— Eles todos entraram no recinto e eu os segui, cercada de seguranças. Eram tantos homens se trombando, na intenção de fazer a guarda dos seus patrões que fiquei atordoada. — Vocês não podem entrar assim! Fiquem fora esperando os seus patrões!— esse era o segurança da clínica. — Impossível!— um dos homens protestou. Romeu voltou à minha procura. Ao me ver, estendeu-me a mão. — Querida, venha, deixe que eles se resolvam! Eu obedeci, olhando para trás. Um tumulto, tantos homens de preto, carrancudos discutindo, falando ao mesmo tempo! Enfim chegamos lá dentro, no local próprio onde já nos esperavam. Uma moça saiu de uma sala falando: — Tem uma equipe só para atendê-los, senhores! Arthur tratou de deixar os parentes à vontade, enquanto Romeu me protegia, evitando que alguém se aproximasse de mim, em especial os candidatos a pai do meu filho. Primeiro foi colhido o material necessário do Júnior. Depois os homens foram cha
Renato abriu um largo sorriso e virou-se para Amélia. Não foi preciso dizer qualquer coisa, a mulher estava em choque com o tom de autoridade do recém chegado. — Estou indo chamar a Tina!— ela disse, antes de subir apressada. Tina se assustou ao ver a mãe entrar no seu quarto, daquele jeito afobado. — O que foi, mãe? Parece que viu fantasma! Amélia gesticulou confusa. — Eu vi, quer dizer, ele está aí! — Quem mãe? — O seu sogro. — O quê!— Tina franziu a testa. Amélia começou a andar pelo quarto, extravasando o seu estresse. — O doutor Romeu, ele veio falar com o seu pai e pelo que me pareceu, não aceita não como resposta! Tina tomou o filho nos braços, nervosa. — Eu vou falar um não bem grande para ele! Amelia apressou-se e pegou o neto nos braços. — Deixe o Arthurzinho quieto, ele está dormindo! Desça lá que eu olho o garoto! Tina saiu pisando fundo, estava decidida a colocar o intruso no seu devido lugar.
Eu também procurei viver a história da Tina, enquanto não saía o resultado. Confesso que às vezes ficava calada, pensativa no num canto, pensando no que seria se Juliano fosse pai do meu filho. Eu já preferia o Arthur. Acho que isso iria incomodar muito menos o meu marido agora. Antônia tentava me acalmar sempre. — Não fique se martirizando patroa! Quer saber, eu acho que qualquer que seja o resultado o doutor Romeu vai ficar triste do mesmo jeito. Pense só que ele vai criar o Júnior como se fosse filho! Januária ficou me olhando, pensativa, preocupada. — Fala, Januária! O que você acha, também acredita que pode ser o Juliano? Januária suspirou e tentou não esticar o assunto, mas o pouco que falou, me deixava intrigada. — Olhe patroa, melhor não ficar pensando muito nesse assunto não! A fama do doutor Juliano é de galanteador, conquistador, e se ele disse que ficou com uma novinha, é preocupante! Eu sempre acabava deixando as criadas no meio da conversa, saía sufocada
Arthur desceu do carro, ansioso e entrou em casa quase correndo. Ele deu de cara com nós duas conversando na sala. O sorriso de Tina se desfez instantaneamente. — Arthur! — Tina! Eu sobrei ali. Me levantei do sofá e sai discretamente sem ser notada. Os dois ficaram se olhando, se devorando em silêncio. — Eu fui na sua casa — ele disse baixinho. Ela ficou sem jeito, com um sorriso nervoso. — Eu vim ver como estava a Juliette. — E eu fui ver como você estava!— Ele já havia avançado bem. Tina se assustou quando Arthur segurou-lhe as mãos, então deu um passo para trás. — Eu queria falar sobre nós — ele disse, voltando a se chegar. Tina ficou assustada e tentou se afastar. — Não fuja, vamos nos casar! Tina paralisou. — É só uma conveniência— ela disse, olhando para as mãos que seguravam as suas. — Temos um filho, Tina! — Eu sei, por isso vou me casar! Arthur riu malicioso. — Não minta. Você me deseja. Ti
