Século XX, Solothurn ano 1990Chloé sentia-se bem na presença de Amelie. Sua segurança diante da espiritualidade inibia os espíritos trevosos de se aproximarem. Elas riam muito quando contavam suas histórias da adolescência. Saíam toda manhã para caminhar ouvindo músicas que atraíam bons fluídos. Amelie aprendera no Centro que tudo o que absorvemos e repetimos diariamente são arquivadas no inconsciente; sendo assim, a música que contivesse letras volúveis, com temas destrutivos de sofrimentos, facilmente atrairia para o campo áurico uma teia de péssimas consequências.Chloé, havia sido alertada através da palestra sobre os prazeres que acalentam o corpo e queimam à alma. Tudo era providencial pelos seres de luz, as palavras tocavam em seu íntimo como flechas agudas. Ela sentia falta da época em que vivia em Paris curtindo os seus namorados avulsos. Também recordava da sua sala de trabalho com uma vista para a imponente torre Eifel. Não sabendo ela, que suas atitudes passadas foram pon
Século XIX, Soluthurn Estamos no final de mais um ano. Aconteceram fatos dolorosos. Os pais de Isabelle que tinham viajado para pedir ajuda a seus parentes, morreram em um grave acidente; Isabelle está de luto. Além de enfrentar problemas no relacionamento, fica órfã de um momento para o outro. O pai de Giocondo é hospitalizado pouco antes da morte da família Du Boise. Ele não reagia mais; a partir daí, apenas uma questão de tempo até que outro luto ocorra no Cantão de Soluthurn. Giocondo conversa com Isabelle... -Meu sol. Sei o quanto dói tudo pelo que está passando. Perder os pais é a pior coisa da vida; eu sei disso. Mas você é jovem ainda pra entender que a vida é cheia de altos e baixos. Isabelle, creia que não está sozinha. Seus pais a amavam muito, tenha isso em seu coração. Quero que saiba que terá todo o meu apoio. Sei que este não é o momento mais apropriado; mas é preciso antecipar a data do nosso casamento. Você não pode ficar sozinha em sua casa; deverá voltar a Itál
Século XIX, SolothurA situação de Isabelle estava se tornando muito delicada. Após escrever para sua prima Charlotte, informando que não viajaria; ela lavou suas mãos sobre o assunto. Tanto Candice quanto Charlotte, foram proibidas de visitar Isabelle; pois seus pais não queriam falatórios. Isabelle começou a vender joias e a demitir serviçais. Infelizmente, o dinheiro mal dava para pagar os fornecedores em atraso. Seus pais, antes de partirem, deixaram um caderno contendo a lista com os nomes desses credores para quitar suas dívidas. Como se não bastasse, seu sogro Derek faleceu há alguns dias. Esteve hospitalizado mas não resistiu a tristeza profunda. Giocondo não entendera por que seu pai se entregou desse modo à tristeza. Tudo levava a crer, que o tempo mudaria tudo. Mas o velho pai amava muito sua esposa Aleida.Um pouco antes de morrer, Sr. Derek havia confessado um segredo a seu filho: ele havia descoberto uma carta que continha algo muito sério. Sua culpa era grande porque
Século XIX , Soluthur Isabelle ... Depois que decidi suspender a medicação de Giocondo ele melhorou de suas crises nervosas. Fazia caminhadas ao jardim e se alimentava bem. Estava pronto para voltar à rotina da fábrica. Eu me sentia bem morando com ele mesmo contrariando a todos; inclusive alguns poucos funcionários que certamente imaginavam que tínhamos laços de intimidade. Eu sofria quando precisava ir às compras pela cidade. As amigas que antes frequentavam os mesmos lugares que eu, fingiam não me ver. Era uma sensação muito ruim. Quem falaria ou andaria com uma jovem que vivia sob o teto de seu noivo? Meu sonho era casar-me o mais rápido possível. Com o tempo, eu calaria a boca dessas pessoas. Tudo seria esquecido rapidamente. Jardim da Mansão -Que bom ter você aqui meu raio de sol; pode parecer egoísmo da minha parte, mas trouxe-me de volta a vida que eu estava perdendo. Seu cuidado, sua atenção; tudo isso me faz sentir bem. Quero ser capaz de ser mais forte para cuidar de no
