- Sam tem idade para ser seu pai.- Mas ele não é.- Alexia, você se envolver com Sam seria uma das piores decepções da minha vida.- Sam? Quem é Sam? Alexia é de Andy e Andy é de Alexia. – falou Aimê. – E eles vão ter o bebê que vai me salvar.Olhei para ela e suspirei. Como contar que eu e Andy não ficaríamos mais juntos, muito menos teríamos o bebê que ela tanto queria?- Monstrinha, Pauline e Henry tiveram um bebê. E ele vai ser seu doador. Eu tenho certeza disto.- Alexia, ninguém lhe contou que a bebê de Pauline não é compatível comigo?Olhei para o meu pai, confusa:- Como assim?- O teste é feito pelo sangue do cordão umbilical. Não é compatível. – ele abaixou a cabeça, confirmando.- Por que ninguém foi capaz de me contar?- Creio que eu tenha ligado umas vinte vezes para você. Por vinte motivos diferentes: um Bugatti queimado, um puxão de orelha por Sam, para avisar que Pauline teve uma menina e avisando que não era compatível. Você não foi capaz de atender nenhuma delas. En
- Mas ele tocou-a, Alteza. – o doutor me olhou por detrás do meu corpo, me observando no espelho. – E isso basta para colocá-lo atrás das grades, de onde nunca mais deverá sair.- Por que escolheu Alpemburg, doutor? Se seus amigos estão em Avalon?- O amor. – ele sorriu. – Conheci a mulher da minha vida e ela é de Alpemburg. A propósito, ela adora o rei Estevan. E foi por este motivo que decidi vir para cá. Ela se recusou a sair. E vi que este país era um bom lugar para começar a minha vida profissional. Sinto muito por seus pais e a situação da pequena princesa.- Diga para sua esposa que Alpemburg voltará a ser um ótimo lugar. Eu garanto.Me vesti e quando voltei, ele me entregou uma caixa com um comprimido:- Sugiro que tome a pílula do dia seguinte, mesmo que tenha passado um pouco do tempo recomendado para sua eficácia, Alteza.- Obrigada.Peguei o comprimido e guardei na bolsa. Tentei pagar a consulta, mas ele não aceitou. Gostei do doutor Lince e isso não me surpreendeu, pois e
- Como assim o açúcar que Laura colocou no tanque do carro? – perguntou Henry.- Meu avô havia revisado o carro. Estava tudo certo. Como acha que ele parou no meio da corrida? Sean mandou investigar. E foi isso que aconteceu. Mas eu contei a Andrew. E ele, pelo visto, não foi capaz de compartilhar com ninguém. Mas eu não esperava nada melhor vindo dele.- Você fez isso? – perguntou o homem ao lado dela, apresentado como seu “namorado”.- Eu... Não fiz. – ela disse confusa, sem saber ao certo o que responder.- O que importa agora, não é mesmo? Eu estou fora do GP e Andrew vencendo todas as corridas. Acredito que ninguém soube porque isso é só mais uma das coisas que Andrew esconde. – olhei para Katrina e saí.Antes que eu chegasse até o fim do corredor, Andrew já estava na minha frente, impedindo-me de seguir:- Você não pode me acusar deste jeito.- Sim, eu posso. Na minha cabeça sempre acharei que foi você, junto com ela.- Logo depois da nossa conversa, eu voltei para o GP. Não fal
- Acha que devo pedir perdão por você ter me traído com Samuel Beaumont e o idiota do seu professor?Dei uma bofetada no rosto dele, com toda a minha força. Ele ficou incrédulo, me encarando, levando a mão à face avermelhada.- Nunca mais fale dele... Ou eu mato você. – falei saindo atordoada.Se eu era capaz de bater na cara de Andrew Chevalier com toda a minha força por ele tocar na palavra “professor”, o que eu seria capaz de fazer com Alexander?Eu tinha até medo de mim mesma quando ele estivesse na minha presença. E isso seria em breve... Muito em breve.Meu pai já sabia sobre a minha data de retorn. O autorizei a anunciar oficialmente que Alexia D’Auvergne Bretonne assumiria a coroa e seria a rainha de Alpemburg.Claro que eu sabia que haveria inúmeras revoluções e grupos rebeldes contrários a mim. Mas eu já sabia como lidar com aquilo. E poderiam bater pé, espernear... A liderança de Alpemburg era minha e de minha família por direito. E eu tinha cabeça só para aquilo: ser a sob
