- Como assim o açúcar que Laura colocou no tanque do carro? – perguntou Henry.- Meu avô havia revisado o carro. Estava tudo certo. Como acha que ele parou no meio da corrida? Sean mandou investigar. E foi isso que aconteceu. Mas eu contei a Andrew. E ele, pelo visto, não foi capaz de compartilhar com ninguém. Mas eu não esperava nada melhor vindo dele.- Você fez isso? – perguntou o homem ao lado dela, apresentado como seu “namorado”.- Eu... Não fiz. – ela disse confusa, sem saber ao certo o que responder.- O que importa agora, não é mesmo? Eu estou fora do GP e Andrew vencendo todas as corridas. Acredito que ninguém soube porque isso é só mais uma das coisas que Andrew esconde. – olhei para Katrina e saí.Antes que eu chegasse até o fim do corredor, Andrew já estava na minha frente, impedindo-me de seguir:- Você não pode me acusar deste jeito.- Sim, eu posso. Na minha cabeça sempre acharei que foi você, junto com ela.- Logo depois da nossa conversa, eu voltei para o GP. Não fal
- Acha que devo pedir perdão por você ter me traído com Samuel Beaumont e o idiota do seu professor?Dei uma bofetada no rosto dele, com toda a minha força. Ele ficou incrédulo, me encarando, levando a mão à face avermelhada.- Nunca mais fale dele... Ou eu mato você. – falei saindo atordoada.Se eu era capaz de bater na cara de Andrew Chevalier com toda a minha força por ele tocar na palavra “professor”, o que eu seria capaz de fazer com Alexander?Eu tinha até medo de mim mesma quando ele estivesse na minha presença. E isso seria em breve... Muito em breve.Meu pai já sabia sobre a minha data de retorn. O autorizei a anunciar oficialmente que Alexia D’Auvergne Bretonne assumiria a coroa e seria a rainha de Alpemburg.Claro que eu sabia que haveria inúmeras revoluções e grupos rebeldes contrários a mim. Mas eu já sabia como lidar com aquilo. E poderiam bater pé, espernear... A liderança de Alpemburg era minha e de minha família por direito. E eu tinha cabeça só para aquilo: ser a sob
- Vou achar quem começou isso tudo, Sam. E acabar com o problema na raiz.- Como fará isso?- Mandarei dizer que quem se entregar, confessando fazer parte da rebelião contra o rei, receberá anistia da rainha. Quem não o fizer, será considerado traidor.- E será punido com a prisão?- Isto.- Então quem não assumir ser contra a monarquia, será um fugitivo e por um bom tempo não tentará derrubar a rainha.- Você é inteligente, príncipe. – sorri.- O nome disto é “absolutismo”. Ou “tirania”, como preferir.- Gostei dos nomes. – ironizei. – Vou optar por absolutismo.- Não acho errado num primeiro momento. Está tudo uma bagunça em Alpemburg. Encontrar os líderes rebeldes é uma boa alternativa. Mas não poderá tomar esta postura por muito tempo.- Eu sei. Mas preciso encontrar quem começou isso tudo, embora eu já tenha quase certeza.A porta se abriu e Andrew entrou, com Lívia no colo. Fiquei olhando-o confusa. O que ele fazia ali, na minha conversa com Sam sobre monarquia, com a minha sobr
- Você está pálida... – Katrina ajudou, segurando meus cabelos.Vomitei até não ter mais nada no meu estômago.- Meu Deus... Me perdoe, Katrina.- Não acredito que está se desculpando por isso, Alexia. Vá se trocar agora, vou levá-la ao médico.- Não... Não precisa. Foi só um mal-estar.- Não importa. Iremos até o consultório.- Não, eu...- Agora. – ela disse firmemente.Fui até meu quarto, tomei outro banho e troquei minha roupa. Minhas malas permaneciam feitas, sobre a cama. Peguei minha bolsa e fui conferir se estava tudo dentro dela e encontrei a pílula do dia seguinte, dada pelo doutor Lince há um mês atrás. Por que não tomei aquela porcaria antes?Joguei no lixo o comprimido e outros papéis amassados. Vai que eu passasse mal de novo e Katrina tivesse que abrir minha bolsa e se deparasse com aquela bagunça.Quando percebi, já estava no banco traseiro do carro, seguindo com ela em direção a clínica.- Faz tempo que não se sente bem ou foi a primeira vez?- Primeira vez. – confess
