— Acredite, pai. O Romeu está deslumbrado! Eu conheço o meu marido! Ele não está nem um pouco apressado em se casar novamente comigo! Meu pai ficou fora de si. — Você não pode achar isso normal, Juliette! Vocês têm que se casar! Minha mãe também estava preocupada. — İsso mesmo, minha filha, escute o seu pai! — Por favor, não coloquem caraminholas na minha cabeça! Me sinto casada, muito bem casada com o Romeu! Meu pai me apontou o dedo na cara, falando alterado: — Mas não está casada, ouviu? Tem que se garantir! Não seja tola, não pense que vai prender o seu marido com um filho! Depois disso, ele saiu pisando fundo. A minha mãe, aproximou-se de mim, tentando me alertar. — O seu pai tem razão filha. Pense no que lhe falou, ele tem experiência para saber que as coisas funcionam bem melhor quando estão amparadas pela lei! Eu fiquei desolada. — Meu casamento não é mais um simples negócio! Minha mãe me abraçou e se foi atrás do meu
Virei-me assustada. — O que está insinuando? Está querendo dizer que o meu marido pode se interessar por outra mulher, simplesmente por não estar casado legalmente comigo? Isso faz tanta diferença assim? Arrumando o paletó, meu pai respondeu caminhando a minha volta: — No mundo em que o seu marido vive faz toda diferença, Juliette! Acredite, ele é visto como um homem livre, um bom partido, estando nessa condição de amancebado! — Amancebado!— Quase surtei. Meu pai veio me apontando o dedo, falando alterado: — Amancebado sim! É isso que vocês são, amancebados! Acorde, Juliette, se case logo de uma vez e se garanta, antes que outra o faça! Mexeu comigo, meus olhos lacrimejaram. — Ele não faria isso comigo, pai! — Não só faria, como você ainda teria que aceitar outra mulher no seu lugar, e você seria apenas a mãe do filho dele! — Não! Isso que está me falando é um completo absurdo! — Então pague pra ver, Juliette! Eu não posso ficar de braç
Romeu chegou pisando macio, desconfiado, mas mantinha ainda o seu jeito sedutor, olhando-me enquanto se despia, para entrar na banheira onde eu o esperava ansiosa, cercada pela espuma cheirosa. Os meus olhos brilhavam e o meu corpo vibrava com a aproximação dele. — Vem meu amor!— eu disse-lhe estendendo os braços. Ele colocou um pé, depois o outro e adentrou, espalhando a espuma que cedeu, se subjugando ao seu tamanho. — Meu amor, que saudade!— eu disse indo me sentar sobre ele. — Por que acha que estou distante, querida? Eu sou o mesmo homem que se encantou por você desde que pisou os pés naquela igreja! Meu coração acelerou, lembrando-me do dia em que o vi me esperando no altar. A voz dele soava como bálsamos para os meus ouvidos. — Eu guardava de você uma imagem de menina, e não podia sequer sonhar como tinha se tornado uma mulher tão linda! Suspirei profundamente. Eu precisava ouvir aquelas palavras. De repente, Romeu levantou-se assu
— Meu amor, espere!— ele segurou o meu braço, seus olhos suplicantes. Respirei fundo, tentando disfarçar minha ansiedade. — Vamos nos casar. Eu quero que volte a ser uma Martins! Não vamos deixar que uma bobagem dessa nos atinja, querida! Soltei o ar pela boca e baixei a cabeça. — Está bem, Romeu, como quiser. Ele franziu a testa e procurou os meus olhos, inclinando-se. — Diga que me ama, por favor! Preciso saber se não é uma simples conveniência dessa vez! Ergui os olhos emocionados. — Sabe que eu te amo. Você é o amor da minha vida! Vamos nos casar e não me peça mais nada! Eu saí na frente, pisando fundo, fingindo estar aborrecida, mas já imaginava como seria o meu vestido. Dessa vez, eu mesma iria pensar em cada detalhe. Mandaria um estilista famoso confeccioná-lo. — Poderia pedir-lhe que me desse um outro filho?— ele brincou, apressando o passo atrás de mim. — O quê — Me virei nervosa. — Daqui há alguns anos, querida! — Muitos anos!— eu disse voltando a
