Romeu se colocou de pé, atrás da mesa, com as mãos apoiadas à sua frente. — Então vocês querem o desfecho desta história, é importante para suas vidas!— ele disse seco. Um homem elegante deu um passo à frente, deixando os outros para trás. — Para falar a verdade, primo, só estou aqui por insistência do seu filho. Esse incidente não altera em nada a minha vida! Arthur se alterou e avançou um passo à frente também, ficando ao lado do homem. — Mas tio, estamos falando de uma criança! Não importa quem tenha sido o envolvido, existe um inocente nessa história, e ele merece saber quem é o seu pai! Romeu também se alterou e apontou o dedo para os presentes naquela sala. — Eu sou o pai dessa criança! Eu vou criá-la como tal, e nenhum de vocês irá me impedir de fazer isso! Houve um silêncio. Arthur jogou os cabelos nervosamente para trás, procurando desesperadamente um argumento. Will decidiu ajudar o primo. — Eu acho que o Arthur tem razão. Esse
Arthur sorriu entre lágrimas. — Eu estava lá. Eu senti inveja do senhor, desejei estar no seu lugar naquele altar. Como eu faço para que alguém me olhe daquele jeito? Romeu ergueu as sobrancelhas. — Eu não sei, filho! Essas coisas não tem explicação! — A Juliette sempre esteve lutando pelo seu amor, eu achava que ela mendigava a sua atenção! — Não, nunca!— Romeu riu, achando absurdo. Arthur suspirou resignado. — Eu fui um idiota, pai. Me perdoe. Não vou mais atrapalhar a sua vida, prometo! Eles se abraçaram. Romeu estava feliz com a proximidade do filho. — Preciso confiar em você, filho. Eu te amo! — Eu também, pai. Os dois saíram abraçados dali e subiram as escadas do mesmo jeito. A cena impactou os olhos curiosos das criadas que ficaram às escondidas, os observando lá de baixo. — Será que o patrão vai levar outra rasteira do patrãozinho, hein Januária? Um longo suspiro respondeu aquela indagação. Só o tempo diria se aquele
Aquele dia demorou para passar. Esperei meu marido, pensando em como estaria se sentindo, depois da minha decisão. Com a resiliência de Arthur ele achou que o assunto seria esquecido, mas eu me posicionei contrária a isso. Era nítido que ele não gostou, mesmo aceitando a minha decisão. E foi assim, Romeu passou o dia tentando se concentrar no trabalho, mas parecia impossível. Arthur foi lhe procurar na sua sala ao saber que ele não iria participar de uma reunião importante. — Isso é verdade, pai? O Jaime me disse que não se sente bem. É uma reunião muito importante! — Não posso, filho, faça isso por mim. Minha cabeça está rodando a mil! Não me sinto em condições de negociar qualquer coisa! Arthur se aproximou da mesa do pai. — Não se deixe abater. Juliette tem razão, essa história só terá um fim se fizermos logo esse exame! Romeu tinha os olhos sofridos quando os ergueu para falar com o filho. — Seja sincero, você acredita que o Júnior pode ser meu,
Depois do jantar, Arthur se recolheu rapidamente, estava inquieto. — Ele está desesperado — eu comentei, enquanto entrava no meu quarto. Romeu vinha logo atrás com Júnior no colo e se divertia com a situação. — Desta vez ele não tem como escapar! Vai ter mesmo que se casar! — A Tina não vai concordar!— eu disse, ajeitando o berço do meu filho. — Ela não tem querer! Examinei a expressão do meu marido, ele falava sério. — Tina é muito rebelde, você não a conhece! Romeu deu de ombros, logo que colocou Júnior no berço. — Vou tratar com o pai dela amanhã mesmo, assim que sair do laboratório. — Sim, amanhã faremos o exame — até havia esquecido, entristeci. Romeu veio me abraçar carinhoso, esse assunto também lhe era desagradável. — Faremos isso juntos, querida. Eu a amo tanto que enfrentaria o mundo para fazê-la feliz, então isso não pode nos parecer um obstáculo tão grande. — Meu amor, me desculpe, mas eu preciso saber. Por mim, por v