Quando a funcionária voltou entregando os envelopes, foi uma agitação. Todos estavam ansiosos e queriam saber logo o resultado. Eu percebi que outros relacionamentos estavam estremecidos por conta daquela situação. Ouvi comentários baixinhos de mulheres acusando seus parceiros de ter ido sozinho naquele baile. Alguns homens tentaram se justificar, mas elas rebatiam insistente. Ouvi coisas como:” Mas nunca nem namoramos!” e,” Não importa, já estava comprometido comigo!” Ainda bem que o meu marido resolveu acabar com o burburinho e organizou a revelação do resultado. — Pessoal, escutem! Vamos fazer isso direito! Estamos ansiosos, mas essa situação é muito desconfortável para todos nós, então sugiro que façamos isso juntos, e depois de terminado, espero que haja um desfecho definitivo dessa história. Desde já quero adiantar que serei sempre pai do Júnior. Estou casado com a mãe dele, e ele leva o meu nome! Houve um silêncio, todos estavam paralisados com seus envelopes na mão. —
Este terceiro também teve um resultado negativo. O mesmo aconteceu com outro primo de Arthur. Bem, chegou ao fim a possibilidade de ser um sobrinho de Romeu. — Pode ser eu agora, primo!— disse um senhor muito educado na mesma faixa de idade do Romeu e Juliano. Meu marido começou a suar nesse momento. Delicadamente e sem pressa, o homem abriu o seu envelope. Ele suspirou e guardou o papel junto ao peito com um sorriso nos lábios. Antes de entregar o resultado para que Romeu conferisse, ele abraçou a esposa, emocionado. — Eu lhe falei, meu amor, eu tinha razão, não sou eu!— ele disse olhando nos olhos da mulher. Ela, por sua vez, deixou as lágrimas escorrerem livremente pelo seu rosto. Foi minha vez de ficar apavorada. Juliano levantou-se segurando o seu envelope. — O meu, primo, você pode abrir! Romeu olhou desconfiado e segurou o envelope. Ele abriu com as mãos trêmulas, depois de me dar uma olhada. Eu fiquei atenta à expressão do meu marido.
Na verdade, Júnior era irmão do Arthur, portanto, Tina era sua cunhada! Uma confusão! Voltamos para casa, apesar de Arthur e Tina insistirem para que fossemos comemorar só nos quatro num outro lugar. — Nem pensar! Eu preciso ver o meu filho e contar-lhe que sou o seu pai!— Romeu disse puxando a minha mão. Arthur achou graça e saiu com a Tina para pagar a conta. Enquanto esperávamos no estacionamento, eu tentava acalmar meu marido. — Amor, o Júnior é muito novinho ainda, fique calmo para não assustá-lo! — Eu vou ensiná-lo a me chamar de papai, vai ver como ele aprende rápido! Arthur chegou agitado. — Vamos! Também quero ver a cara do Júnior quando souber a verdade! Eu e a Tina nos olhamos surpresas. — Eles acreditam mesmo que isso é possível? O Júnior ainda é muito novinho!— Tina cochichou. Apenas dei de ombros e fui atrás do Romeu que entrava no carro. Tina e Arthur nos seguiram em outro carro. Chegamos em casa e encont
— Acredite, pai. O Romeu está deslumbrado! Eu conheço o meu marido! Ele não está nem um pouco apressado em se casar novamente comigo! Meu pai ficou fora de si. — Você não pode achar isso normal, Juliette! Vocês têm que se casar! Minha mãe também estava preocupada. — İsso mesmo, minha filha, escute o seu pai! — Por favor, não coloquem caraminholas na minha cabeça! Me sinto casada, muito bem casada com o Romeu! Meu pai me apontou o dedo na cara, falando alterado: — Mas não está casada, ouviu? Tem que se garantir! Não seja tola, não pense que vai prender o seu marido com um filho! Depois disso, ele saiu pisando fundo. A minha mãe, aproximou-se de mim, tentando me alertar. — O seu pai tem razão filha. Pense no que lhe falou, ele tem experiência para saber que as coisas funcionam bem melhor quando estão amparadas pela lei! Eu fiquei desolada. — Meu casamento não é mais um simples negócio! Minha mãe me abraçou e se foi atrás do meu