Romeu ficou pensativo. — Eu preciso que ela me aceite! Temos um acordo, eu não vou aceitar que fiquemos assim, em quartos separados. — E o que vai fazer?— Arthur quis saber. — Exigir que ela volte a se deitar comigo, ou vou fazer o mesmo que ela fez, contar para o meu sogro! Arthur ficou apavorado. — Não precisa fazer isso! Ele vai saber do seu caso! — E você acha que ele não sabe? — Mas não sabe da gravidez! Romeu achou graça. — Isso pouco me importa! Jaime já engravidou uma mulher no passado, ele não tem moral para me julgar! Arthur ficou visivelmente triste. — Devia deixar o seu sogro fora disso! Romeu deu de ombros. — Eu vou ameaçar, se ela se manter irredutível, terei que fazer isso mesmo! — Deve haver outro jeito, pai! O casamento de vocês é arranjado, o senhor nunca forçou a minha mãe! — É diferente! — Por quê? Romeu ficou confuso. — A sua mãe nunca me obrigou a estar presente, nunca me entregou para o p
Eu tinha que ter coragem e saí pelo corredor. Estava tudo silencioso, já era tarde. Parei na porta do quarto de Arthur. Pensei em bater, mas fiquei paralisada, respirando com dificuldade. De repente, a porta se abriu e eu me assustei. Era ele! — Entre, demorou muito, estava impaciente já!— Ele falava sério. Usando um roupão. Eu entrei em passos indecisos. — Vista uma camisola, esta roupa não lhe favorece! Eu parei de andar, sem me virar, ele não podia ver os meus olhos assustados. — Seja breve, Juliette, o que está esperando? Eu saí às pressas para o closet e Romeu ficou rindo baixinho. Eu vesti uma camisola branca, sutilmente transparente. — Venha!— Ele disse, já deitado. Já não usava mais o roupão e vestia só um calção de seda. Eu respirei fundo e obedeci. — Cheirosa…— ele disse enfiando o rosto no meio dos meus cabelos, roçando o meu pescoço. Eu nem me mexia, estava tensa, queria que ele pensasse que aquil
Eu comecei o dia conversando com as criadas, e fiz meu passeio matinal na companhia de Januária. — Me sinto um objeto— declarei. — Não devia, ele é seu marido! Januária sempre defendia o patrão e zelava pelo meu casamento. Parece que isso era tudo! Eu já estava com quase cinco meses de gravidez e as roupas não me cabiam mais, pelo menos eu percebia isso quando queria usar um short mais justo em casa, por exemplo. De repente, me animei e parei de caminhar por entre as árvores. — Vamos comigo ao shopping, Januária, preciso comprar roupas! — De jeito nenhum, eu tenho muito o que fazer nessa casa! E nem pense em levar a Antônia, ela precisa me ajudar! A minha grande ideia foi chamar minhas amigas que eu já não via há muito tempo. Saí com os seguranças e passei na casa de cada uma delas para apanhá-las. Foi muito divertido, eu já não me lembrava mais como a Tina era sem juízo! Emília continuava a ser a mais tímida e Nina a mais sorridente.
