RAONI SEGUIU A DIREÇÃO que o carbúnculo estava indicando, ele não sabia se poderia confiar no desgraçado monstro de sete cabeças, mas era nítido que existia alguma treta entre eles, e outra, ele não ganharia nada o ajudando se estivesse do lado deles.
Como das outras vezes, ele chegou de frente a um rio e sentiu calafrios, a água era límpida e podia ver um fio de cabelo no fundo da água se prestasse bem a atenção.
A pedra começou a tremer em sua mão quando ouviu uma voz que vinha de dentro da água, era uma voz engraçada de papagaio.
— Currrrrrupaco... eis que chegou enfim em minha casa o grrrrrrrrande guerreiro.
 
RAONI OUVIU UM BATER de palmas e olhou para o ser que estava sentado em cima de um galho o observando. — Está de parabéns, grande guerreiro... – o ser deu uma bocejada – não é qualquer pessoa que vence meu irmão com um único golpe. Raoni percebeu que aquele seria um dia muito longo. — Não precisa se preocupar comigo... sou Jaci Jaterê, o deus da sesta. — Mas estamos na terça-feira ainda. O deus com cara de criança colocou a mão no rosto sem acreditar na barbaridade que tinha acabado de ouvir.&nbs
RAONI ABRIU OS OLHOS devagar e percebeu que estava preso e viu um porco enorme afiando as presas. — Que bom que a bela adormecida acordou. — Não sabia que gostava de filmes da Disney. Ao Ao olhou para ele e sorriu. — Até nós demônios gostamos de bons filmes e romances clichês... mas deixa eu te contar uma coisa legal... a maioria dos filmes de princesas da Disney eram na verdade romances do gênero de terror. Raoni tentou sorrir, mas percebeu que estava fraco demais. — No fim das contas, você
O LOBISOMEM ESQUELÉTICO em um jogo rápido deu um chute em seu próprio irmão e se virou para Raoni e disse: — Só tem uma única pessoa nesta floresta que poderá tirar a sua vida, Raoni, filho de Tupã, ainda mais depois do que fez com meu filho. — Seu filho? Então, Raoni se lembrou que tinha enfrentado outro lobisomem dias antes, Uaiuara. — Me chamo Luison, sou o deus da morte... meu nome é a origem de tudo o que se conhece sobre lobisomens. — E? Quer meus parabéns? Posso te mandar uma carta te parabenizando se for o cas
- QUEM DIABOS é este que vocês dois estão falando. — O protetor de toda fauna e flora das florestas. Raoni ainda estava com cara de quem não tinha a menor ideia do que eles estavam falando. — Pombero... Nesse momento um homem baixinho, horripilante, com orelhas pontudas, barba até o joelho, pés voltados para trás iguais aos do Curupira, fumando um cachimbo-cajado em forma de cobra enorme e todo desleixado entrou na caverna. — Ah! Então vocês estão aqui. — O que quer aq
RAONI TINHA TANTAS COISAS para perguntar, como havia ficado tão forte, mas sabia que ele tinha razão, era uma ameaça ambulante, pegou o carbúnculo e seguiu o curso, em pouco tempo já estava em frente a uma enorme caverna e a pedra tremia, ele só não sabia se era a pedra ou ele quem estava tremendo, seja de medo ou de emoção. Só falta mais um... só mais um...NÃO DEMOROU MUITO e Raoni chegou a uma espécie de altar, era um local com o teto da caverna aberto e Kerana estava deitada em cima da pedra e ao seu redor estava o monstro chamado Moñai. — Seja bem-vindo, Raoni, filho de Tupã. Raoni estava andando como se estivesse pisan
ARASY APARECEU SOBRE O ALTAR e bateu palmas e disse: — Parabéns, Raoni, conseguiu mais uma vez salvar o mundo. — Não me venha com ladainha. — Ladainha? A deusa dos deuses jamais fala uma “ladainha”. Ela estendeu a mão e as sete botilhas saíram do colar de Raoni e pousaram em sua mão. — Você sabe que falhou em sua missão, não é mesmo? — Como é? A deusa sorriu feliz, então
- O QUE VOCÊ ESTÁ QUERENDO AGORA, seu desgraçado? — Euuuuuuuu? Só vim fazer uma visitiiiiiiiiiinha aos amigos. — Está no lugar errado. — Ummmm deus nunca estáááááááá no lugar errado, amiguiiiiiinho – disse dando uma piscadinha – pelo jeito levaaaaaram a princesiiiiiiinha.Raoni assentiu, virou as costas e começou a andar. — Aonde você peeeeeensa que vai? — Tenho que salvar minha noiva. — Com esseeeee braço quebraaaaaado?
O XAMÃ COMEÇOU O RITUAL e uma infinidade de cores começaram a dançar sobre eles. — Ele já está aqui, se ajoelhe – disse Anhangá seriamente – não somos dignos de estarmos em sua presença. — Que merda você está fazendo? Anhangá, sem esperar, jogou o garoto no chão que caiu sobre o braço quebrado e urrou de dor. — Não é necessário estas formalidades com meu neto, Anhangá. — O senhor é o deus dos deuses, merece toda a nossa veneração, até mesmo deste pirralho que teve