— Não estou dizendo para fazer isso, eu não seria tão sangue frio!— Arthur se justificou. Romeu olhou em volta e cochichou: — E no que está pensando? Casar-se com ela? Prefiro eu ir para o sacrifício! Arthur meio que murchou, mas logo retomou o assunto: — Deixe que o pai da criança assuma! Romeu continuou com a voz muito baixa: — Você diz, procurar o mascarado, pai da criança? — Exatamente! — Negativo! Primeiro que eu teria que convocar todos os Martins que estavam naquele baile de máscara, e depois, o Jaime não concordaria com isso! Arthur surpreendeu o pai, o defendendo: — Ele criou mal a filha, pai. Por que o senhor tem que lhe colocar o cabresto? Romeu olhou surpreso para o filho. — Estou ouvindo isso mesmo você? Parece, no mínimo, estranho! — Estou vendo como ela se comportou hoje, pai! Saiu sem lhe comunicar e ficou o dia todo no shopping! Um ato de rebeldia! Romeu continuou olhando o filho, com a testa fran
— Eu já lhe disse que fui dopado, porque não acredita em mim? No que prefere acreditar? É mais cômodo para você me instigar a deixar a minha mulher livre para que você possa se candidatar a vaga? Arthur ficou boquiaberto, não esperava a reação do pai. Romeu não lhe deu trégua, estava decidido a colocar para fora as suas desconfianças. — Acha que eu não percebo? Você quer que eu desista da minha mulher, porque nunca se conformou em tê-la perdido! Não aceita que ela é minha esposa por sua causa! Arthur manteve-se cabisbaixo. — Vai negar? Não é verdade? Trouxe Andréa para me separar de Juliette, sabendo que ela estava grávida de outro! — Não pai, da gravidez eu não sabia, eu juro! Houve um silêncio e Arthur percebeu que não dava mais para negar que armou para o pai. — Então você admite que teve a intenção de me prejudicar trazendo Andréa aqui! Arthur ficou ofegante, mas confessou tudo. — Sim. Eu a procurei e ela aceitou o meu plano. Eu só queria que a Juliette descobri
À noite, Romeu chegou estranho, quieto e passou direto para o banho, sem me cumprimentar. Eu fui até a porta do banheiro e o vi se despedindo, enquanto suspirava. — Está tudo bem? Parece preocupado!— Eu falei da porta. Ele me olhou com os olhos cansados e suspirou com tristeza, sinalizando que não era nada demais e entrou no banho. Eu voltei matutando, então decidi lhe fazer uma surpresa. Tirei toda a roupa e entrei no chuveiro, onde ele estava distraído. Ele assustou-se e sorriu. — Juliette! Você é demais! Ele me beijou tão gostoso, depois me ensaboou e eu fiz o mesmo com ele. Foram tantos beijos molhados! Depois do banho, fomos para a cama que nos acolheu prontamente. — Você estava querendo muito? — ele ficou por cima de mim, brincalhão. — Eu estava te querendo muito! — Jura? — Eu juro! Mais beijos para selar o nosso amor. Ele estava tão excitado e eu mais ainda. — Eu tenho uma coisa para te falar — ele disse, sem s
Eu não quis nem responder, vi que ele não gostou e passei direto para o banheiro. Um tempo depois, ele veio atrás, e eu estava me ensaboando. Ele ficou parado na porta me olhando. — É importante para você? Eu dei de ombros, magoada e ele riu carinhoso. — Podemos entrar num acordo. Eu fiquei de costas sem dar muita atenção. — Peça que ela venha passar esses dias aqui. Me virei rapidamente sorrindo. — Sério? — Sim, para mim fica melhor. Aqui tem as criadas que ficam de olho em você para mim. Eu comecei a dar pulinhos de felicidade para desespero do Romeu. — Não faça isso, Juliette! Pare com isso, você pode cair! Ele chegou na entrada do box e alguns pingos de água atingiram o seu terno. — Desculpe-me!— eu fiquei assustada. — Não foi nada— ele disse passando as mãos pelo tecido. Eu saí do box nesse momento o empurrando para fora. Peguei meu roupão e fui para o closet. Romeu ficou me olhando surpreso. Eu era assim estabanada mesmo! Voltei vestida num vesti
