Júnior soltou o peito e sorriu. A conversa foi longa! — Sabe filho, eu acho que o seu avô também ama a sua mãe. Ele ficou muito mal em ter que se divorciar. Júnior emitia um som engraçado. — Meu amor, você está querendo falar já? O que você quer dizer, hein? Será que prefere o vovô ao seu pai? Júnior fazia força para falar, chegava a ser engraçado. Ficamos conversando durante muito tempo, até que ele adormeceu. Aí era onde eu deveria ter ido dormir também, mas fiquei pelo quarto andando de um lado para outro, impaciente. Enquanto estava amamentando, ouvi o som de carros saindo e não sabia se era o Romeu, ou o Arthur. A minha intuição dizia que só podia ser o Romeu que foi afogar suas mágoas nos braços de outra mulher. Desesperada, insana, eu saí do meu quarto decidida a tentar a sorte outra vez. Empurrei a porta do quarto e Romeu não estava lá. Comecei a chorar enquanto me despia. Preparei a banheira e entrei no banho relaxante. De
— Louca!! — Eu cansei de ouvir isso. — Me faz mulher, meu amor, não me repreende, eu te amo tanto! Eu me oferecia loucamente e Romeu não conseguia resistir. Deixava o seu coração falar e me tomava com tanto desejo que os beijos nos sufocavam. — Eu vou me arrepender, eu sei, mas tudo o que quero é ficar quentinho dentro de você! — Então fica, amor, fica pra sempre dentro de mim, meu gostoso! O fogo me consumia, ainda mais sabendo que ele me amava! Aquela noite seria inesquecível e traria consequências! No dia seguinte, eu dormia profundamente, quando fui acordada insistentemente pelas mãos de Romeu. — Juliette, acorde! Abri os olhos devagar, sem me recordar de imediato da noite passada. — Romeu, estou com sono, me deixa dormir! — Não, Juliette, no meu quarto não! Pelo amor de Deus, vai acabar provocando uma confusão! Está de casamento marcado! — Eu sei, mas eu… Ele não me deixou falar: — Venha, depois conversamos, vá para o seu quart
E foi isso, combinei com Emília e Nina e passei na casa delas para irmos ao shopping, encomendar o meu vestido de casamento. — Você vai casar com o filho do seu marido mesmo, amiga?— Nina estava incrédula. Estávamos dentro do carro com os seguranças no banco da frente, então eu tive que continuar com o meu personagem. — Sim, meninas, eu vou me casar com o Arthur! Emília percebeu que eu olhava apreensiva para os seguranças e inclinou-se para cochichar no meu ouvido. — Amiga, que babado é esse? É pra valer mesmo? Que história maluca, você não era louca pelo seu marido? — Chegando lá, conversamos melhor a esse respeito, Emília! Elas perceberam que eu escondia alguma coisa e não insistiram até chegarmos finalmente ao shopping. — Me conta logo o que está acontecendo!— Nina segurava o meu braço e olhava para trás na direção dos quatro seguranças que nos aguardavam, chegamos em dois carros. Eu olhei sutilmente para trás e percebi que um deles me
Nós três nos abraçamos comemorando. — Eu não acredito, ela respondeu!– eu estava alucinada. — Manda a data do seu casamento, endereço e tudo, ela vai comparecer!— Nina sugeriu animada. — Melhor, envie um convite para a casa dela aqui no Brasil!— Emília também estava empolgada. Eu murchei e olhei para as duas. — O que foi? Algum problema se ela for?— Nina quis saber. — Não é isso!— eu fiquei confusa, sem saber se devia falar a verdade para elas. — Fala Juliette! Está escondendo alguma coisa?— Nina ficou desesperada. — Não vai ter casamento!— Pronto falei! Nina e Emília ficaram boquiabertas. — Como assim, não vai ter casamento? E o vestido, você acabou de escolher, garota!— Nina estava indignada. Eu olhei de rabo de olho na direção dos seguranças, depois expliquei: — Estou tentando enganar os seguranças, mais exatamente o Arthur. Eu não quero me casar com ele, amando o Romeu como eu amo! Emília se emocionou e me beijou o rosto carinhosamente. — Oh, querida
