante. Estava tomando um suco verde enquanto dava mordidas no seu sanduíche natural; isso chamou sua atenção. De vez em quando, ele levantava uma sobrancelha, como se algo na tela fosse importante; passava os dedos por entre os cabelo que caíam sobre os olhos. Chloé nunca tinha visto alguém tão naturalmen