Século XX, 1990SoluthurDurante os três primeiros dias que Amelie dormiu na mansão, coisas incomuns aconteceram. O fantasma de Giocondo se fazia presente no quarto constantemente. Chloé começava a sentir um aperto no peito; algo forte que não conseguia explicar. Se isso persistisse procuraria um médico. As coisas estavam ficando fora de controle tendo ambas iguais desconfortos.Elas continuaram a ler o livro “Experience, Near Death” (Experiência de quase morte), pois queriam aprender sobre tudo relacionado à vida após a morte. Mas, ao mesmo tempo, parecia que a Mansão estava cheia de seres nos quais não podia-se ver. Era uma sensação de estarem sendo observadas. Cheiros estranhos invadiam o ar; no andar superior ouvia -se barulhos de móveis sendo arrastados. Chloé e Amelie apostavam na hipótese do assoalho de madeira está dilatando, algo natural pelos anos da casa. Mas, um vento gelado permanecia em todas as horas do dia, especialmente na cozinha. Chloé, apesar de não saber do ocorr
Século XX ano de 1990Soluthurn, Os Meyes haviam partido após o jantar elucidativo. Chloé temia que houvesse manifestações de espíritos trevosos. Após a revelação de Amelie, ela ficou muito assustada. Tiveram a idéia de dividir a mesma cama, assim o medo diminuiria; contudo, não seria sensato, caso Giocondo decidisse aparecer. Cada uma criou coragem e foram dormir. Nessa noite não houve manifestações.No dia seguinte, elas saíram para passear. Pegaram um táxi até o shopping indo às compras. Aproveitaram bastante o dia conversando e observando as pessoas. Em um dado momento,Chloé notou um homem sentado numa mesa bem à sua frente, olhando para seu notebook. Era um tipo bastante interessante. Estava tomando um suco verde enquanto dava mordidas no seu sanduíche natural; isso chamou sua atenção. De vez em quando, ele levantava uma sobrancelha, como se algo na tela fosse importante; passava os dedos por entre os cabelo que caíam sobre os olhos. Chloé nunca tinha visto alguém tão naturalmen
Século XX, 1990SolothurnDepois daquela noite horrível de pesadelos Chloé acordou muito mal. Seu corpo estava pesado, a cabeça girava, sentia náuseas. Amelie ajudou a tomar um banho levando-a para cama. Haviam passado o resto da noite na sala de estar. Chloé sentia frio e um aperto no peito. Amelie ligou para Emma contando o que havia acontecido. Ela se recusava chamar um médico particular, pois sabia do que se tratava. Richard ligou várias vezes para seu celular mas não houve resposta. Chloé não queria conversar; o momento era inapropriado mas diante da insistência, ela retornou a ligação.[Oi Richard, aconteceu alguma coisa? [Olá Chloé, desculpe a insistência, mas acho que você deveria saber...ontem a noite, após nosso jantar; um homem me ligou querendo contratar meus serviços. Pelo adiantado da hora, quase lhe dei uma bronca, mas decidi averiguar. Ele me disse que estava visitando a cidade e queria informações sobre a mansão. Afirmava ser descendente dos Ruschels.[Um momento Ri
Século XX, Soluthurn 1990Havia-se passado alguns dias, Amelie voltara para sua casa vindo somente nos dias habituais. Chloé sentia-se mais forte e os pesadelos não voltaram após a intervenção de Emma e Frederick no Centro de pesquisas da mente. A reunião de portas fechadas estava prevista para breve. Richard a convidara para um jantar; seria o encontro com o homem que se dizia parente dos Ruschels. Ela aceitou. Marcaram para as vinte horas no restaurante vegano.Ela pegaria um táxi chegando sozinha ao local.Chloé...Aparentemente, esse homem tem hábitos saudáveis ao menos no corpo, espero que emocionalmente seja equilibrado para não haver discussões com Richard. Eu serei o mais imparcial possível! – Chloé entra no restaurante procurando a mesa. -Mas... onde ele está?- Richard a surpreende por detrás.-Boa noite, senhorita!-Richard, que susto!- Chloe, você está linda! Deste jeito vou me apaixonar.-Obrigada pela cantada barata. Mas... Seu convidado não deveria estar aqui?- Pergunta