Eu percebi todos os olhares sobre mim.- Acho que Andrew Chevalier machucou a mão... Está enfaixada. – observou Emília, tentando focar em outra coisa.Ele já estava sem a garota neste momento. Saiu, sem dar entrevistas desta vez. Realmente a mão estava enfaixada. E eu torci para que ele tivesse machucado da última vez que nos falamos, quando ele socou algo no quarto de hotel. Não queria que ele tivesse arrumado briga em algum lugar.A raiva que eu sentia dentro de mim era simplesmente insuportável.- Eu... Vou me recolher. Estou cansada. – falei, quase fugindo dali.Antes que eu chegasse na porta, Sam estava atrás de mim. Me disse:- Se precisar de mim... Estou aqui.- Obrigada.Não adiantava nenhum tipo de gentileza naquele momento. Nada apagaria a imagem que eu vi. E não tinha o que ele pudesse dizer para justificar eu ser traída em rede nacional.Tomei um banho enquanto me derramava em lágrimas. Era tão irônico saber que minha mãe não chorava enquanto eu chorava por qualquer motiv
- Sim, eu vou fazer um baile de máscaras para você em Alpemburg, monstrinha. E nele comemoraremos a sua vida.- Eu amo você, Alexia Chapeuzinho Vermelho.Comecei a rir, ao mesmo tempo que sentia meu coração doer:- Amo você, Aimê Monstrinha.Assim que desliguei o telefone, fechei meus olhos e respirei fundo, para não chorar novamente. Temia não ter mais lágrimas algum dia... Que secassem de tanto que as derramei.Pensei em mandar uma mensagem para Alex e Mirella, avisando que eu estava em Alpemburg. Mas preferi não. Não tinha certeza de quanto tempo ficaria no meu país. Talvez fosse melhor falar com eles somente quando eu tivesse certeza que Alpemburg voltaria a ser meu lar.No início da noite, minha mãe veio para casa, como combinou comigo. Eu estava com saudades de meu pai. Mas ele ficaria com Aimê naquela noite, então eu só o veria no dia seguinte.Eu estava deitada na minha cama quando Satini chegou, vestida de pijama. Os cabelos dela estavam bem penteados, mas ela estava abatida
Eu sorri e saí. Claro que ele percebeu que sim, eu havia ficado noiva de Andrew. Já nem sabia se ainda tínhamos este compromisso.Sentei no banco de motorista do Bugatti, com meu café fumegante. Confesso que por uma fração de segundos, senti falta do frio de Avalon, aliado ao café quente para aquecer o corpo. Mas foi só naquele momento.Fechei meus olhos e deitei minha cabeça no volante. Claro que eu lembrava de cada minuto que passei com Andrew no Bugatti. E eu não precisava estar dentro dele para isso. Simplesmente porque Andrew estava na minha mente e no meu coração o tempo inteiro.Eu não entendia exatamente o que se passava conosco. Mas uma certeza eu tinha: eu o amava. E outra: o relacionamento à distância não deu certo para nós. Talvez pelo fato de termos nos envolvido tão recentemente. Ou por minhas inseguranças com relação a outras mulheres, visto que isso sempre fez parte da vida dele.Talvez sim, eu pudesse lhe dar uma chance de explicar o que houve aquela noite no pódio. A
Ele parecia cego, pela forma como passou por mim sem sequer olhar na minha direção.- Quem é ele? – Andrew perguntou, se colocando de frente a Alexander, ainda sem olhar para mim.- Andy, não é o que você está pensando.- Quem é ele? – praticamente gritou, chamando a atenção de algumas pessoas a volta.- Sou Alex... O professor dela. – ele estendeu a mão. – Você deve ser... O noivo que a abandonou quando ela mais precisava.Andrew deu um soco em Alexander. Típico dele. Era só assim que resolvia qualquer situação: agressivamente. E por que Alexander tinha que falar qualquer coisa? Ou melhor, por que ele me beijou? Eu havia deixado claro que não queria nada além de amizade.Claro que vi o sangue escorrer do canto da boca de Alexander, que encarou Andrew sorrindo enquanto limpava com o dedo o líquido vermelho.- Andy, pare com isso. Vamos embora. – eu pedi.- Não mesmo... – Alexander disse. – Não vão embora.Foi então que Alexander revidou, com força, atingindo o rosto de Andrew em cheio
