E foi isso, combinei com Emília e Nina e passei na casa delas para irmos ao shopping, encomendar o meu vestido de casamento. — Você vai casar com o filho do seu marido mesmo, amiga?— Nina estava incrédula. Estávamos dentro do carro com os seguranças no banco da frente, então eu tive que continuar com o meu personagem. — Sim, meninas, eu vou me casar com o Arthur! Emília percebeu que eu olhava apreensiva para os seguranças e inclinou-se para cochichar no meu ouvido. — Amiga, que babado é esse? É pra valer mesmo? Que história maluca, você não era louca pelo seu marido? — Chegando lá, conversamos melhor a esse respeito, Emília! Elas perceberam que eu escondia alguma coisa e não insistiram até chegarmos finalmente ao shopping. — Me conta logo o que está acontecendo!— Nina segurava o meu braço e olhava para trás na direção dos quatro seguranças que nos aguardavam, chegamos em dois carros. Eu olhei sutilmente para trás e percebi que um deles me
Nós três nos abraçamos comemorando. — Eu não acredito, ela respondeu!– eu estava alucinada. — Manda a data do seu casamento, endereço e tudo, ela vai comparecer!— Nina sugeriu animada. — Melhor, envie um convite para a casa dela aqui no Brasil!— Emília também estava empolgada. Eu murchei e olhei para as duas. — O que foi? Algum problema se ela for?— Nina quis saber. — Não é isso!— eu fiquei confusa, sem saber se devia falar a verdade para elas. — Fala Juliette! Está escondendo alguma coisa?— Nina ficou desesperada. — Não vai ter casamento!— Pronto falei! Nina e Emília ficaram boquiabertas. — Como assim, não vai ter casamento? E o vestido, você acabou de escolher, garota!— Nina estava indignada. Eu olhei de rabo de olho na direção dos seguranças, depois expliquei: — Estou tentando enganar os seguranças, mais exatamente o Arthur. Eu não quero me casar com ele, amando o Romeu como eu amo! Emília se emocionou e me beijou o rosto carinhosamente. — Oh, querida
Arthur virou-se para o pai, surpreso. — Verdade? Guardou alguma coisa para me contar só agora? Passamos o dia juntos, trabalhando! Romeu ficou pálido e eu decepcionada. — Eu vou contar — eu disse entristecida. Arthur acalentou Júnior nos braços, porque o garoto estava começando a ficar agitado. — Fale então, fale de uma vez, mas saiba que nada vai me impedir de casar com você! Eu estava cabisbaixa, e fui até o closet pegar minha bolsa, de onde tirei o orçamento do vestido. Arthur franziu a testa quando eu estiquei o papel na sua direção. — O seu pai disse que o vestido é presente dele, é isso! Achei que ele já havia lhe dito. Romeu suspirou aliviado, mas franziu a testa surpreso com a minha destreza. Deixei meus braços descansarem ao longo do corpo e peguei o Júnior para amamentar. Arthur foi abraçar o pai, agradecido. — Puxa vida, pai! Muito obrigado, fico feliz em saber que aceitou tão bem o meu casamento! Romeu me fuzilou com o olhar e eu o encarei com
O meu corpo estava satisfeito, eu estava preenchida por tanto amor, mas o meu coração estava triste, parecia uma despedida. Não precisava falar, era coisa para se sentir. Ele se levantou, se vestiu, e me olhou emocionado. — Eu sempre vou te amar. Você será o grande amor da minha vida, Juliette! Eu suspirei com tristeza. — Eu sei, esses amores que não podem ser vividos plenamente, jamais são esquecidos! Ele saiu batendo a porta com cuidado e eu virei para o meu filho, que ainda dormia. — Será melhor assim, não é meu amor? Você vai ter o seu pai lhe apoiando, sempre que tropeçar nesta vida! Um tempo depois, meu quarto foi invadido. — Vamos, senhora, vamos começar o seu dia de princesa! Eram três moças alegres e elegantes. Elas usavam calça e camiseta preta, mas eram muito finas no trato. — Vamos sumir com essas olheiras!— uma disse abrindo sua maleta. — Mas eu ainda nem tomei o meu desjejum! — Não se preocupe com isso, já dei as coordenadas, logo ele estará subin
