Ele coloca o boné em cima do caixão e volta para junto dos nossos amigos. Todos recitaram alguns versos que a Ayumi sempre lia. Ela era fã de poemas e versos. Vivia recitando alguns para nós.O reverendo começa o seu discurso e, quando já está acabando, diz: — Ouçam estas palavras sobre nosso grande e imutável Deus. Justo é o Senhor em todos os seus caminhos, e santo em todas as suas obras. Perto está o Senhor de todos os que o invocam, de todos os que o invocam em verdade. Ele cumprirá o desejo dos que o temem, ouvirá o seu clamor, e os salvará. O Senhor guarda a todos os que o amam, mas todos os ímpios serão destruídos. A minha boca falará o louvor do Senhor, e toda a carne louvará o seu santo nome pelos séculos dos séculos e para sempre (Salmos 145:17-21).Assim que ele termina, ele me olha e faz um gesto positivo com a cabeça. Então coloco minha mão no caixão e digo: — “A despedida é um momento de tristeza em que corações se preparam para viver uma saudade.” Sentirei tanta a sua f
Alguns dias antes…Meu nome é Evelyn, tenho vinte e cinco anos, casada com o Paul e estamos juntos há oito anos. Nós nos conhecemos no ensino médio e não nos desgrudamos mais! Temos um filho de quatro aninhos que se chama Thomas. Ele é um amorzinho e muito ciumento. Paul é um excelente pai e um ótimo marido. Está sempre inovando para que o nosso casamento não caia na rotina e, claro, para conseguirmos ter um tempo para nós dois, pois Thom não deixa. Acabamos de deixar Thom com os pais de Paul e ele me disse que será surpresa para onde vamos. Entramos no carro e ele liga o som começando a tocar uma música linda. Ele pega a minha mão que está na minha perna. Olho para ele que a beija e sinto meu coração disparar, como acontecia quando éramos namorados no colégio. Chegamos na reserva e entramos com a caminhonete por um caminho escuro. Começamos a subir por uma estrada e, depois de um tempo, Paul estaciona em cima de uma montanha. A vista daqui é linda! Conseguimos avis
Acordo suando e, quando olho para o relógio, vejo que já são 7 h da manhã e Paul ainda dorme ao meu lado. Me sento na cama e passo as mãos pelo meu rosto e aquela sensação de morte não sai de mim, o que aconteceu com aquela moça mexeu muito comigo. Me levanto e vou para o banheiro, tiro minha camisola e a jogo no cesto de roupa suja, entro no box ligando o chuveiro e entro sem esperar a água esquentar, para ver se essa sensação ruim sai de mim. Mas depois de um tempo tomo consciência de que isto que estou sentindo, essa sensação de aperto no peito, o sufocamento é o mesmo que aquela moça sentiu e começo a chorar. Imaginando o quão desesperador deve ter sido para aquela mulher e me assusto com as mãos de Paul em minha cintura. — Amor, você está bem? Por que está chorando? — Ele me vira e me abraça, choro em seus braços e nem sei o porquê, mas essa sensação está me sufocando. Depois de um tempo, ele desliga o chuveiro e me tira dali, coloca o roupão em mim e ele está com o pijama todo
Algum Tempos Depois…Dias atuais.Hoje faz um mês que Ayumi nos deixou e estou encabulado com algo que me disseram no departamento e preocupado com o Kaléo. Ele não está bem e não sei mais o que fazer para tirá-lo de dentro daquela cobertura, mas vou tentar mais uma vez. Pego o meu celular e ligo para ele, que já atende no primeiro toque. — Alô! — E aí, cara, como você está? — Estou vivendo um dia de cada vez, cara! Alguma novidade? Encontraram o desgraçado? — Ainda não, o cara parece que tomou chá de sumiço. Ele simplesmente evaporou. — Ele não foi para nenhum outro planeta, Mayke. Ele está por aí e irei encontrá-lo! Já tenho um pessoal nisso. — Imaginava isso, mas te liguei porque descobri algo e preciso te contar. Te espero no Cafe Royale. — Mayke! Eu não estou a fim de sair daqui nem hoje, nem nunca. — Estarei te esperando lá e sem desculpas. Você precisa sair um pouco. Existe um mundo lá fora, Coleman. — Ele respira fundo e sei que ele está irritado. — Ok, estarei lá em
