Eu estava inquieta, temendo o meu reencontro com Arthur. Depois do que eu lhe fiz, com certeza não seria nada agradável! Andava de um lado para o outro da sala, falando sem parar. — Ele deve estar fora de si, deve estar me odiando, mas eu tenho que ouvir o seu desabafo. Ele merecia o que lhe fiz e muito mais! Lourença andava atrás de mim, afobada. — Aqui ele não vai entrar, o seu pai deixou ordens explícitas para que os seguranças não permitam a sua entrada! As horas foram se passando e eu fiquei confusa com o silêncio do noivo que eu havia abandonado no altar. No final do dia, já estava impaciente e resolvi procurar a Tina. Lourença me seguia fora da casa, impaciente, tentando me impedir. — Não pode sair assim, Juliette. Seu pai não vai gostar, ele está preocupado com a fúria do moço! Sabe Deus do que esse rapaz é capaz! Eu não lhe dei ouvidos e segui com o meu plano. Dois seguranças avançaram para mim, preocupados. — Senhora, seu pai nos deu ordens para não descuidar
— Noivo!— ele exclamou surpreso. Sem tirar os olhos da escada, fingindo naturalidade, Renato respondeu: — Claro, Arthur, pelo que estou vendo, terá que se casar, se quiser ser pai dessa criança! Arthur ficou confuso e voltou-se para posição anterior, ficando de olhos fixos na escada também. Eis que eu e Tina surgimos no alto, junto com Arthurzinho. Os olhos de Arthur caíram sobre mim. — Juliette! — Arthur! O reencontro foi inevitável. — É, eu até esqueci que ela estava aqui! Me perdoe Arthur!— Falsamente, Renato explicou. Arthur suspirou longamente, descansando as mãos na cintura, e o olhar cansado. Talvez aquele fosse o momento de tudo se resolver com uma boa conversa. — Precisamos ter uma conversa, nós três!—ele disse. Tina ajeitou o filho, junto ao peito. — Não vejo necessidade, as páginas de fofocas já se encarregaram de esclarecer as coisas, é só abrir o seu celular! Arthur me olhou apelando para o meu senso de i
— Para mim as coisas estão perfeitamente bem assim!— Tina disse, passando a mão pelos cabelos loiros e os ajeitando de um lado dos ombros. — Mas você é mãe do meu filho, de um Martins!— Arthur retrucou alterado. — Isso é só um detalhe!— Tina falou demonstrando pouco interesse, manuseando um objeto da mesa. — Você estragou o meu casamento com a Juliette, porque não assume a responsabilidade disso, garota insuportável! Tina ergueu os olhos indignada. — Você mentiu, e enganou, ela é minha amiga, seu garoto mimado! Eu, no meio do fogo cruzado, estava prestes a ter uma crise de risos. — Vocês dois estão de cabeça quente, poderiam resolver as coisas de uma forma simples!— sugeri. Tina virou-se para mim, nervosa. — Me casando com esse ogro? Essa é a sua sugestão? Arthur não deixou por menos e também atacou: — Eu nunca pensei em me casar com você. Além de tudo é presunçosa! — Você é ridículo! — Chega!— eu gritei, estava no meu limite. O
Eu e o Romeu havíamos nos perdido em meio as armações e mentiras do Arthur. No meu quarto, com Lourença do meu lado, acalmando Júnior, eu me queixava. — Eu só queria a minha vida de volta! Por que eu tenho que ficar sem o meu marido, ainda mais estando grávida dele? Você não acha que ele já devia ter vindo buscar-me? Lourença franziu a testa confusa. — Mas não foi a menina mesmo quem dispensou o doutor? Ele saiu daqui com o rabinho entre as pernas! Eu me sacudi nervosa, chorosa. — Eu quero voltar pra casa, Lourença! Não quero mais ficar sem o meu marido! Lourença ergueu as sobrancelhas. — E o que a menina está esperando? Vá embora para sua casa logo! Vá cuidar do seu marido! — Estamos divorciados, Lourença!— eu disse impaciente. — Larga a mão de ser besta menina! E você acha que um papel vai impedi-la de ser feliz com aquele homem que mais parece um príncipe de tão bonito que é! Achei graça o jeito da Lourença falar, mas ela tinha razão.
