Eu decidi ir até a mesa deles e avistei ao longe, Arthur segurando a moça pelos ombros, enquanto falava qualquer coisa para o pai. Parecia que eles queriam ir embora, então apressei o passo. Cheguei falando animada: — Desculpe-me Andréa, espero que não tenha se importado, mas é que eu precisava dar umas orientações na cozinha com relação ao nosso almoço. A moça estava ofegante, foi Arthur quem virou-se para falar comigo. — Juliette, espero que você não fique chateada, mas eu havia combinado de almoçar com uns amigos, e esqueci completamente! Eu precisei mostrar os meus dotes de atriz também: — Isso é uma desfeita, Arthur! Eu já perdi um tempão decidindo o que faria para o almoço, em homenagem a sua namorada! Ligue para os seus amigos e desmarque! — Mas Juliette, infelizmente… — Eu não aceito desculpas, vamos curtir a piscina, está um dia lindo!— Eu falei, enquanto sentava ao lado do meu marido Romeu abraçou os meus ombros por trás da cadei
— Meu pai vai te dar um bom dinheiro, toque sua vida, garota! O que você quer mais? Não vai viver das migalhas deles como foi até agora! Ele vai te dar um cala-boca hoje mesmo, aproveite! Andréa murchou e ficou triste. — Não queria voltar para aquela vida novamente. Queria um homem para cuidar de mim. — Ele nunca cuidou de você— Arthur lembrou. — Mas eu sabia que tinha um homem, que pertencia a alguém! Arthur suspirou resignado. Não estava acostumado a ver mulheres frágeis, choronas! — Melhor eu te levar embora daqui. Vai acabar estragando tudo. Eu posso falar que se sentiu mal e que precisamos ir ao hospital, por exemplo! Andréa olhou para mim na piscina e desabafou. — Eu queria estar no lugar dela. Me ajuda a conquistar o seu pai! Arthur me olhou, depois voltou-se para Andréa. — Ele nunca ficaria com uma garota como você, lamento te dizer. Ele segue a tradição. Provavelmente vai se casar novamente, mas será com alguma mulher do nosso meio.
Houve um silêncio, eu insisti na acusação: — Vocês pensam que podem me enganar? Nunca teve namoro! Os dois começaram a menear a cabeça em negativa. — Não, Juliette, não diga uma coisa dessa!— Arthur ficou visivelmente atordoado. Nesse momento, o quarto foi invadido. Romeu entrou com as criadas. — Está tudo bem, meu filho?— ele quis saber. Eu senti um nojo dele e saí correndo dali. — Juliette!— ele veio atrás de mim gritando. Eu entrei no quarto que foi dos meus sogros e girei a chave, trancando-me. — Juliette, abra a porta! Eu quero falar com você! Eu chorava incansavelmente. Enquanto isso, Arthur pediu que as criadas se retirassem do quarto e o deixasse a sós com Andréa. Ele fechou a porta e virou-se para sua suposta namorada. — Que história maluca é essa, Andréa? De onde tirou essa ideia absurda? Andrea levantou-se rapidamente da cama, rindo. — Você não queria separar os dois? Então meu caro, quando a sua m
Eu procurei ficar calma, enquanto ele estava em pânico. — O quê? — Ela está grávida — eu repeti tranquilamente. — Não pode ser! Eu ergui os olhos, descansando os talheres calmamente no meu prato. — Não se preocupe, meu querido, esse filho não é do Arthur! Romeu meneou a cabeça impaciente e passou as mãos pelo rosto, indignado. — Por isso não a queria aqui! Viu como eu tinha razão? Ela tentou dar o golpe da barriga no meu filho! Minha voz saiu cansada, carregada de decepção: — Pelo contrário, ela fez questão de dizer que não era dele. Eu só não entendo porque não respira aliviado agora! Romeu não conseguia ficar calmo, o que só reforçava a tese de que ele tinha um caso com Andréa, e que possivelmente, era o pai do filho dela. Eu fazia das tripas coração para não explodir e dizer que sabia de tudo. Eu precisava manter aquele casamento, pois não estava em condições de enfrentar o meu marido, uma vez que me casei grávida de outro também
