Quando eu desci com a Tina, as moças estavam assustadas, me olhando com o véu nas mãos. — Filha!— Meu pai veio me abraçar preocupado. Eu fiquei estática, não me lembrava dele ter me abraçado alguma vez na vida! Ele se afastou e me viu olhando-o surpresa, então começou a falar carinhoso: — O que aconteceu, porque teve um surto? Se não quiser se casar com o Arthur, não vou obrigá-la! — Eu… acho que não quero, pai! — ainda estava confusa com a preocupação do meu pai. — Então não se case, Juliette! Eu sei que você ama o Romeu, sua mãe me contou, não se case com esse moleque! Eu estava tão chocada que não conseguia pronunciar qualquer palavra, a minha boca parecia borbulhar. Ele me abraçou novamente. — Estou do seu lado, filha. Se quiser desistir, vou apoiá-la! Januária ficou alvoroçada e saiu para fora de casa, onde Antônia já esperava com os muitos seguranças. Nunca se viu tantos! Meu pai trouxe os dele e Arthur contratou uns extra para me g
Muitos olhares curiosos, admirados, e eu olhando para o Romeu, como se ele estivesse à minha espera no altar. Arthur estava nitidamente satisfeito, sorria vitorioso. De repente, o olhar dele paralisou numa figura que entrava na igreja, levando um bebê nos braços. — Tina!— ele exclamou. Romeu estava do lado, mas não percebeu nada, me olhava com os olhos brilhando de paixão. — Meu Deus, como é linda essa mulher!— Ele falou baixinho, quase para dentro de si. A minha mãe estava linda, num vestido perolado. Ela me olhava curiosa e preocupada. Coração de mãe sente, não tem jeito, ela percebia um brilho diferente nos meus olhos e não era amor, ela sabia. Tina se aproximou da primeira fileira dos assentos, e ficou encarando Arthur. Havia mágoa no seu olhar. O clima era de muita tensão. A garotinha que foi incumbida de levar as alianças chegou muito antes de mim, sorridente, espalhando pétalas de rosas pelo chão. Eu não lembrava dessa criança, foi a minha mãe que cuidou dessa p
Eu empurrei o Romeu, irritada! Ele ficou sorrindo achando graça. Imagine só, eu cercada de jornalistas, querendo me entrevistar para entender, como eu deixo o noivo no altar e em seguida beijo o meu sogro na porta da igreja! Me joguei dentro do carro às pressas para fugir daquele alvoroço. As criadas chegaram afobadas, trazendo o Júnior com elas. O coitado do meu filho estava atordoado com tanto falatório. Um segurança fechou a porta, assim que eu entrei, e deu a volta correndo para pegar a direção. — Não se preocupe com o garoto, senhora! Ele virá logo atrás! Precisamos sair daqui imediatamente! Em pouco tempo estávamos longe daquele lugar. A escolta vinha atrás trazendo o meu filho. — Onde quer ir, senhora? Eu sugiro que vá para a casa do seu pai, os jornalistas devem estar indo, à sua procura na casa dos Martins! Suspirei nervosa, ao ver como o rapaz estava ansioso. — Passe um rádio e peça que levem meu filho para casa dos meus pais também
— Calma, Romeu. Ela está segura. Está na minha casa, e lá ele não entra, eu lhe garanto! Romeu ficou mais tranquilo. — Graças a Deus! Não sei o que pode acontecer se eles conversarem neste momento! Mas o destino de Arthur era bem diferente do que eles pensavam. Arthur chegou ao condomínio de Tina, mas ela não autorizou a sua entrada. — Droga!— ele desabafou. Uma coincidência o ajudou. Ele foi reconhecido por um homem muito elegante, que saía daquele momento. — Arthur Martins! Não devia estar se casando? Arthur apertou os olhos, tentando reconhecer o homem. — Sou Renato Monteiro Novaes! Aquele sobrenome “Monteiro Novaes", estava na sua lista de convidados. — Eu, eu…— ele gaguejou. O homem devia ser um conhecido do seu “ quase sogro”, ele pensou. — Estava indo para a festa, me atrasei para a cerimônia na igreja!— O homem disse curioso. — Não teve casamento! — O quê! — Não teve casamento!— Arthur repe
Eu fechei o semblante. A minha mãe se aproximou surpresa olhando curiosa para o Júnior. — Juliette, não está saindo nada do seu peito! Esse garoto não está mamando! Eu olhei calmamente para o meu filho e sorri. — Eu sei, ele já come outras coisas! O peito é apenas um consolo para ele. Minha mãe franziu a testa preocupada. — O que foi mãe? Por que está com essa cara? — Você não andou se deitando com Arthur, sem se prevenir, não é? Eu achei graça. — Claro que não! Nunca senti desejo por ele! — E com o Romeu, andou se deitando? — O quê! Mãe, pare de me pressionar! Minha mãe estava estranha, preocupada! — Juliette, muitas mulheres engravidam nesse período, achando que não correm risco! Meu coração disparou de medo. — Não me assuste, mãe, pelo amor de Deus! Minha mãe sentou-se à beira da cama, desesperada. — Eu não queria que você se enchesse de filhos! Eu queria tanto que fosse diferente com você, filha!