Tina ficou encantada, não tinha ficado com boa impressão do Arthur, agora ele parecia querer impressioná-la. Ele puxou a cadeira para ela, mostrando-se muito gentil e cavalheiro. Depois ele fez o mesmo comigo e sentamos enfim para jantar. As criadas sentiam o clima de alegria e brincadeira no ar. Elas foram para a cozinha e lá falaram a esse respeito. Antônia sentou-se à mesa de mármore e começou a falar empolgada: — Eles são jovens e fazem bem para a patroa! Essa menina é maluquinha, até o patrãozinho está contaminado pela alegria dela! — É verdade. Eles se entendem e ficam em harmonia— Januária concordou sentando, e se servindo do suco que estava na jarra, no meio da mesa. Antônia suspirou pensativa. — Não seria melhor que ela tivesse se casado com o patrãozinho? — Ela ama o doutor Romeu, Antônia. Essas coisas não tem explicação! Ela sentiu amor à primeira vista por ele! — Mas o patrão tem coração de gelo, ele não se apaixona! Januária s
Movido por um impulso, Arthur segurou o rosto de Tina com as duas mãos. — Você é perfeita, garota! Depois disso, ele puxou a moça para um breve toque nos lábios, mas ela lhe surpreendeu, enfiando a língua na sua boca e os dois começaram a se beijar ardentemente. Arthur a afastou ofegante. — Não faça isso, ou eu não respondo por mim! Você não sabe a quanto tempo estou sozinho e carente. Tina riu e puxou o rosto de Arthur, voltando a lhe beijar. — Não, não posso!— Ele se afastou desesperado. — Não pode, ou não quer?— Tina provocou maliciosa. Arthur engoliu em seco e arrumou a gola da camisa, nervosamente. — Melhor não misturarmos as coisas! Você é amiga da minha madrasta, e isso pode gerar um mal estar futuro! Tina enlaçou o pescoço de Arthur e se ofereceu para ele. — Antes de qualquer coisa, eu sou mulher e muito bem resolvida, se você quer saber! — Mas deve ter no máximo dezenove anos, como a sua amiga! — Eu deixei de ser virgem muito novinha, meu caro,
— Tina!— eu exclamei avançando pelo corredor. Ela parou na minha frente e eu a abracei. — O que aconteceu?— eu quis saber. Tina não conseguia falar, estava estranha, parecia querer chorar, eu nunca a tinha visto tão fragilizada! — Eu transei com o seu cunhado, dentro da sua casa, estou péssima com isso!— ela falou isso e saiu andando em direção ao quarto que destinei a ela, no final do corredor. Eu fiquei preocupada e fui atrás, falando sem parar: — Eu estava indo para o seu quarto, amiga! Eu não me importo que se relacione com o meu cunhado, eu juro! Tina parou segurando a maçaneta do quarto. — Tem certeza? — A minha preocupação é se ele se apaixonar, você sabe… Ela me interrompeu: — Eu sou volúvel, não é isso que quer dizer? Eu fiquei sem jeito, atrapalhada. — Amiga, não fique chateada comigo, por favor, é que o Arthur é um rapaz tranquilo, sério e… — Sério!— ela riu zombeteira, no meio da sua tristeza. — É, amiga! Ele namorou uma moça aí, mas foi só p
Eu olhei para Tina esperando que ela soltasse uma das suas brincadeiras, mas ela começou a gaguejar estranhamente. — Nós, nós só… Arthur ficou olhando para ela segurando o riso, como se tivesse domínio total sobre a poderosa senhora blindada, coração de pedra, como ela gostava de se denominar. Eu olhei curiosa para Arthur, querendo participar daquela história, mas Tina bufou nervosa e saiu andando. — O que está acontecendo aqui? Posso saber? Arthur respondeu sem tirar os olhos da fujona, que já ia longe: — Acho que ela está me evitando. — Arthur, a Tina é durona, ela não se apaixona nunca!— achei melhor falar logo para ele. — É mesmo?— Havia um quê de sarcasmo na voz dele. Eu resolvi ir atrás da minha amiga, enquanto Arthur ficou nos esperando voltar. — Amiga, o que está acontecendo? Precisa desabafar comigo, você não é assim! O que deu errado na sua transa com o Arthur? Por que não dormiu no quarto dele? Ele não quis, foi isso que te c