Quando a funcionária voltou entregando os envelopes, foi uma agitação. Todos estavam ansiosos e queriam saber logo o resultado. Eu percebi que outros relacionamentos estavam estremecidos por conta daquela situação. Ouvi comentários baixinhos de mulheres acusando seus parceiros de ter ido sozinho naquele baile. Alguns homens tentaram se justificar, mas elas rebatiam insistente. Ouvi coisas como:” Mas nunca nem namoramos!” e,” Não importa, já estava comprometido comigo!” Ainda bem que o meu marido resolveu acabar com o burburinho e organizou a revelação do resultado. — Pessoal, escutem! Vamos fazer isso direito! Estamos ansiosos, mas essa situação é muito desconfortável para todos nós, então sugiro que façamos isso juntos, e depois de terminado, espero que haja um desfecho definitivo dessa história. Desde já quero adiantar que serei sempre pai do Júnior. Estou casado com a mãe dele, e ele leva o meu nome! Houve um silêncio, todos estavam paralisados com seus envelopes na mão. —
Este terceiro também teve um resultado negativo. O mesmo aconteceu com outro primo de Arthur. Bem, chegou ao fim a possibilidade de ser um sobrinho de Romeu. — Pode ser eu agora, primo!— disse um senhor muito educado na mesma faixa de idade do Romeu e Juliano. Meu marido começou a suar nesse momento. Delicadamente e sem pressa, o homem abriu o seu envelope. Ele suspirou e guardou o papel junto ao peito com um sorriso nos lábios. Antes de entregar o resultado para que Romeu conferisse, ele abraçou a esposa, emocionado. — Eu lhe falei, meu amor, eu tinha razão, não sou eu!— ele disse olhando nos olhos da mulher. Ela, por sua vez, deixou as lágrimas escorrerem livremente pelo seu rosto. Foi minha vez de ficar apavorada. Juliano levantou-se segurando o seu envelope. — O meu, primo, você pode abrir! Romeu olhou desconfiado e segurou o envelope. Ele abriu com as mãos trêmulas, depois de me dar uma olhada. Eu fiquei atenta à expressão do meu marido.
Na verdade, Júnior era irmão do Arthur, portanto, Tina era sua cunhada! Uma confusão! Voltamos para casa, apesar de Arthur e Tina insistirem para que fossemos comemorar só nos quatro num outro lugar. — Nem pensar! Eu preciso ver o meu filho e contar-lhe que sou o seu pai!— Romeu disse puxando a minha mão. Arthur achou graça e saiu com a Tina para pagar a conta. Enquanto esperávamos no estacionamento, eu tentava acalmar meu marido. — Amor, o Júnior é muito novinho ainda, fique calmo para não assustá-lo! — Eu vou ensiná-lo a me chamar de papai, vai ver como ele aprende rápido! Arthur chegou agitado. — Vamos! Também quero ver a cara do Júnior quando souber a verdade! Eu e a Tina nos olhamos surpresas. — Eles acreditam mesmo que isso é possível? O Júnior ainda é muito novinho!— Tina cochichou. Apenas dei de ombros e fui atrás do Romeu que entrava no carro. Tina e Arthur nos seguiram em outro carro. Chegamos em casa e encont
— Acredite, pai. O Romeu está deslumbrado! Eu conheço o meu marido! Ele não está nem um pouco apressado em se casar novamente comigo! Meu pai ficou fora de si. — Você não pode achar isso normal, Juliette! Vocês têm que se casar! Minha mãe também estava preocupada. — İsso mesmo, minha filha, escute o seu pai! — Por favor, não coloquem caraminholas na minha cabeça! Me sinto casada, muito bem casada com o Romeu! Meu pai me apontou o dedo na cara, falando alterado: — Mas não está casada, ouviu? Tem que se garantir! Não seja tola, não pense que vai prender o seu marido com um filho! Depois disso, ele saiu pisando fundo. A minha mãe, aproximou-se de mim, tentando me alertar. — O seu pai tem razão filha. Pense no que lhe falou, ele tem experiência para saber que as coisas funcionam bem melhor quando estão amparadas pela lei! Eu fiquei desolada. — Meu casamento não é mais um simples negócio! Minha mãe me abraçou e se foi atrás do meu
