Siglo XIX, SoluthurnHavia-se passado alguns meses desde que Isabelle chegou a Veneza. Seu coração dizia que era hora de voltar. Escrevera a sua mãe informando o desejo de retornar, eles não se opuseram; diante de tudo o que estava acontecendo, não faria mais diferença. Isabelle também escrevera a Giocondo que viria em breve, ao menos por parte dele sua volta seria mais bem calorosa.A Chegada em Soluthur -Filha, estou feliz de estar aqui. Mas me pareceu imprudente que dejara a casa de seus tios tão cedo. Havíamos acordado mais alguns meses; assim a cidade esqueceria o falatório malicioso.-Mamãe, estou consciente das más línguas e de nossa situação financeira. O mais imprudente na minha opinião, seria permanecer por lá com Sra. Wanda alimentando gastos desnecessários. Itália é magnífica, porém custosa de se manter. Além do mais, Giocondo está numa situação similar a nossa. Seu pai está pior, logo o ingressará num hospital para voltar a fábrica antes que seu sócio o tire definitivame
Século XX, Ano de 1990SoluthurDuas semanas se passaram desde o último encontro com final desastroso, entre Chloé e o advogado, Richard. Certamente ele não estava nada cômodo em explicar sua saída repentina, na qual, quase rompia o pescoço ao escorregar da escada. Richard havia-se deparado com o espectro do Giocondo no quarto. Não podia dizer a verdade para Chloé; tinha vergonha em confessar que seus dons eram como dos tios-avós. Desde muito pequeno, sofria com vultos e arranhões pelo corpo feito por entidades maléficas. Richard não fora um garoto muito legal, gostava de trapacear em tudo, nisso atraia para seu campo formas indesejadas. Seus pais se foram cedo, ele fora criado com Emma e Frederik como um filho. Ele nunca revelou aos tios que era atormentado; mas o casal percebia vultos ao redor dele como se fora um hospedeiro. Não lhe faltou orações e pedidos aos irmãos de luz que o amparasse nessa trajetória. Richard sempre demostrou seu lado prático e muito sagaz, mas por outro lad
Século XX ano de 1990Richard saiu muito aborrecido por ter sido maltratado pela Chloé. Tão pouco ela parecia se importar.Ao entrar na Mansão jogando as sandálias para os lados, larga sua bolsa e sobe as escadas de joelhos, pois não se equilibrava bem estando de pé.-Ah, melhor assim! Queria mesmo é estar sozinha hoje.-Ela balbucia chegando ao quarto já arrancando suas roupas.Alguns metros próximo a cama estava Giocondo que a seguira. Chloé acende a lâmpada do abajour. Ao seguir para o banheiro, ela para em frente ao grande espelho. Estava somente de roupa íntima. Ficou parada por um tempo se observando; imaginando como seria Isabelle naquelas condições. De repente, sente seus pés esfriarem como se uma de corrente de ar passasse pelo piso. Fechou as janelas e a porta da varanda. Voltou para o espelho com um súbito desejo de olhar- se despida. Retirou seus acessórios: anel, pulseira e brincos. Por fim, ficou totalmente nua. Por um momento Chloé falou em voz alta o quanto arrependeu-
Século XX, Soluthurn 1990Falaremos de uma peça chave nesta história. Lucciano de Berna;um historiador de 45 anos nascido peregrino por natureza; vem recolhendo ao longo dos anos, diversos fatos dos lugares mais pitorescos que visitara. Sua mãe Mirna, neta do Johan de Berna; deu a luz a Lucciano que tem origem Italiana com descendência alemã. Sua mãe foi casada com um requisitado barítono que viajou o mundo encantando aristocratas e plebeus com sua voz. Mirna, abdicou de tudo para acompanhá-lo e Lucciano estava junto.Talvez por isso Lucciano ame desbravar o mundo. Eles sempre souberam da história de Johan, de como havia sido adotado pelos Ruchesl, mas que havia viajado a trabalho sem nunca mais retornar; deixando para trás uma herança que foi sendo degradada após a morte de seu irmão Giocondo.Provas sobre a autenticidade da adoção não faltam, inclusive nos acervos do museu e no livro do notário mais antigo do Cantão. Lucciano é um homem culto, perspicaz e silencioso. Possuidor de u