Minha mãe ficou apavorada em me ver daquele jeito. — Filha, acalme-se! Só precisa pensar friamente! O seu marido não pode ficar carente, é só isso! Encarei minha mãe, nervosa. — Eu fiquei mendigando o amor dele até que o meu filho começasse a andar e nunca me senti insegura como agora! O que a senhora esperava? Que eu ficasse tranquila? Era nítido que a minha mãe estava preocupada em Romeu saber que ela veio me contar a respeito da tal Merielle, mas quem poderia conter o ciúme que me acometia? — Por favor, Juliette, não brigue com o seu marido. Eu só vim na intenção de lhe prevenir, não gostaria de estremecer o seu casamento, pelo amor de Deus! Eu bufei, parecia uma fera ferida! — Deixe-me mãe, já foi feito mesmo o estrago! Vou esperar o meu marido e tirar essa história a limpo! Minha mãe saiu preocupada. Coitada, desceu as escadas totalmente desorientada! Lá embaixo, meu pai a esperava no carro. — E então, falou com ela, Marlene? Abriu
Ele veio, desesperado, se despindo ansioso. — Meu amor, que saudade!— ele disse entrando na banheira. Eu me entreguei. Foram muitos beijos e carícias. Fizemos um amor gostoso, marcante até. Depois de tudo, o receio. — Foi tão profundo!— ele suspirou. — Eu não pretendo ter um filho agora — eu disse preocupada. Romeu deu de ombros. — Acho muito difícil, conseguirmos fazer um filho aqui na banheira. Respirei aliviada. Ótimo, só que fomos para a cama e fizemos amor novamente. Outra vez fomos irresponsáveis, não usamos preservativo. — Querida, não usamos preservativo há muito tempo! Não fique preocupada! — Como não, Romeu? Você se derramou dentro de mim e não se preveniu? Eu já levantava da cama, nervosa. — Eu já disse que não é o momento de termos outro filho! — Juliette, você toma anticoncepcional e ainda exige que eu use preservativo! Isso me parece uma neura já! Eu bufei e o expulsei do meu quarto. Assim que a porta ba
Minha mãe se foi, confusa, perdida, chorosa até. Essa história da gravidez da Merielle mexeu com todo mundo. Romeu chegou já me procurando. — Onde está a minha mulher? Antônia tentou responder mas ele não esperou e subiu as escadas, apressado. Januária veio da cozinha com Júnior nos braços e resmungou: — Esse aí anda desorientado! Nem chega mais perguntando pelo menino! Júnior fez cara de choro. — Papai!— disse olhando as escadas. Antônia ficou agitada. — A verdade, Januária, é que os pais de Juliette estão colocando muita pressão nela, coitada! Quando Antônia passou para a cozinha, Júnior chamou por mim, sem tirar os olhos da escada. — Mamãe! Januária suspirou impaciente e carregou o menino para a cozinha, seguindo os passos de Antônia. Romeu abriu a porta do quarto, me procurando ansioso. — Juliette! Eu me virei surpresa. — Romeu! Ele avançou para me abraçar. — Meu amor, eu te amo tan
Saímos daquele lugar numa tensão muito grande. Minha mãe caminhava rápido até o carro, enquanto falava: — Como está o seu casamento? — Perfeito, por quê?— fiquei curiosa. — Seu pai não vai gostar de saber que vai ter outro herdeiro! Me indignei. Parei já na porta do carro em que um segurança me esperava. — Não vou ter um herdeiro, vou ter um filho! Fiquei contrariada, confusa, gesticulando vagamente. — Nem sei se estou grávida mesmo, mas se estiver, é o meu marido quem tem que estar feliz, não o seu! Entrei no carro aborrecida e partimos. Minha mãe ficou preocupada comigo. Devia mesmo, até me provocou cólicas! Desci em casa e fui direto para o banheiro, também estava enjoada. Antônia saiu atrás de mim. — O que está sentindo, senhora?— ela parou na porta do lavabo social. Eu a olhei, depois de forçar o vômito. — Você não acredita, mas o estilista acha que estou grávida! Antônia ergueu as sobrancelhas. — İsso é maravilhos