RAONI ACORDOU BANHADO em suor e assustado, era como se tivesse despertado de um pesadelo.
— Graças a Tupã – Disse Pequena Princesa – pensei que não fosse acordar mais, agora teremos uma chance de salvarmos a floresta e a nossa aldeia.
De repente, Raoni sentiu seu braço formigar e em seguida uma dor terrível, algo que nunca tinha sentido na vida.
— O que aconteceu?
— Não sei... pensei que fosse me contar porque saiu correndo repentinamente do nosso casamento e depois voltou todo...
Raoni levantou o tronco e ficou sentado em frente à sua amada.
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- MAS O QUE DIABOS você está querendo agora, seu desgraçado? Não tem mais o que fazer não? Anhangá sorriu. — Digaaaaaamos que teeeeemos algumas "coisiiiiiinhas em comum para acertaaaaaaarmos. — Não tenho nada a acertar contigo. — Não foi iiiiiiisso que você diiiiiiisse ontem aaaaaantes de eu salvaaaaaar você, ó grandioooooooso guerreiro. Raoni olhou para o deus trapaceiro das florestas tupiniquins que lhe voltou num sorriso diabólico. — Pelo jeeeeeeeito ai
RAONI ESTAVA CAÇANDO quando conseguiu enfim abater um veado, aquela era a sua primeira refeição depois de ter salvo os quatro guardiões do Saci.. "Desgraçado... – pensou Raoni – esse maldito parece o Anhangá..." — Talvez... é porque "sou" o Anhangá... Raoni deu um pulo para trás. — Mas que inferno!!! — Alguuuuuns me chamaaaaaam de reeei do infeeeeeeerno tambééééééém... Anhangá deu muita risada, por&ea
- VOCÊ FICA ONDE ESTÁ – deu a ordem Arasy à Anhangá que não ousou desobedecê-la. — Deeeeeu ruiiiimmmm. — Você sabe que odeio quando fala assim. Anhangá assentiu. — Pelo jeito não sou o único que te odeia, chifrudinho. Anhangá fez cara de poucos amigos. Raoni percebeu que, diferente dos outros deuses, Arasy era branca como a lua cheia, tinha uma beleza ímpar, algo que ele jamais havia visto antes. 
ARASY DEU UM SORRISO maléfico em direção de Raoni e desapareceu na escuridão, logo em seguida, como se fosse um rastro de estrelas, ascendeu aos céus onde se tornou em uma lua cheia. — Está em suas mãos, filho. — Mas pai... eu... — Seu destino sempre estará te buscando, filho... Raoni correu em direção ao pai que sumiu após um trovejar. — Óóóóó graaaaande guerreeeeeeeiro. A última coisa que Raoni desejaria ouvir
- MUITO PRAZER, RAONI... temos ouvido falar muito de você ultimamente. O demônio sorriu com seus dentes todos tortos e olhos esbugalhados, era o ser mais horripilante que Raoni já teve o desprazer de conhecer, suas bochechas rosadas dava a impressão que ele tinha exagerado na maquiagem, quase beirando um palhaço vindo das profundezas do inferno. Raoni estava tendo problemas em segurar sua ereção ao ponto de ter ejaculado sem ter feito o menor esforço. — Esse é o poder dele... — Que poder? — De fazer o ambiente se tornar totalmente favor&aa
RAONI SEGUIU A DIREÇÃO que o carbúnculo estava indicando, ele não sabia se poderia confiar no desgraçado monstro de sete cabeças, mas era nítido que existia alguma treta entre eles, e outra, ele não ganharia nada o ajudando se estivesse do lado deles. Como das outras vezes, ele chegou de frente a um rio e sentiu calafrios, a água era límpida e podia ver um fio de cabelo no fundo da água se prestasse bem a atenção. A pedra começou a tremer em sua mão quando ouviu uma voz que vinha de dentro da água, era uma voz engraçada de papagaio. — Currrrrrupaco... eis que chegou enfim em minha casa o grrrrrrrrande guerreiro. 
RAONI OUVIU UM BATER de palmas e olhou para o ser que estava sentado em cima de um galho o observando. — Está de parabéns, grande guerreiro... – o ser deu uma bocejada – não é qualquer pessoa que vence meu irmão com um único golpe. Raoni percebeu que aquele seria um dia muito longo. — Não precisa se preocupar comigo... sou Jaci Jaterê, o deus da sesta. — Mas estamos na terça-feira ainda. O deus com cara de criança colocou a mão no rosto sem acreditar na barbaridade que tinha acabado de ouvir.&nbs
RAONI ABRIU OS OLHOS devagar e percebeu que estava preso e viu um porco enorme afiando as presas. — Que bom que a bela adormecida acordou. — Não sabia que gostava de filmes da Disney. Ao Ao olhou para ele e sorriu. — Até nós demônios gostamos de bons filmes e romances clichês... mas deixa eu te contar uma coisa legal... a maioria dos filmes de princesas da Disney eram na verdade romances do gênero de terror. Raoni tentou sorrir, mas percebeu que estava fraco demais. — No fim das contas, você