Arthur virou-se para o pai, surpreso. — Verdade? Guardou alguma coisa para me contar só agora? Passamos o dia juntos, trabalhando! Romeu ficou pálido e eu decepcionada. — Eu vou contar — eu disse entristecida. Arthur acalentou Júnior nos braços, porque o garoto estava começando a ficar agitado. — Fale então, fale de uma vez, mas saiba que nada vai me impedir de casar com você! Eu estava cabisbaixa, e fui até o closet pegar minha bolsa, de onde tirei o orçamento do vestido. Arthur franziu a testa quando eu estiquei o papel na sua direção. — O seu pai disse que o vestido é presente dele, é isso! Achei que ele já havia lhe dito. Romeu suspirou aliviado, mas franziu a testa surpreso com a minha destreza. Deixei meus braços descansarem ao longo do corpo e peguei o Júnior para amamentar. Arthur foi abraçar o pai, agradecido. — Puxa vida, pai! Muito obrigado, fico feliz em saber que aceitou tão bem o meu casamento! Romeu me fuzilou com o olhar e eu o encarei com
O meu corpo estava satisfeito, eu estava preenchida por tanto amor, mas o meu coração estava triste, parecia uma despedida. Não precisava falar, era coisa para se sentir. Ele se levantou, se vestiu, e me olhou emocionado. — Eu sempre vou te amar. Você será o grande amor da minha vida, Juliette! Eu suspirei com tristeza. — Eu sei, esses amores que não podem ser vividos plenamente, jamais são esquecidos! Ele saiu batendo a porta com cuidado e eu virei para o meu filho, que ainda dormia. — Será melhor assim, não é meu amor? Você vai ter o seu pai lhe apoiando, sempre que tropeçar nesta vida! Um tempo depois, meu quarto foi invadido. — Vamos, senhora, vamos começar o seu dia de princesa! Eram três moças alegres e elegantes. Elas usavam calça e camiseta preta, mas eram muito finas no trato. — Vamos sumir com essas olheiras!— uma disse abrindo sua maleta. — Mas eu ainda nem tomei o meu desjejum! — Não se preocupe com isso, já dei as coordenadas, logo ele estará subin
Quando eu desci com a Tina, as moças estavam assustadas, me olhando com o véu nas mãos. — Filha!— Meu pai veio me abraçar preocupado. Eu fiquei estática, não me lembrava dele ter me abraçado alguma vez na vida! Ele se afastou e me viu olhando-o surpresa, então começou a falar carinhoso: — O que aconteceu, porque teve um surto? Se não quiser se casar com o Arthur, não vou obrigá-la! — Eu… acho que não quero, pai! — ainda estava confusa com a preocupação do meu pai. — Então não se case, Juliette! Eu sei que você ama o Romeu, sua mãe me contou, não se case com esse moleque! Eu estava tão chocada que não conseguia pronunciar qualquer palavra, a minha boca parecia borbulhar. Ele me abraçou novamente. — Estou do seu lado, filha. Se quiser desistir, vou apoiá-la! Januária ficou alvoroçada e saiu para fora de casa, onde Antônia já esperava com os muitos seguranças. Nunca se viu tantos! Meu pai trouxe os dele e Arthur contratou uns extra para me g
Muitos olhares curiosos, admirados, e eu olhando para o Romeu, como se ele estivesse à minha espera no altar. Arthur estava nitidamente satisfeito, sorria vitorioso. De repente, o olhar dele paralisou numa figura que entrava na igreja, levando um bebê nos braços. — Tina!— ele exclamou. Romeu estava do lado, mas não percebeu nada, me olhava com os olhos brilhando de paixão. — Meu Deus, como é linda essa mulher!— Ele falou baixinho, quase para dentro de si. A minha mãe estava linda, num vestido perolado. Ela me olhava curiosa e preocupada. Coração de mãe sente, não tem jeito, ela percebia um brilho diferente nos meus olhos e não era amor, ela sabia. Tina se aproximou da primeira fileira dos assentos, e ficou encarando Arthur. Havia mágoa no seu olhar. O clima era de muita tensão. A garotinha que foi incumbida de levar as alianças chegou muito antes de mim, sorridente, espalhando pétalas de rosas pelo chão. Eu não lembrava dessa criança, foi a minha mãe que cuidou dessa p