— Eles todos entraram no recinto e eu os segui, cercada de seguranças. Eram tantos homens se trombando, na intenção de fazer a guarda dos seus patrões que fiquei atordoada. — Vocês não podem entrar assim! Fiquem fora esperando os seus patrões!— esse era o segurança da clínica. — Impossível!— um dos homens protestou. Romeu voltou à minha procura. Ao me ver, estendeu-me a mão. — Querida, venha, deixe que eles se resolvam! Eu obedeci, olhando para trás. Um tumulto, tantos homens de preto, carrancudos discutindo, falando ao mesmo tempo! Enfim chegamos lá dentro, no local próprio onde já nos esperavam. Uma moça saiu de uma sala falando: — Tem uma equipe só para atendê-los, senhores! Arthur tratou de deixar os parentes à vontade, enquanto Romeu me protegia, evitando que alguém se aproximasse de mim, em especial os candidatos a pai do meu filho. Primeiro foi colhido o material necessário do Júnior. Depois os homens foram cha
Renato abriu um largo sorriso e virou-se para Amélia. Não foi preciso dizer qualquer coisa, a mulher estava em choque com o tom de autoridade do recém chegado. — Estou indo chamar a Tina!— ela disse, antes de subir apressada. Tina se assustou ao ver a mãe entrar no seu quarto, daquele jeito afobado. — O que foi, mãe? Parece que viu fantasma! Amélia gesticulou confusa. — Eu vi, quer dizer, ele está aí! — Quem mãe? — O seu sogro. — O quê!— Tina franziu a testa. Amélia começou a andar pelo quarto, extravasando o seu estresse. — O doutor Romeu, ele veio falar com o seu pai e pelo que me pareceu, não aceita não como resposta! Tina tomou o filho nos braços, nervosa. — Eu vou falar um não bem grande para ele! Amelia apressou-se e pegou o neto nos braços. — Deixe o Arthurzinho quieto, ele está dormindo! Desça lá que eu olho o garoto! Tina saiu pisando fundo, estava decidida a colocar o intruso no seu devido lugar.
Eu também procurei viver a história da Tina, enquanto não saía o resultado. Confesso que às vezes ficava calada, pensativa no num canto, pensando no que seria se Juliano fosse pai do meu filho. Eu já preferia o Arthur. Acho que isso iria incomodar muito menos o meu marido agora. Antônia tentava me acalmar sempre. — Não fique se martirizando patroa! Quer saber, eu acho que qualquer que seja o resultado o doutor Romeu vai ficar triste do mesmo jeito. Pense só que ele vai criar o Júnior como se fosse filho! Januária ficou me olhando, pensativa, preocupada. — Fala, Januária! O que você acha, também acredita que pode ser o Juliano? Januária suspirou e tentou não esticar o assunto, mas o pouco que falou, me deixava intrigada. — Olhe patroa, melhor não ficar pensando muito nesse assunto não! A fama do doutor Juliano é de galanteador, conquistador, e se ele disse que ficou com uma novinha, é preocupante! Eu sempre acabava deixando as criadas no meio da conversa, saía sufocada
Arthur desceu do carro, ansioso e entrou em casa quase correndo. Ele deu de cara com nós duas conversando na sala. O sorriso de Tina se desfez instantaneamente. — Arthur! — Tina! Eu sobrei ali. Me levantei do sofá e sai discretamente sem ser notada. Os dois ficaram se olhando, se devorando em silêncio. — Eu fui na sua casa — ele disse baixinho. Ela ficou sem jeito, com um sorriso nervoso. — Eu vim ver como estava a Juliette. — E eu fui ver como você estava!— Ele já havia avançado bem. Tina se assustou quando Arthur segurou-lhe as mãos, então deu um passo para trás. — Eu queria falar sobre nós — ele disse, voltando a se chegar. Tina ficou assustada e tentou se afastar. — Não fuja, vamos nos casar! Tina paralisou. — É só uma conveniência— ela disse, olhando para as mãos que seguravam as suas. — Temos um filho, Tina! — Eu sei, por isso vou me casar! Arthur riu malicioso. — Não minta. Você me deseja. Ti