(Siegfried)
— Amarre esse cretino. — A voz baixa e calma de Dallas cortou o silêncio maculado pelo crepitar do fogo da lareira. Eu ainda não conseguia acreditar no que estava acontecendo.
O quarto estava entregue a uma escuridão insana, as chamas laranjas e amarelas pintavam nossas pele exposta e deixavam seu rosto avermelhado como um espírito de fogo. Dallas estava sentada na poltrona como uma maldita espectatora e seus olhos castanhos escuros sobre mim eram como a brasa quente de uma fogueira, aquecendo meu corpo por inteiro e fazendo aquele maldito negócio com vontade própria se endurecer e latejar dentro da minha cueca.
(Siegfried) Deslizei a mão trêmula pelo rosto. A manhã estava fresca demais, com um nevoeiro branco cobrindo as ruas da ilha. Inspirei fundo nervosamente, colocando as mãos para dentro do bolso da jaqueta de couro, onde achei um maço velho de cigarros e ofereci para o rapaz na minha frente. Ele apertou os lábios em uma espécie de sorriso do silêncio e puxou um cigarro, colocando na boca. Peguei o isqueiro, acendi a chama e deixei ele aproximar o cigarro, chupando e sugando o ar. Lembrei de todas as merdas que fizemos, como aquela boca naturalmente rosada se encheu com meu sêmen.
(Dallas) Eu estava batendo os dedos em cima da mesa de madeira, encarando o prato principal que eu tinha feito com muito carinho esfriar. Rangi os dentes, cutuquei o suéter e mofei um tempo sentado até a garrafa de vinho acabar e as velas derreterem. Levou tudo isso de tempo até que a porta se abriu, trazendo um vento frio. Arrepiei, sentindo as bochechas quentes do álcool e fiquei observando enquanto Siegfried batia a neve das roupas e entrava. — Nossa, demorou, achei que não ia vir mais. — Rosnei. Ele estreitou os olhos azuis irado e entrou na s
(Dallas)— Não, Sieg, eu não quero. Mas… Agora que testei aquilo, talvez eu queria ir além.— Hm. — Resmungou bebendo o chá. — Psicopata maldita.— Confesso que gostei de vê-lo sofrer.— Sádica.— (Siegfried)— Siegfried Turgard! — A porta da saleta superior da boate abriu com um chute.O som da música eletrônica de uma apresentação que as garotas estavam ensaiando vazou. Ergui os olhos da mesa cheia de papel. Os soldados apontaram suas armas para porta.— Por Thor, Karvel! — Alyssa abaixou a arma cromada, seus cabelos bagunçados estavam com a pontinha por cima das sobrancelhas e o brinco de ouro pequeno com uma pérola reluziu ao lado dos piercings.09
(Siegfried) — Dallas. — E que não se importa com o que Karvel fez. — Qual é… — É nossa responsabilidade cuidar dele. — Pare com isso. — Balancei a cabeça negando, tentando manter aquelas palavras que ele estava cuspindo longe de
(Dallas) A batida lenta eletrônica da música se perdia na neblina dos cigarros e por entre corredores abarrotados de mulheres apenas de lingerie e homens quase sem roupa. A decoração era antiquada como antigos castelos, papeis de parede escuros e avermelhados competiam espaço com quadros contendo fotografias preto e branco de cenas BDSM realizadas na casa noturna. O carpete azul escuro era especialmente limpo e a mobília parecia ser tirada de um museu da época vitoriana européia. Ali ninguém ligava especialmente para o que você estava fazendo. A maioria dos homens usava terno e escondia sua identidade com máscaras enquanto garotas e garotos dançavam para
(Dallas) Deslizo a mão no rosto, sem saber como agir, especialmente quando o Viktor infere um tapa forte no traseiro de seu garoto de lingerie. As meninas em baixo da mesa acariciam suas pernas e ele gentilmente pisa em seus dedos das mãos, fazendo-as soltar gemidinhos de prazer. Eu não sei o que pensar a respeito. Gosto do sofrimento delas, mas me incomoda o quanto elas estão desejando sofrer avidamente. — Cerveja era ilegal por aqui até os anos 90. Sexo como o que praticamos era ilegal até 2015. — Viktor dá um gole em sua bebida. — (Siegfried) Aquela saleta poderia ser assustadora para algumas pessoas, mas era um recanto de prazer para mim. A luz estava baixa, iluminando as paredes totalmente vermelhas. A música que saia do rádio era um sussurro calmo embalando o momento. Eu já estava ficando duro apenas em descer o zíper da jaqueta e puxá-la de seus ombros. Os olhos magnificamente azuis de Renée encontraram com os meus em um olhar de confiança. É diferente quando você está espancando uma pessoa que tem medo de você e quando você está prestes a fazer isso com alguém que anseia pela dor. Último capítulo13