Quando eu desci com a Tina, as moças estavam assustadas, me olhando com o véu nas mãos. — Filha!— Meu pai veio me abraçar preocupado. Eu fiquei estática, não me lembrava dele ter me abraçado alguma vez na vida! Ele se afastou e me viu olhando-o surpresa, então começou a falar carinhoso: — O que aconteceu, porque teve um surto? Se não quiser se casar com o Arthur, não vou obrigá-la! — Eu… acho que não quero, pai! — ainda estava confusa com a preocupação do meu pai. — Então não se case, Juliette! Eu sei que você ama o Romeu, sua mãe me contou, não se case com esse moleque! Eu estava tão chocada que não conseguia pronunciar qualquer palavra, a minha boca parecia borbulhar. Ele me abraçou novamente. — Estou do seu lado, filha. Se quiser desistir, vou apoiá-la! Januária ficou alvoroçada e saiu para fora de casa, onde Antônia já esperava com os muitos seguranças. Nunca se viu tantos! Meu pai trouxe os dele e Arthur contratou uns extra para me g
Muitos olhares curiosos, admirados, e eu olhando para o Romeu, como se ele estivesse à minha espera no altar. Arthur estava nitidamente satisfeito, sorria vitorioso. De repente, o olhar dele paralisou numa figura que entrava na igreja, levando um bebê nos braços. — Tina!— ele exclamou. Romeu estava do lado, mas não percebeu nada, me olhava com os olhos brilhando de paixão. — Meu Deus, como é linda essa mulher!— Ele falou baixinho, quase para dentro de si. A minha mãe estava linda, num vestido perolado. Ela me olhava curiosa e preocupada. Coração de mãe sente, não tem jeito, ela percebia um brilho diferente nos meus olhos e não era amor, ela sabia. Tina se aproximou da primeira fileira dos assentos, e ficou encarando Arthur. Havia mágoa no seu olhar. O clima era de muita tensão. A garotinha que foi incumbida de levar as alianças chegou muito antes de mim, sorridente, espalhando pétalas de rosas pelo chão. Eu não lembrava dessa criança, foi a minha mãe que cuidou dessa p
Eu empurrei o Romeu, irritada! Ele ficou sorrindo achando graça. Imagine só, eu cercada de jornalistas, querendo me entrevistar para entender, como eu deixo o noivo no altar e em seguida beijo o meu sogro na porta da igreja! Me joguei dentro do carro às pressas para fugir daquele alvoroço. As criadas chegaram afobadas, trazendo o Júnior com elas. O coitado do meu filho estava atordoado com tanto falatório. Um segurança fechou a porta, assim que eu entrei, e deu a volta correndo para pegar a direção. — Não se preocupe com o garoto, senhora! Ele virá logo atrás! Precisamos sair daqui imediatamente! Em pouco tempo estávamos longe daquele lugar. A escolta vinha atrás trazendo o meu filho. — Onde quer ir, senhora? Eu sugiro que vá para a casa do seu pai, os jornalistas devem estar indo, à sua procura na casa dos Martins! Suspirei nervosa, ao ver como o rapaz estava ansioso. — Passe um rádio e peça que levem meu filho para casa dos meus pais também
— Calma, Romeu. Ela está segura. Está na minha casa, e lá ele não entra, eu lhe garanto! Romeu ficou mais tranquilo. — Graças a Deus! Não sei o que pode acontecer se eles conversarem neste momento! Mas o destino de Arthur era bem diferente do que eles pensavam. Arthur chegou ao condomínio de Tina, mas ela não autorizou a sua entrada. — Droga!— ele desabafou. Uma coincidência o ajudou. Ele foi reconhecido por um homem muito elegante, que saía daquele momento. — Arthur Martins! Não devia estar se casando? Arthur apertou os olhos, tentando reconhecer o homem. — Sou Renato Monteiro Novaes! Aquele sobrenome “Monteiro Novaes", estava na sua lista de convidados. — Eu, eu…— ele gaguejou. O homem devia ser um conhecido do seu “ quase sogro”, ele pensou. — Estava indo para a festa, me atrasei para a cerimônia na igreja!— O homem disse curioso. — Não teve casamento! — O quê! — Não teve casamento!— Arthur repe