- Vou achar quem começou isso tudo, Sam. E acabar com o problema na raiz.- Como fará isso?- Mandarei dizer que quem se entregar, confessando fazer parte da rebelião contra o rei, receberá anistia da rainha. Quem não o fizer, será considerado traidor.- E será punido com a prisão?- Isto.- Então quem não assumir ser contra a monarquia, será um fugitivo e por um bom tempo não tentará derrubar a rainha.- Você é inteligente, príncipe. – sorri.- O nome disto é “absolutismo”. Ou “tirania”, como preferir.- Gostei dos nomes. – ironizei. – Vou optar por absolutismo.- Não acho errado num primeiro momento. Está tudo uma bagunça em Alpemburg. Encontrar os líderes rebeldes é uma boa alternativa. Mas não poderá tomar esta postura por muito tempo.- Eu sei. Mas preciso encontrar quem começou isso tudo, embora eu já tenha quase certeza.A porta se abriu e Andrew entrou, com Lívia no colo. Fiquei olhando-o confusa. O que ele fazia ali, na minha conversa com Sam sobre monarquia, com a minha sobr
- Você está pálida... – Katrina ajudou, segurando meus cabelos.Vomitei até não ter mais nada no meu estômago.- Meu Deus... Me perdoe, Katrina.- Não acredito que está se desculpando por isso, Alexia. Vá se trocar agora, vou levá-la ao médico.- Não... Não precisa. Foi só um mal-estar.- Não importa. Iremos até o consultório.- Não, eu...- Agora. – ela disse firmemente.Fui até meu quarto, tomei outro banho e troquei minha roupa. Minhas malas permaneciam feitas, sobre a cama. Peguei minha bolsa e fui conferir se estava tudo dentro dela e encontrei a pílula do dia seguinte, dada pelo doutor Lince há um mês atrás. Por que não tomei aquela porcaria antes?Joguei no lixo o comprimido e outros papéis amassados. Vai que eu passasse mal de novo e Katrina tivesse que abrir minha bolsa e se deparasse com aquela bagunça.Quando percebi, já estava no banco traseiro do carro, seguindo com ela em direção a clínica.- Faz tempo que não se sente bem ou foi a primeira vez?- Primeira vez. – confess
Fiquei ali, sentada, sem dizer nada, pensando que aquilo poderia ser um sonho. Que eu acordaria e nada teria acontecido daquela forma. Fechei e abri meus olhos repetidas vezes, tentando acordar. Mas infelizmente eu já estava acordada.- Você está bem? – Dom perguntou.- Acho que eu nunca mais vou ficar bem em toda a minha vida.Ele riu:- Vai sim. A notícia quando é dada de surpresa, deixa as pessoas confusas e preocupadas.Fiquei olhando para ele, sem saber o que eu sentia. Passava tantas coisas pela minha cabeça que parecia que eu desmaiaria ali mesmo.Deus, o que mais você quer de mim? Agora um bebê? Só pode ser brincadeira!Um pavor passou a tomar conta de mim. E se fosse filho de Alex?- É possível tirar o bebê? – perguntei imediatamente.- Alexia, acho que não deve tomar esta decisão precipitadamente. Andrew tem o direito de saber. Andrew? Sim... Senti as lágrimas tentarem escorrere pelos meus olhos, que impedi, limpando-as imediatamente. Talvez fosse um bebê gerado no hotel, u
Aquele dia amanheceu com gosto de vingança. E a semana deve ter sido difícil para Andrew Chevalier. Os canais do mundo inteiro falavam do que houve no passado e já havia até entrevista com o garoto agredido na época. Inclusive vídeos de Andy agredindo Gael na porta do hospital foram associados ao passado, levantando a questão se ele havia mudado depois do que houve ou continuaria a agredir quem cruzasse seu caminho.Só não imaginei que a carreira dele no GP pudesse ficar comprometida. Mas foi o que aconteceu. A próxima temporada com Andrew Chevalier era uma incógnita, pois ele era muito admirado por todos, inclusive crianças. As marcas patrocinadoras temiam ser associadas a um homem temperamental e agressivo.Eu ficaria chateada se ele estivesse fora do mundial. Mas também não poderia fazer nada para impedir. Fiz o que tinha que ser feito. Toda verdade tinha consequências. A minha verdade rendeu o fim de um relacionamento que na época me fazia viver e me levou diretamente à boca do lo