Século XX,ano 1990 Soluthurn Chloé chega ao Centro de pesquisas -Bom dia Sra. Emma, podemos conversar alguns minutos?-Sim Chloé, sente-se. Vejo pela sua expressão que algo a preocupa.- Emma conversa em uma sala reservada.-Bem. Estou um tanto constrangida em ter essa conversa. Mas... eu,e o Richard tivemos um encontro. Não sei se me entende?!-Chloé,veja bem. Não tenho direito de me o pôr em sua vida privada. Meu sobrinho não é o tipo ideal que eu aconselharia para quem deseja algo sério. Mas não vejo porquê vir até aqui me pedir consentimento.-Emma na verdade, não imagina a gravidade dos fatos.-Na verdade...acho que excedemos um pouco nessa relação. Richard teve uma reação estranha na tarde em que estivemos juntos, intimamente.-Chloé cora. -Andou bebendo minha querida?-Sim senhora.- Chloé, meu sobrinho é um homem cético. Para ele morte,vida não passam de biologia e ponto. Ele não se importa se digo que entidades nefastas o circulam dia e noite como hóspedes no seu campo vibrat
Século XX, Solothurn ano 1990Chloé sentia-se bem na presença de Amelie. Sua segurança diante da espiritualidade inibia os espíritos trevosos de se aproximarem. Elas riam muito quando contavam suas histórias da adolescência. Saíam toda manhã para caminhar ouvindo músicas que atraíam bons fluídos. Amelie aprendera no Centro que tudo o que absorvemos e repetimos diariamente são arquivadas no inconsciente; sendo assim, a música que contivesse letras volúveis, com temas destrutivos de sofrimentos, facilmente atrairia para o campo áurico uma teia de péssimas consequências.Chloé, havia sido alertada através da palestra sobre os prazeres que acalentam o corpo e queimam à alma. Tudo era providencial pelos seres de luz, as palavras tocavam em seu íntimo como flechas agudas. Ela sentia falta da época em que vivia em Paris curtindo os seus namorados avulsos. Também recordava da sua sala de trabalho com uma vista para a imponente torre Eifel. Não sabendo ela, que suas atitudes passadas foram pon
Século XIX, Soluthurn Estamos no final de mais um ano. Aconteceram fatos dolorosos. Os pais de Isabelle que tinham viajado para pedir ajuda a seus parentes, morreram em um grave acidente; Isabelle está de luto. Além de enfrentar problemas no relacionamento, fica órfã de um momento para o outro. O pai de Giocondo é hospitalizado pouco antes da morte da família Du Boise. Ele não reagia mais; a partir daí, apenas uma questão de tempo até que outro luto ocorra no Cantão de Soluthurn. Giocondo conversa com Isabelle... -Meu sol. Sei o quanto dói tudo pelo que está passando. Perder os pais é a pior coisa da vida; eu sei disso. Mas você é jovem ainda pra entender que a vida é cheia de altos e baixos. Isabelle, creia que não está sozinha. Seus pais a amavam muito, tenha isso em seu coração. Quero que saiba que terá todo o meu apoio. Sei que este não é o momento mais apropriado; mas é preciso antecipar a data do nosso casamento. Você não pode ficar sozinha em sua casa; deverá voltar a Itál
Século XIX, SolothurA situação de Isabelle estava se tornando muito delicada. Após escrever para sua prima Charlotte, informando que não viajaria; ela lavou suas mãos sobre o assunto. Tanto Candice quanto Charlotte, foram proibidas de visitar Isabelle; pois seus pais não queriam falatórios. Isabelle começou a vender joias e a demitir serviçais. Infelizmente, o dinheiro mal dava para pagar os fornecedores em atraso. Seus pais, antes de partirem, deixaram um caderno contendo a lista com os nomes desses credores para quitar suas dívidas. Como se não bastasse, seu sogro Derek faleceu há alguns dias. Esteve hospitalizado mas não resistiu a tristeza profunda. Giocondo não entendera por que seu pai se entregou desse modo à tristeza. Tudo levava a crer, que o tempo mudaria tudo. Mas o velho pai amava muito sua esposa Aleida.Um pouco antes de morrer, Sr. Derek havia confessado um segredo a seu filho: ele havia descoberto uma carta que continha algo muito sério. Sua culpa era grande porque