Andréa também se levantou e foi abraçar Romeu. Ele se afastou imediatamente. — Sabe bem o que vim fazer aqui! A moça procurou não se alterar e foi até a cozinha. Romeu a seguiu falando sem parar: — Que história é essa de gravidez, Andréa? Está tentando me separar da minha mulher? Se estiver mesmo esperando um filho, pode ter certeza que não é meu! A moça virou-se rapidamente, apoiando o corpo na bancada. Romeu parou de andar, e eles ficaram muito perto, mas os olhares eram de desafio. — Por que acha que esse filho não é seu? Ainda sou exclusividade sua, meu caro! Romeu segurou firme o queixo da moça com uma só mão, fazendo sua cabeça inclinar-se para trás. Ela arregalou os olhos assustada. — Não brinque comigo! Eu não sou nenhum idiota para cair nessa armação, ouviu? Já conheci muitas como você, pode ter certeza que não vou cair como um patinho, sua chantagista medíocre! Ele sacudiu a moça com violência e saiu da sua frente irritado, foi até
Arthur ficou preocupado. — Eu juro! Eu não sei onde ele pode estar! Ele sempre sai à noite, mas não tem o costume de chegar no dia seguinte! Isso para mim, é no mínimo preocupante! Eu ajeitei o guardanapo, sorrindo com tristeza. — Ele foi atrás dela, você sabe. Parabéns, seu plano foi perfeito! — Não, Juliette!— Arthur inclinou-se sobre a mesa. — Queria que eu soubesse que ela estava grávida. Queria esfregar isso na minha cara. — Não, pelo amor de Deus!— ele insistiu desesperado. — Por que não o chamou num canto e falou que sabia de tudo? Por que não pediu que me contasse com delicadeza, se é que isso é possível! Já pareciamos estar numa arena, digladiando! Arthur levou o corpo de volta ao encosto da cadeira e suspirou resignado. — Está bem, Juliette, vou lhe contar o que eu sei a respeito dessa história. Eu o olhei ofegante. Era agora que eu teria certeza de que o meu marido me traía. Já doía no meu peito. — Está preparada?— ele quis saber. Eu assenti n
Romeu começou a bater insistentemente na porta. — Abre essa porta, Juliette! Por favor, precisamos conversar! — Não quero conversar!— eu retruquei em voz alta. Romeu deixou as mãos deslizarem pela porta, desanimado. — Por favor, Juliette!— agora era uma súplica, que vinha com um choro quase silencioso. Eu franzi a testa e encostei o ouvido na porta, tentando entender o que ele dizia, com voz muito baixa. Nem em sonho eu poderia imaginar que ele estivesse chorando por mim. Depois de um tempo, resolvi abrir a porta, mas ele não estava mais ali. Ele estava se acabando de chorar no seu quarto, sentado à beira da cama, com a cabeça baixa. — Ela não me quer mais, eu não sei o que eu faço agora!— as palavras saiam entre soluços. Eu voltei para dentro do meu quarto e fechei a porta novamente. Ouvi o barulho de carros saindo e corri para ver da sacada. Era o meu marido que estava indo trabalhar. Quando eu desci, levei uma bronca de Januá
Romeu ficou pensativo. — Eu preciso que ela me aceite! Temos um acordo, eu não vou aceitar que fiquemos assim, em quartos separados. — E o que vai fazer?— Arthur quis saber. — Exigir que ela volte a se deitar comigo, ou vou fazer o mesmo que ela fez, contar para o meu sogro! Arthur ficou apavorado. — Não precisa fazer isso! Ele vai saber do seu caso! — E você acha que ele não sabe? — Mas não sabe da gravidez! Romeu achou graça. — Isso pouco me importa! Jaime já engravidou uma mulher no passado, ele não tem moral para me julgar! Arthur ficou visivelmente triste. — Devia deixar o seu sogro fora disso! Romeu deu de ombros. — Eu vou ameaçar, se ela se manter irredutível, terei que fazer isso mesmo! — Deve haver outro jeito, pai! O casamento de vocês é arranjado, o senhor nunca forçou a minha mãe! — É diferente! — Por quê? Romeu ficou confuso. — A sua mãe nunca me obrigou a estar presente, nunca me entregou para o p