— Não estou dizendo para fazer isso, eu não seria tão sangue frio!— Arthur se justificou. Romeu olhou em volta e cochichou: — E no que está pensando? Casar-se com ela? Prefiro eu ir para o sacrifício! Arthur meio que murchou, mas logo retomou o assunto: — Deixe que o pai da criança assuma! Romeu continuou com a voz muito baixa: — Você diz, procurar o mascarado, pai da criança? — Exatamente! — Negativo! Primeiro que eu teria que convocar todos os Martins que estavam naquele baile de máscara, e depois, o Jaime não concordaria com isso! Arthur surpreendeu o pai, o defendendo: — Ele criou mal a filha, pai. Por que o senhor tem que lhe colocar o cabresto? Romeu olhou surpreso para o filho. — Estou ouvindo isso mesmo você? Parece, no mínimo, estranho! — Estou vendo como ela se comportou hoje, pai! Saiu sem lhe comunicar e ficou o dia todo no shopping! Um ato de rebeldia! Romeu continuou olhando o filho, com a testa fran
— Eu já lhe disse que fui dopado, porque não acredita em mim? No que prefere acreditar? É mais cômodo para você me instigar a deixar a minha mulher livre para que você possa se candidatar a vaga? Arthur ficou boquiaberto, não esperava a reação do pai. Romeu não lhe deu trégua, estava decidido a colocar para fora as suas desconfianças. — Acha que eu não percebo? Você quer que eu desista da minha mulher, porque nunca se conformou em tê-la perdido! Não aceita que ela é minha esposa por sua causa! Arthur manteve-se cabisbaixo. — Vai negar? Não é verdade? Trouxe Andréa para me separar de Juliette, sabendo que ela estava grávida de outro! — Não pai, da gravidez eu não sabia, eu juro! Houve um silêncio e Arthur percebeu que não dava mais para negar que armou para o pai. — Então você admite que teve a intenção de me prejudicar trazendo Andréa aqui! Arthur ficou ofegante, mas confessou tudo. — Sim. Eu a procurei e ela aceitou o meu plano. Eu só queria que a Juliette descobri
À noite, Romeu chegou estranho, quieto e passou direto para o banho, sem me cumprimentar. Eu fui até a porta do banheiro e o vi se despedindo, enquanto suspirava. — Está tudo bem? Parece preocupado!— Eu falei da porta. Ele me olhou com os olhos cansados e suspirou com tristeza, sinalizando que não era nada demais e entrou no banho. Eu voltei matutando, então decidi lhe fazer uma surpresa. Tirei toda a roupa e entrei no chuveiro, onde ele estava distraído. Ele assustou-se e sorriu. — Juliette! Você é demais! Ele me beijou tão gostoso, depois me ensaboou e eu fiz o mesmo com ele. Foram tantos beijos molhados! Depois do banho, fomos para a cama que nos acolheu prontamente. — Você estava querendo muito? — ele ficou por cima de mim, brincalhão. — Eu estava te querendo muito! — Jura? — Eu juro! Mais beijos para selar o nosso amor. Ele estava tão excitado e eu mais ainda. — Eu tenho uma coisa para te falar — ele disse, sem s
Eu não quis nem responder, vi que ele não gostou e passei direto para o banheiro. Um tempo depois, ele veio atrás, e eu estava me ensaboando. Ele ficou parado na porta me olhando. — É importante para você? Eu dei de ombros, magoada e ele riu carinhoso. — Podemos entrar num acordo. Eu fiquei de costas sem dar muita atenção. — Peça que ela venha passar esses dias aqui. Me virei rapidamente sorrindo. — Sério? — Sim, para mim fica melhor. Aqui tem as criadas que ficam de olho em você para mim. Eu comecei a dar pulinhos de felicidade para desespero do Romeu. — Não faça isso, Juliette! Pare com isso, você pode cair! Ele chegou na entrada do box e alguns pingos de água atingiram o seu terno. — Desculpe-me!— eu fiquei assustada. — Não foi nada— ele disse passando as mãos pelo tecido. Eu saí do box nesse momento o empurrando para fora. Peguei meu roupão e fui para o closet. Romeu ficou me olhando surpreso. Eu era assim estabanada mesmo! Voltei vestida num vesti
Tina ficou encantada, não tinha ficado com boa impressão do Arthur, agora ele parecia querer impressioná-la. Ele puxou a cadeira para ela, mostrando-se muito gentil e cavalheiro. Depois ele fez o mesmo comigo e sentamos enfim para jantar. As criadas sentiam o clima de alegria e brincadeira no ar. Elas foram para a cozinha e lá falaram a esse respeito. Antônia sentou-se à mesa de mármore e começou a falar empolgada: — Eles são jovens e fazem bem para a patroa! Essa menina é maluquinha, até o patrãozinho está contaminado pela alegria dela! — É verdade. Eles se entendem e ficam em harmonia— Januária concordou sentando, e se servindo do suco que estava na jarra, no meio da mesa. Antônia suspirou pensativa. — Não seria melhor que ela tivesse se casado com o patrãozinho? — Ela ama o doutor Romeu, Antônia. Essas coisas não tem explicação! Ela sentiu amor à primeira vista por ele! — Mas o patrão tem coração de gelo, ele não se apaixona! Januária s