Virei-me assustada. — O que está insinuando? Está querendo dizer que o meu marido pode se interessar por outra mulher, simplesmente por não estar casado legalmente comigo? Isso faz tanta diferença assim? Arrumando o paletó, meu pai respondeu caminhando a minha volta: — No mundo em que o seu marido vive faz toda diferença, Juliette! Acredite, ele é visto como um homem livre, um bom partido, estando nessa condição de amancebado! — Amancebado!— Quase surtei. Meu pai veio me apontando o dedo, falando alterado: — Amancebado sim! É isso que vocês são, amancebados! Acorde, Juliette, se case logo de uma vez e se garanta, antes que outra o faça! Mexeu comigo, meus olhos lacrimejaram. — Ele não faria isso comigo, pai! — Não só faria, como você ainda teria que aceitar outra mulher no seu lugar, e você seria apenas a mãe do filho dele! — Não! Isso que está me falando é um completo absurdo! — Então pague pra ver, Juliette! Eu não posso ficar de braç
Romeu chegou pisando macio, desconfiado, mas mantinha ainda o seu jeito sedutor, olhando-me enquanto se despia, para entrar na banheira onde eu o esperava ansiosa, cercada pela espuma cheirosa. Os meus olhos brilhavam e o meu corpo vibrava com a aproximação dele. — Vem meu amor!— eu disse-lhe estendendo os braços. Ele colocou um pé, depois o outro e adentrou, espalhando a espuma que cedeu, se subjugando ao seu tamanho. — Meu amor, que saudade!— eu disse indo me sentar sobre ele. — Por que acha que estou distante, querida? Eu sou o mesmo homem que se encantou por você desde que pisou os pés naquela igreja! Meu coração acelerou, lembrando-me do dia em que o vi me esperando no altar. A voz dele soava como bálsamos para os meus ouvidos. — Eu guardava de você uma imagem de menina, e não podia sequer sonhar como tinha se tornado uma mulher tão linda! Suspirei profundamente. Eu precisava ouvir aquelas palavras. De repente, Romeu levantou-se assu
— Meu amor, espere!— ele segurou o meu braço, seus olhos suplicantes. Respirei fundo, tentando disfarçar minha ansiedade. — Vamos nos casar. Eu quero que volte a ser uma Martins! Não vamos deixar que uma bobagem dessa nos atinja, querida! Soltei o ar pela boca e baixei a cabeça. — Está bem, Romeu, como quiser. Ele franziu a testa e procurou os meus olhos, inclinando-se. — Diga que me ama, por favor! Preciso saber se não é uma simples conveniência dessa vez! Ergui os olhos emocionados. — Sabe que eu te amo. Você é o amor da minha vida! Vamos nos casar e não me peça mais nada! Eu saí na frente, pisando fundo, fingindo estar aborrecida, mas já imaginava como seria o meu vestido. Dessa vez, eu mesma iria pensar em cada detalhe. Mandaria um estilista famoso confeccioná-lo. — Poderia pedir-lhe que me desse um outro filho?— ele brincou, apressando o passo atrás de mim. — O quê — Me virei nervosa. — Daqui há alguns anos, querida! — Muitos anos!— eu disse voltando a
Minha mãe ficou apavorada em me ver daquele jeito. — Filha, acalme-se! Só precisa pensar friamente! O seu marido não pode ficar carente, é só isso! Encarei minha mãe, nervosa. — Eu fiquei mendigando o amor dele até que o meu filho começasse a andar e nunca me senti insegura como agora! O que a senhora esperava? Que eu ficasse tranquila? Era nítido que a minha mãe estava preocupada em Romeu saber que ela veio me contar a respeito da tal Merielle, mas quem poderia conter o ciúme que me acometia? — Por favor, Juliette, não brigue com o seu marido. Eu só vim na intenção de lhe prevenir, não gostaria de estremecer o seu casamento, pelo amor de Deus! Eu bufei, parecia uma fera ferida! — Deixe-me mãe, já foi feito mesmo o estrago! Vou esperar o meu marido e tirar essa história a limpo! Minha mãe saiu preocupada. Coitada, desceu as escadas totalmente desorientada! Lá embaixo, meu pai a esperava no carro. — E então, falou com ela, Marlene? Abriu