Já faz um tempo que não saio desse apartamento, quer dizer, desde que ela foi tirada de mim. Nem para a minha empresa fui. Pedi para a Senhorita Stuart vir da sede de Nova York para San Diego, para poder ficar um tempo em casa. Chamei também a Anelize, que trabalha na minha filial em New York, para me ajudar, porque preciso desse tempo. Aliás, nem sei o tempo determinado deste afastamento e nem estou a fim de saber. Estou no escritório do meu apartamento atolado de contratos enviados pela Srt.ª Stuart, para que eu possa assinar e, claro, acompanhado desde daquele dia com o meu bom e velho amigo Whisky Chivas Royal Salute vinte e um anos vermelho. O meu celular toca, olho para ele e não quero atendê-lo. Mas o Mayke insiste e não tenho outra opção senão atendê-lo. Atendo e ele me diz que não tem notícias do canalha, mas que é para nos encontrarmos no café Royale. E não estou a fim de ir, mas ele me diz que tem algo a me contar e a minha curiosidade aguça. Então resolvo ir. Saio do meu e
Alguns dias antesNão sei onde estou, mas quero dormir mais. Estou cansada, tudo dói, e o bip chato não para de tocar. De repente, sinto alguém pegar na minha mão. Fico com medo e não vejo nada. Grito muito e tento me soltar da mão estranha. O bip fica mais rápido junto com meu coração. — Chame um médico! Ela está nervosa! — Um homem fala alto. — O que será que deu nela? — Uma mulher pergunta, sem saber. — Não sei. Eu só peguei na mão dela e ela ficou assim. — Escuto um barulho e passos correndo. Depois, fica tudo quieto, sem som nenhum. De novo, durmo no escuro, sem saber de nada, enquanto minha cabeça fica confusa.Evelyn WilliamsDias atuais.Desde que trouxemos “minha irmã” para o hospital, não sabemos o que vai acontecer. Ela fica nervosa quando pegamos na mão dela, como se tivesse medo de alguma coisa. Ela ficou um mês aqui, e ontem à noite, pararam de dar o remédio que a fazia dormir. Ficamos felizes quando os médicos disseram que o inchaço no cérebro dela havia sumido, mas
— Sim, todos me chamam assim. — Respondo, retribuindo o sorriso. Sinto que posso confiar nela.— Vou lhe contar tudo o que aconteceu, mas agora só falarei o necessário. Estamos aqui para te ajudar. Meu nome é Evelyn. Desde que te trouxemos para o hospital, estamos ao seu lado. Encontramos você em uma situação muito delicada, e não tínhamos como interná-la sem identificação. Então, na recepção, disse que você era minha irmã desaparecida, tivemos que esconder e inventar algumas coisas para o seu bem. Peço desculpas, mas foi necessário. Agora, a única coisa que importa é que você se recupere.Logo em seguida, uma enfermeira adentra o quarto, com um sorriso acolhedor no rosto. Ela informa que me ajudará a tomar um banho adequado. Evelyn e Paul me auxiliam a levantar da cama, oferecendo suporte enquanto caminhamos até o banheiro. Paramos na porta, e eu me viro em direção ao médico.— Doutor, por favor, não se esqueça de ligar para aquele número.— Não irei me esquecer. — Assegura o médico,
Acordo com um carinho suave no rosto e, ao abrir os olhos, deparo-me com um lindo menininho que parece um anjo. Seus olhinhos verdes brilham e seu cabelo castanho contrasta com sua pele branquinha. Sorrio para ele, encantada com sua presença.— Mama, a titia acordou! Olá, titia, meu nome é Thom. Você é tão bonita, parece minha bisvovó. — Diz ele com um sorriso inocente.Sorrio com a forma como ele se expressa. — Prazer, Thom. Me chamo Ayumi e obrigada pelo elogio. Você também é muito bonito. — Respondo, admirando suas covinhas que aparecem quando ele sorri. Evelyn se aproxima, bagunçando carinhosamente os cabelos do Thom, fazendo-o rir.— Ele estava ansioso para ver a tia bela adormecida dele. — Comenta Evelyn, sorrindo.O pequeno Thom se deita ao meu lado, acariciando gentilmente meus cabelos. É um gesto tão reconfortante e agradável. Nesse momento, a porta se abre e um casal de idosos entra no quarto. Eles sorriem para mim, aproximando-se da cama. Evelyn se adianta para as apresent