Romeu chegou pisando macio, desconfiado, mas mantinha ainda o seu jeito sedutor, olhando-me enquanto se despia, para entrar na banheira onde eu o esperava ansiosa, cercada pela espuma cheirosa. Os meus olhos brilhavam e o meu corpo vibrava com a aproximação dele. — Vem meu amor!— eu disse-lhe estendendo os braços. Ele colocou um pé, depois o outro e adentrou, espalhando a espuma que cedeu, se subjugando ao seu tamanho. — Meu amor, que saudade!— eu disse indo me sentar sobre ele. — Por que acha que estou distante, querida? Eu sou o mesmo homem que se encantou por você desde que pisou os pés naquela igreja! Meu coração acelerou, lembrando-me do dia em que o vi me esperando no altar. A voz dele soava como bálsamos para os meus ouvidos. — Eu guardava de você uma imagem de menina, e não podia sequer sonhar como tinha se tornado uma mulher tão linda! Suspirei profundamente. Eu precisava ouvir aquelas palavras. De repente, Romeu levantou-se assu
— Meu amor, espere!— ele segurou o meu braço, seus olhos suplicantes. Respirei fundo, tentando disfarçar minha ansiedade. — Vamos nos casar. Eu quero que volte a ser uma Martins! Não vamos deixar que uma bobagem dessa nos atinja, querida! Soltei o ar pela boca e baixei a cabeça. — Está bem, Romeu, como quiser. Ele franziu a testa e procurou os meus olhos, inclinando-se. — Diga que me ama, por favor! Preciso saber se não é uma simples conveniência dessa vez! Ergui os olhos emocionados. — Sabe que eu te amo. Você é o amor da minha vida! Vamos nos casar e não me peça mais nada! Eu saí na frente, pisando fundo, fingindo estar aborrecida, mas já imaginava como seria o meu vestido. Dessa vez, eu mesma iria pensar em cada detalhe. Mandaria um estilista famoso confeccioná-lo. — Poderia pedir-lhe que me desse um outro filho?— ele brincou, apressando o passo atrás de mim. — O quê — Me virei nervosa. — Daqui há alguns anos, querida! — Muitos anos!— eu disse voltando a
Minha mãe ficou apavorada em me ver daquele jeito. — Filha, acalme-se! Só precisa pensar friamente! O seu marido não pode ficar carente, é só isso! Encarei minha mãe, nervosa. — Eu fiquei mendigando o amor dele até que o meu filho começasse a andar e nunca me senti insegura como agora! O que a senhora esperava? Que eu ficasse tranquila? Era nítido que a minha mãe estava preocupada em Romeu saber que ela veio me contar a respeito da tal Merielle, mas quem poderia conter o ciúme que me acometia? — Por favor, Juliette, não brigue com o seu marido. Eu só vim na intenção de lhe prevenir, não gostaria de estremecer o seu casamento, pelo amor de Deus! Eu bufei, parecia uma fera ferida! — Deixe-me mãe, já foi feito mesmo o estrago! Vou esperar o meu marido e tirar essa história a limpo! Minha mãe saiu preocupada. Coitada, desceu as escadas totalmente desorientada! Lá embaixo, meu pai a esperava no carro. — E então, falou com ela, Marlene? Abriu
Ele veio, desesperado, se despindo ansioso. — Meu amor, que saudade!— ele disse entrando na banheira. Eu me entreguei. Foram muitos beijos e carícias. Fizemos um amor gostoso, marcante até. Depois de tudo, o receio. — Foi tão profundo!— ele suspirou. — Eu não pretendo ter um filho agora — eu disse preocupada. Romeu deu de ombros. — Acho muito difícil, conseguirmos fazer um filho aqui na banheira. Respirei aliviada. Ótimo, só que fomos para a cama e fizemos amor novamente. Outra vez fomos irresponsáveis, não usamos preservativo. — Querida, não usamos preservativo há muito tempo! Não fique preocupada! — Como não, Romeu? Você se derramou dentro de mim e não se preveniu? Eu já levantava da cama, nervosa. — Eu já disse que não é o momento de termos outro filho! — Juliette, você toma anticoncepcional e ainda exige que eu use preservativo! Isso me parece uma neura já! Eu bufei e o expulsei do meu quarto. Assim que a porta ba