Fiquei ali, sentada, sem dizer nada, pensando que aquilo poderia ser um sonho. Que eu acordaria e nada teria acontecido daquela forma. Fechei e abri meus olhos repetidas vezes, tentando acordar. Mas infelizmente eu já estava acordada.- Você está bem? – Dom perguntou.- Acho que eu nunca mais vou ficar bem em toda a minha vida.Ele riu:- Vai sim. A notícia quando é dada de surpresa, deixa as pessoas confusas e preocupadas.Fiquei olhando para ele, sem saber o que eu sentia. Passava tantas coisas pela minha cabeça que parecia que eu desmaiaria ali mesmo.Deus, o que mais você quer de mim? Agora um bebê? Só pode ser brincadeira!Um pavor passou a tomar conta de mim. E se fosse filho de Alex?- É possível tirar o bebê? – perguntei imediatamente.- Alexia, acho que não deve tomar esta decisão precipitadamente. Andrew tem o direito de saber. Andrew? Sim... Senti as lágrimas tentarem escorrere pelos meus olhos, que impedi, limpando-as imediatamente. Talvez fosse um bebê gerado no hotel, u
Aquele dia amanheceu com gosto de vingança. E a semana deve ter sido difícil para Andrew Chevalier. Os canais do mundo inteiro falavam do que houve no passado e já havia até entrevista com o garoto agredido na época. Inclusive vídeos de Andy agredindo Gael na porta do hospital foram associados ao passado, levantando a questão se ele havia mudado depois do que houve ou continuaria a agredir quem cruzasse seu caminho.Só não imaginei que a carreira dele no GP pudesse ficar comprometida. Mas foi o que aconteceu. A próxima temporada com Andrew Chevalier era uma incógnita, pois ele era muito admirado por todos, inclusive crianças. As marcas patrocinadoras temiam ser associadas a um homem temperamental e agressivo.Eu ficaria chateada se ele estivesse fora do mundial. Mas também não poderia fazer nada para impedir. Fiz o que tinha que ser feito. Toda verdade tinha consequências. A minha verdade rendeu o fim de um relacionamento que na época me fazia viver e me levou diretamente à boca do lo
Andrew se ajoelhou em frente a mim e levantou a minha cabeça:- Me perdoa... Parece que eu preciso magoá-la... Fazer você sentir tudo que eu senti longe de você.- Foi você que terminou, Andrew.- Você me traiu.Eu ri:- Sim... Traí. Mas você não, quando beijou Laura, muito menos quando a garota o beijou no pódio. Quando se trata de você, tudo é armação, porque você é um homem decente e honesto, que não erra... E tem um passado limpo.- Todo mundo já sabe da porra do meu passado. – ele levantou, andando de um lado para o outro.- Eu perdoei também o seu passado. Mas você não pôde perdoar um mínimo deslize meu. O meu beijo em Sam não é a mesma coisa que seu beijo em Laura ou na garota do pódio... E em quantas outras tenham surgido que eu não saiba. Mas agora isso não importa, não é mesmo?- Eu liguei para você... Eu mandei mais de cem mensagens pedindo para conversarmos. Você sequer foi capaz de atender. Só respondeu quando toquei na porra do Bugatti.- Não existe mais conversa sobre o
As doze semanas de gestação enfim chegaram e o exame de DNA foi feito, mesmo eu sabendo os riscos que ele oferecia para a gravidez. Um fio de cabelo de Andrew foi suficiente para testar a paternidade dele.Não sei se foi sorte, ou Deus, mas tudo correu bem. A decepção veio depois:- Alteza, você terá que aguardar de uma a duas semanas para vir o resultado.- Como assim, doutor Lince?- É preciso fazer um mapeamento de DNA minuscioso. Demora mais do que se fosse uma análise normal.- Meu Deus, como vou conseguir esperar tanto tempo?Ele sorriu, sentando em sua cadeira confortavelmente:- Assim como esperou para fazer o exame.- Deste jeito o doutor vai me matar de ansiedade.- Certamente não. Se existe uma mulher forte, é você, Alexia D’Auvergne Bretonne, futura rainha de Alpemburg.- Isso é um elogio?- Sim. – ele confirmou.- Acho que só vou conseguir dormir novamente quando eu pegar este exame.- Isto quer dizer que não dorme? Há quanto tempo isso acontece?- Desde... Que tudo acont