RAONI ESTAVA CAÇANDO quando conseguiu enfim abater um veado, aquela era a sua primeira refeição depois de ter salvo os quatro guardiões do Saci..
"Desgraçado... – pensou Raoni – esse maldito parece o Anhangá..."
— Talvez... é porque "sou" o Anhangá...
Raoni deu um pulo para trás.
— Mas que inferno!!!
— Alguuuuuns me chamaaaaaam de reeei do infeeeeeeerno tambééééééém...
Anhangá deu muita risada, por&ea
- VOCÊ FICA ONDE ESTÁ – deu a ordem Arasy à Anhangá que não ousou desobedecê-la. — Deeeeeu ruiiiimmmm. — Você sabe que odeio quando fala assim. Anhangá assentiu. — Pelo jeito não sou o único que te odeia, chifrudinho. Anhangá fez cara de poucos amigos. Raoni percebeu que, diferente dos outros deuses, Arasy era branca como a lua cheia, tinha uma beleza ímpar, algo que ele jamais havia visto antes. 
ARASY DEU UM SORRISO maléfico em direção de Raoni e desapareceu na escuridão, logo em seguida, como se fosse um rastro de estrelas, ascendeu aos céus onde se tornou em uma lua cheia. — Está em suas mãos, filho. — Mas pai... eu... — Seu destino sempre estará te buscando, filho... Raoni correu em direção ao pai que sumiu após um trovejar. — Óóóóó graaaaande guerreeeeeeeiro. A última coisa que Raoni desejaria ouvir
- MUITO PRAZER, RAONI... temos ouvido falar muito de você ultimamente. O demônio sorriu com seus dentes todos tortos e olhos esbugalhados, era o ser mais horripilante que Raoni já teve o desprazer de conhecer, suas bochechas rosadas dava a impressão que ele tinha exagerado na maquiagem, quase beirando um palhaço vindo das profundezas do inferno. Raoni estava tendo problemas em segurar sua ereção ao ponto de ter ejaculado sem ter feito o menor esforço. — Esse é o poder dele... — Que poder? — De fazer o ambiente se tornar totalmente favor&aa
RAONI SEGUIU A DIREÇÃO que o carbúnculo estava indicando, ele não sabia se poderia confiar no desgraçado monstro de sete cabeças, mas era nítido que existia alguma treta entre eles, e outra, ele não ganharia nada o ajudando se estivesse do lado deles. Como das outras vezes, ele chegou de frente a um rio e sentiu calafrios, a água era límpida e podia ver um fio de cabelo no fundo da água se prestasse bem a atenção. A pedra começou a tremer em sua mão quando ouviu uma voz que vinha de dentro da água, era uma voz engraçada de papagaio. — Currrrrrupaco... eis que chegou enfim em minha casa o grrrrrrrrande guerreiro. 
RAONI OUVIU UM BATER de palmas e olhou para o ser que estava sentado em cima de um galho o observando. — Está de parabéns, grande guerreiro... – o ser deu uma bocejada – não é qualquer pessoa que vence meu irmão com um único golpe. Raoni percebeu que aquele seria um dia muito longo. — Não precisa se preocupar comigo... sou Jaci Jaterê, o deus da sesta. — Mas estamos na terça-feira ainda. O deus com cara de criança colocou a mão no rosto sem acreditar na barbaridade que tinha acabado de ouvir.&nbs
RAONI ABRIU OS OLHOS devagar e percebeu que estava preso e viu um porco enorme afiando as presas. — Que bom que a bela adormecida acordou. — Não sabia que gostava de filmes da Disney. Ao Ao olhou para ele e sorriu. — Até nós demônios gostamos de bons filmes e romances clichês... mas deixa eu te contar uma coisa legal... a maioria dos filmes de princesas da Disney eram na verdade romances do gênero de terror. Raoni tentou sorrir, mas percebeu que estava fraco demais. — No fim das contas, você
O LOBISOMEM ESQUELÉTICO em um jogo rápido deu um chute em seu próprio irmão e se virou para Raoni e disse: — Só tem uma única pessoa nesta floresta que poderá tirar a sua vida, Raoni, filho de Tupã, ainda mais depois do que fez com meu filho. — Seu filho? Então, Raoni se lembrou que tinha enfrentado outro lobisomem dias antes, Uaiuara. — Me chamo Luison, sou o deus da morte... meu nome é a origem de tudo o que se conhece sobre lobisomens. — E? Quer meus parabéns? Posso te mandar uma carta te parabenizando se for o cas
- QUEM DIABOS é este que vocês dois estão falando. — O protetor de toda fauna e flora das florestas. Raoni ainda estava com cara de quem não tinha a menor ideia do que eles estavam falando. — Pombero... Nesse momento um homem baixinho, horripilante, com orelhas pontudas, barba até o joelho, pés voltados para trás iguais aos do Curupira, fumando um cachimbo-cajado em forma de cobra enorme e todo desleixado entrou na caverna. — Ah! Então vocês estão aqui. — O que quer aq