A língua dele entrou profundamente em mim, me deixando completamente louca. Andrew era minha perdição. Como eu podia amar tanto aquele homem a ponto de achar que minha vida não tinha sentido algum sem ele? O que eu estava esperando para ser feliz? Talvez fosse o momento de largar tudo para o alto e ir com ele, sem me preocupar com nada além da minha felicidade.Enquanto sua língua estava dentro de mim, o dedo me estimulava delicadamente. Eu sentia cada parte da minha pele queimando. Fechei meus olhos e me entreguei àquele momento que esperei por tanto tempo. O nosso momento...Não precisou muito para eu gozar puxando os cabelos dele com tanta força que o fez gemer de dor.Ele me olhou, ainda ajoelhado e disse:- Isso está apenas começando, Chapeuzinho.A água caía sobre seu rosto, deixando-o ainda mais lindo. Desci até ele, me ajoelhando em sua frente e tomando seus lábios, sentindo meu próprio gosto nele. Éramos dois seres completamente ansiosos um pelo corpo do outro, num box de ban
- Então bem-vinda à sua infeliz vida a partir de agora.Ele virou as costas e saiu, me deixando ali, na cama, com a dor que me consumia. Não lembro de algo ter doído tanto em mim até aquele momento. Foi como se alguém tivesse cravado uma faca no meu coração e ficasse girando-a dentro dele.Ele me deixou por eu falar a verdade? Ou pelas fotos que chegaram até ele, que não significavam nada além de um abraço? Fui muito inocente em dizer o que tinha acontecido, quando poderia ter ficado quieta?Deus, eu tinha traído ele... Sim, eu beijei Sam, eu beijei Alexander, mesmo sem querer. Sam foi com o intuito de vingança... Alexander eu nem sei exatamente o que houve naquele momento, pois fui pega totalmente desprevenida. Mas eu o traí... Sim, o traí... E aquilo doía tanto, mas tanto...Corri ao banheiro e vomitei. Minha cabeça começou a doer intensamente. Eu não lembrava quando foi a última vez que me alimentei.Tomei um banho rápido e me vesti, descendo até o saguão do hotel. Ele já havia pag
- Sua presença no castelo de Avalon foi simplesmente incrível, Alexia. Você é uma pessoa especial e nunca deixe ninguém lhe dizer o contrário.- Você que é especial, Sam.Nos abraçamos. Ele beijou o topo da minha cabeça.- Quando pretende ir? Amanhã? – perguntou ainda agarrado a mim, parecendo com medo de eu escapar, ao mesmo tempo que me mandava embora.- Não... Agora mesmo.Ele me soltou e virou de costas:- Vá agora, Alexia. Antes que eu me arrependa e não a deixe sair daqui nunca mais.Eu ri. E dei adeus em pensamento. Se Andrew não tivesse aparecido na minha vida quando eu tinha dez anos de idade, certamente eu estaria hoje completamente apaixonada por Samuel Beaumont. E por incrível que possa parecer, eu tenho certeza de que seria muito feliz com ele. Tínhamos muito em comum: tranquilidade, amor de sobra, pensávamos não só em nós mesmo, mas em todos ao nosso redor e éramos extremamente apegados à nossas famílias.Eu não tinha muito em comum com Andy. Ainda assim o amava tanto qu
Eu queria abrir meus olhos, mas eles se recusavam a me obedecer. A cabeça doía muito. E meu coração estava tão acelerado que parecia que eu teria um infarto. Tentei puxar meu braço, mas ele não veio... Parecia estar preso.Abri os olhos com dificuldade. Minhas mãos estavam para cima, amarradas levemente. Estava deitada numa cama. Tentei olhar para trás, mas minha cabeça doía muito e não consegui. Eu estava num quarto amplo, mas levemente escuro. O teto rodava. Tentei falar, gritar, mas minha voz não saia.Me mexi e senti muita dor no corpo. O colchão era duro, mas confortável. A cama enorme. Deus, o que eu havia feito? Dormi com um desconhecido? Eu não lembrava de nada... Absolutamente nada. Ainda me vinha a cabeça a imagem de Alex. Depois disso era tudo um borrão.Consegui retirar as mãos, que estavam amarradas com um tecido fino à cabeceira. Sentei sobre o colchão. Eu estava nua... Entrei em pânico quando vi sangue na cama. Tentei levantar, mas estava tonta. Doía cada parte do meu c