— Boa noite, querida!— A voz dele era tão sedutora. Eu tremia segurando o celular com as duas mãos. — Romeu, o almoço de negócios foi hoje, não foi? Você vai voltar para casa logo, não vai? A que horas chega amanhã? Ouvi uma risadinha carinhosa dele. — Calma querida, eu devia pegar um voo agora a noite, mas houve um imprevisto, terei que ficar mais dois dias! — Não!— eu quase gritei e joguei o telefone longe. — Alô, Juliette! Alô, Juliette, está tudo bem?— A voz insistia. Eu observava o celular num canto, no chão, perto da janela e chorava inconformada. Na minha mente só vinha a dama de companhia. Imaginava uma mulher linda do lado do meu marido, com uma roupa sensual. Um longo vermelho com um detalhe mostrando a sua coxa. Meu Deus, eu podia ver a taça de champanhe na mão dela, os dois se beijando e se amando naquele quarto de hotel. A dor era muito grande! Meu corpo foi perdendo as forças e eu fui tentando me segurar na parede até alcançar o chã
Arthur suspirou pensativo. — Eu sinto que você está iludida, Juliette. O meu pai tem o coração blindado, ele não se apaixona. infelizmente, ouvi minha mãe dizer isso à vida toda! Ainda tentei justificar os atos do Romeu, com relação a falecida: — Ela o fez acreditar que ele não era importante! — Isso era uma forma de defesa! Houve um silêncio. — Você já se declarou para o meu pai?— Arthur desfez o mal estar, voltando a falar. — Não creio que seja necessário, uma vez que ele não se apaixona! Provavelmente, vai se aproveitar disso para me manipular e aceitar todas essas regras absurdas desse mundo hipócrita de vocês! Arthur não se ofendeu, ao contrário, saiu dali satisfeito. Tina entrou em seguida. — Amiga, quer que eu durma aqui com você esta noite?— ela era carinhosa demais. Eu a abracei e lhe sorri. — Pode namorar bastante o meu enteado, ele deve estar muito carente! Tina se recusou, meneando a cabeça insistentemente. Eu
Tina me olhou curiosa. — E por que eu faria isso? Eu dei de ombros e saí andando, enquanto falava: — Sei lá. Eu pensei que talvez estivesse com receio de iludi-lo! Pode ficar tranquila, ele é bem devagar assim mesmo, mas é um rapaz sensato e maduro. Tina me deixou passar na sua frente e ficou me olhando pensativa. Claro que ela não concordava comigo, ela conhecia um Arthur que eu não imaginava que existisse! Quando chegamos lá embaixo, Arthur estava com dois seguranças esperando para levar Tina embora. — Eu vou acompanhá-la, Tina!— ele disse sorrindo misterioso. Eles foram no banco de trás conversando até lá. — É impressão minha, ou está fugindo de mim?— ele sussurrou soprando no ouvido dela. — Claro que não!— ela respondeu rápido. — Esqueci que a senhorita tem o coração blindado!— Arthur foi irônico. Tina olhou aborrecida para ele, ainda abriu a boca para retrucar, depois desistiu e virou-se para frente. — Não é verdade?— ele insistiu baixinho. — Melho
Arthur se afastou, me olhando emocionado. — É tudo o que eu mais quero, Juliette! Os olhos dele, eram tão azuis quanto os do pai, ele era muito bonito também, mas não fazia o meu coração bater forte como Romeu. — O meu pai é tão diferente de você, Juliette! Eu nunca achei que daria certo! Eu fiquei pensativa . — Pois quando eu o vi me esperando no altar, tive instantaneamente a impressão de que ele era a pessoa certa! — Porque ele é charmoso e atraente, Juliette! Ele tem porte de príncipe, e fica cada vez mais bonito com o passar tempo!— Arthur justificou, segundo a fama do pai. — Você também acha?— Minha voz estava insegura. — Todos acham! Eu suspirei, me lembrando do Romeu, e todas as vezes em que foi irresistível. — Ele tem uma presença forte, tem um olhar mágico! Deve chamar atenção das mulheres por onde passa! — É exatamente assim. É natural, ele não se esforça para isso. — Eu sei!– meu coração estava entristecido. Arthur encostou no parapeito da sacad