Minha mãe se foi, confusa, perdida, chorosa até. Essa história da gravidez da Merielle mexeu com todo mundo. Romeu chegou já me procurando. — Onde está a minha mulher? Antônia tentou responder mas ele não esperou e subiu as escadas, apressado. Januária veio da cozinha com Júnior nos braços e resmungou: — Esse aí anda desorientado! Nem chega mais perguntando pelo menino! Júnior fez cara de choro. — Papai!— disse olhando as escadas. Antônia ficou agitada. — A verdade, Januária, é que os pais de Juliette estão colocando muita pressão nela, coitada! Quando Antônia passou para a cozinha, Júnior chamou por mim, sem tirar os olhos da escada. — Mamãe! Januária suspirou impaciente e carregou o menino para a cozinha, seguindo os passos de Antônia. Romeu abriu a porta do quarto, me procurando ansioso. — Juliette! Eu me virei surpresa. — Romeu! Ele avançou para me abraçar. — Meu amor, eu te amo tan
Saímos daquele lugar numa tensão muito grande. Minha mãe caminhava rápido até o carro, enquanto falava: — Como está o seu casamento? — Perfeito, por quê?— fiquei curiosa. — Seu pai não vai gostar de saber que vai ter outro herdeiro! Me indignei. Parei já na porta do carro em que um segurança me esperava. — Não vou ter um herdeiro, vou ter um filho! Fiquei contrariada, confusa, gesticulando vagamente. — Nem sei se estou grávida mesmo, mas se estiver, é o meu marido quem tem que estar feliz, não o seu! Entrei no carro aborrecida e partimos. Minha mãe ficou preocupada comigo. Devia mesmo, até me provocou cólicas! Desci em casa e fui direto para o banheiro, também estava enjoada. Antônia saiu atrás de mim. — O que está sentindo, senhora?— ela parou na porta do lavabo social. Eu a olhei, depois de forçar o vômito. — Você não acredita, mas o estilista acha que estou grávida! Antônia ergueu as sobrancelhas. — İsso é maravilhos
Um acordo İnsano entre o meu pai e seu sócio, iria decidir o meu destino. Eu teria que me casar com o único herdeiro do império deles, além de mim, claro! Eu me lembrava pouco desse garoto, que podia ter seus sete anos e eu cinco. Ele sempre foi mimado e chato, e eu também devia ser. Éramos filhos únicos de dois sócios do ramo de joias no Brasil. Esse negócio se estendia até os Estados Unidos, pois tinha um escritório lá, onde o doutor Romeu, era assim que minha mãe se referia a ele, ia muitas vezes. Eu brincava, à beira da piscina ouvindo a mesma conversa de sempre. — Casando Juliette com o filho do doutor Romeu, nossos negócios estarão seguros!— o meu pai me olhava, como se esperasse que eu crescesse muito rápido para seguir com o seu plano insano. Minha mãe, percebendo a minha presença, Inclinou-se para sussurrar: — Jaime, você não devia esperar para saber se os dois vão se gostar? Eles se viram, já faz um tempo! O garoto foi estudar nos Estados Unidos e… Meu pai alterou
Eu tentei poupar a minha mãe e não falei mais daquele assunto com ela durante quatro anos. O que eu sabia era que o meu pai também casou com ela para unir as empresas que eram dos pais deles. Os pioneiros faleceram e a união dos dois deu certo, como se eles fossem donos do mundo! Quando a família do doutor Romeu despontou nos negócios, eles se uniram no mesmo propósito, seriam donos de um império que iria se propagar com a linhagem dos filhos. O ramo de joias proporciona muita riqueza e eles não queriam dividir com mais ninguém. Depois que nasceu o menino, minha mãe ficou grávida só um ano depois e tinha obrigação de ter uma menina. O meu pai chegou a dizer para ela que se não tivesse competência para ter uma menina, que não tivesse aquela criança. Minha mãe respirou aliviada ao saber que cumpriu com a sua parte naquele acordo sujo! Eu me tornei uma adolescente normal, espevitada, alegre, mas só na escola. Em casa, eu era sonsa! Bem bobinha mesmo! Meu pai relaxou. Eu andava só com