— Romeu, espere lá fora, eu cuido da minha filha!— minha mãe estava agitada. Com os olhos vermelhos, eu a olhei, assim que ela fechou a porta. — Ai mãe, o que eu faço? — Não tem muito jeito, agora ele já sabe e vai exigir que se case com ele! Meus olhinhos assustados piscavam temerosos. — Ele me pediu em casamento, na porta da igreja! Minha mãe suspirou resignada. — Melhor assim, caso contrário, teria que casar com o Arthur de qualquer jeito! — Deus me livre! Minha mãe começou o interrogatório: — Há quanto tempo vem sentindo esses enjoos? Eu peguei uma toalha para secar o rosto, antes de responder: — Algum tempo! — E nunca desconfiou que estava grávida? — Jamais! Minha mãe suspirou e abriu a porta do banheiro. Lourença estava falando baixinho com Romeu. Quando ela se aproximou, ele fingiu estar conversando com o Júnior. — Preciso ter uma conversa séria com você, Romeu!— ela disse, cabreira. Ele olho
Arthur abriu a porta, e mal abria os olhos, estava com uma cara péssima! — Ah… oi pai!— Ele parecia confuso. Romeu o viu olhando para o sofá e deduziu que ele dormiu ali. O copo de Whisky ainda o denunciava numa mesinha de apoio. Arthur deu passagem para o pai e jogou os cabelos desalinhados para trás. Romeu caminhou até o sofá, onde ficou analisando o cenário. O paletó ainda estava lá. O filho ficou sem jeito e desabafou apontando o móvel: — Achei que não iria conseguir dormir nunca mais nessa vida! Romeu estava de costas, ainda analisava o cenário descrito pela noite anterior, referente a um noivo abandonado no altar. Mesmo arrasado, Arthur encontrou forças para ironizar: — Desculpe-me por lhe decepcionar, devia me encontrar saindo do banheiro num roupão com um sorriso no rosto, mas não sou um recém casado. Romeu virou-se para o filho, um tanto confuso. — Imagino que tenha sido difícil, mas vamos concordar que foi justo o que
Tina também sofria porque o pai se entusiasmou com o suposto interesse do Arthur pelo seu neto e queria mandá-la no mesmo pacote. Depois que Arthur saiu da casa dela, o clima esquentou. Renato lhe deu um sermão sem piedade alguma! — Tina, você está se negando a casar-se com um Martins! Ficou louca, filha? Esse rapaz é um dos melhores partidos que existe, sabia? — Pai, pelo amor de Deus, em nenhum momento eu fui pedida em casamento! O senhor forçou muito a barra! Arthur se referia ao meu filho! — E você também negou que era dele, que absurdo! Ele disse que tem certeza, o garoto é a sua cara! Tina bufou, os braços cruzados sinalizando a sua famosa rebeldia. Sua mãe, submissa ao marido, não se atrevia a se meter na conversa, balançava o neto no colo nervosamente. — Não vou me casar com o Arthur e não vou deixar que ele dê seu nome ao meu filho! Depois disso, Tina tomou o filho nos braços e subiu as escadas, irritada. Renato se aproximou d