Arthur voltou para casa de madrugada, parou na porta do meu quarto e ficou um tempo pensativo, depois seguiu pelo corredor. Não demorou a dormir, pois havia bebido um pouquinho a mais que de costume. No dia seguinte, nos encontramos no café da manhã. Eu acordei cedo. Logo que sentou-se, Arthur comentou preocupado: — Hoje tenho muito trabalho! Sem o meu pai, embola um pouco o meio de campo! — E o meu pai? Não ajuda? — Isso é o que vamos ver! — Parece que ele anda com medo de ser deixado pela minha mãe. Depois de tudo o que aprontou, não é para menos! Quando Arthur ia saindo, eu lhe perguntei, fazendo-o parar e vira-se surpreso: — É amanhã que o seu pai chega? — Sim, por quê? Está ansiosa? Eu fiquei sem jeito e me remexi na cadeira. — Você sabe que preciso ter uma conversa séria com ele. Arthur ficou desconfiado. — Faça como desejar, só espero não vê-la chorar por ele. Eu desviei o olhar para o meu prato e Arthur se
O olhar dele me fuzilava. — Pai!— Arthur também ficou surpreso. — Atrapalho alguma coisa? Arthur começou a descer a escada para ir ao encontro do pai, enquanto eu voltei a subir rapidamente e entrei no meu antigo quarto. Eu não esperava que Romeu chegasse antes, mesmo assim, já havia transferido algumas coisas para lá. Lá embaixo, Arthur segurou o pai no momento em que ele tentou vir atrás de mim. — Calma, pai! Não pode falar com ela, alterado desse jeito! Romeu não se conformava. — O que aconteceu? Por que ela me recebeu com essa frieza? Estava tudo bem quando eu saí daqui! Você falou que o celular dela estava quebrado e sempre que eu ligava você dizia que ela não podia falar comigo! Arthur levou o pai para o bar. — Vamos beber alguma coisa, depois o senhor conversa com ela. Romeu concordou e aceitou a bebida que o filho lhe preparou. — Mas me diga, porque chegou antes, não devia chegar só amanhã? Romeu tomou um gole do seu whisky olhando para a escada, cha
— Eu não entendi o porquê desta desfeita, é uma acusação infundada! Eu cruzei os braços e o encarei, pronta para o ataque. — Mais uma, não é Romeu? Quantas mais virão, até que eu me canse de ser ridicularizada? Ele me olhou magoado. — Sabe quanto tempo levei para lhe comprar esses presentes? Eu merecia um “ obrigada”, ao menos! Eu baixei a cabeça e fiquei sem jeito. — Não quero ser indelicada com você, sei que tudo isso é natural na sociedade em que você vive, mas eu não quero fazer parte disso! Romeu segurou as minhas mãos e falou com voz tranquila: — Do que está falando? A que se refere? Seja mais clara, por favor! — Estou falando da mulher que lhe acompanhou nessa viagem! — Não teve mulher alguma, acredite em mim! — Mentira! Ficamos nos olhando, sem se falar por um breve tempo. Até que ele me beijou, calando qualquer possível acusação que eu tentasse lhe fazer. Eu me afastei nervosa, depois de corresponder claro, ninguém é de ferro! — Por que meteu essa bob
Eu estiquei o meu pescoço para ver se alguém podia nos ver e insisti em resistir. — Não Romeu! Alguém pode nos ver, pare com isso! Sem tirar seus delicados emissores de prazer de dentro de mim, ele olhou em volta e brincou: — Acho que ninguém quer ver eu possuindo a minha mulher aqui ao ar livre. Em agonia, sentindo que logo me entregaria, eu implorei: — Tudo bem, eu faço o que quiser, mas não me tome aqui, por favor, alguém pode nos ver! Prontamente, Romeu me puxou pela mão. — Então venha, quero você agora, estou subindo pelas parede! — Espere, Romeu, calma! Não adiantava eu falar, ele não me ouvia, estava desesperado para fazer amor comigo. Passamos pela porta de vidro, ele me puxando pela mão enquanto eu lhe repreendia. As criadas estavam na sala de jantar e ficaram surpresa com a cena. — O homem está louco por ela! — Januária comentou, achando graça. Antônia já era mais despojada. — Louco para pegar ela de jeito, você quer dizer, né? — Ai Antônia, nã