Eu fiquei sabendo que Romeu esteve me procurando e o desespero aumentou. — Lourença, eu não vou aguentar ficar aqui, longe do Romeu. — Se acalme, menina, o seu pai sabe o que faz! — Ele quer me separar do meu marido, Lourença! — Ele conhece o sócio que tem, controle-se! Eu pensei um pouco, andando pela sacada do meu quarto até que tive uma ideia, e saí dali decidida. Lourença veio atrás de mim. — Vou pular o muro!— eu disse agitada. — Pular o muro! Perdeu o juízo, menina? — Eu já fiz isso na época de escola! — Sim, mas aqui tem seguranças! — Lá também tinha! — Você está grávida, Juliette! Me sacudi impaciente. — Ainda nem me sinto grávida, Lourença! — Isso não muda nada! Eu saí apressada até a porta. — Cuide do Júnior para mim, eu volto antes que o dia amanheça! Lourença não acreditou. Eu saí correndo na ponta dos pés, lhe deixando perplexa. Olhando para Júnior no berço, ela desabafou: — Sua mãe é uma desvairada!
Romeu arregalou os olhos, vendo a expressão de pavor do meu pai. — Fale, Jaime, está me assustando! — Juliette foi para o hospital. — Juliette! O que ela tem? — Logo saberemos, vamos rápido, ela pode estar precisando de você. Saíram apressados e cruzaram com Arthur na recepção. — Onde vão desse jeito? Não pretendiam me avisar?— ele questionou. Meu pai lhe deu satisfação, diminuindo o passo, mas não parou de andar atrás do Romeu, enquanto falava: — Estamos indo para o hospital. Vamos ver a Juliette, ela não se sente bem! — Hospital!— Arthur exclamou, mas não pode ir atrás. No carro, meu pai contou para Romeu o que eu fiz na noite passada — O quê! Ela pretendia pular o muro! Que insensatez, Jaime! — Ela queria vê-lo de qualquer jeito, Romeu. Sabe como é moça jovem, cheia de energia, você tem que se acostumar a esses arroubos dela. Infelizmente essa é a consequência de se estar casado com alguém tão mais jovem, apesar de você estar bem cons
Abri os olhos lentamente, eles estavam pesados. — Romeu, me leve pra casa, não quero ficar longe de você! Romeu inclinou-se para beijar minha testa, inúmeras vezes, enquanto me confortava. — Minha querida, descanse, não se preocupe com isso. Prometo falar com o seu pai. Daqui você já vai para a nossa casa. Eu vou cuidar de você, vou te proteger. Eu estava fragilizada. — Você jura? Não vai mais me deixar ficar longe de você? Romeu sorriu carinhoso, meigo, ele parecia mais lindo assim. Voltando da sedução naquele momento, eu não me lembrava da conversa com o médico, antes de ser submetida a um procedimento de curetagem. — Por favor, não trate o Júnior diferente desse nosso filho— eu disse. — O quê! Então você não sabe? — Romeu ficou surpreso. — Do que está falando?— Eu quis saber. Ele tomou minhas mãos e as beijou, emocionado. — Você ainda é muito jovem, teremos muitos filhos se quiser, não tenha pressa! Naquele momento,
Eu o ouvi do meu quarto e saí com o Júnior nos braços. Parei no topo da escada, ofegante. — Meu amor, você voltou!— ele subiu correndo. Beijou-me tanto os lábios, segurando o meu rosto com as duas mãos! — Você está aqui, eu não acredito! Meu Deus, como sofri sem você! Júnior também ganhou muitos beijos e ficou numa alegria só! Entramos os três no quarto e só saímos um tempo depois para o jantar. Antônia já pegou Júnior logo ao pé da escada e encontramos Arthur sentado à mesa. Ele estava sério, não me olhou nos olhos e não estava para muita conversa também. Eu me sentei e comecei a comer, esperando que ele abordasse algum assunto. Como isso não aconteceu, eu mesma o fiz. — Arthur, como ficou a sua situação com a Tina? Não chegaram a nenhum acordo? Ele apenas meneou, negando com a cabeça, e foi só, fechou-se novamente para dentro de si. Depois do jantar, ele subiu rapidamente, e mal falou conosco. — Ele está estranho, Romeu!— eu comentei, olh