Alguns dias depois…Estou saindo do hospital com o Kaléo, um homem de semblante acolhedor. Embora eu não me lembre dele, sinto uma inexplicável familiaridade e confiança nele. É como se fosse um laço forte que transcende a memória, e confio plenamente nele, mesmo sem compreender o porquê.— Estamos indo para a casa de praia, todos estão ansiosos para te ver — diz ele, com um sorriso caloroso no rosto, enquanto dá a partida no carro. — Você sempre amou aquela casa. Quando éramos crianças, costumava correr pelos corredores, encantada com cada canto, e passava horas no penhasco admirando o pôr do sol. Minha mãe ficava apreensiva, com medo de que você pudesse cair a qualquer momento. — Ele revela, e as memórias começam a se materializar em minha mente. Sorrio para ele, sentindo uma faísca de reconhecimento em meu coração.— Sim, eu me lembro. Lembro da mamis Havah correndo atrás de mim, tentando me proteger, ou às vezes ela apenas se sentava ao meu lado, compartilhando o encanto do pôr do
Assim que a luz do fim de tarde envolveu o ambiente com sua aura aconchegante, todos se reuniram ao redor da mesa, compartilhando uma refeição deliciosa. O som de vozes animadas preenchia o ar, misturando-se com risadas contagiantes, criando uma atmosfera vibrante e cheia de vida. Naquele momento, sentia-me verdadeiramente viva, imersa na companhia dos meus entes queridos. Após desfrutarmos de um café da tarde. Kaléo, com um sorriso enigmático, anuncia que ainda havia outra surpresa reservada para mim. Curiosa e com o coração acelerado, segui-o em direção à sala de vídeo, onde encontramos Ollyvia já preparando a televisão. Assentamo-nos confortavelmente, ansiosos para descobrir o que estava por vir.A tela ganhou vida, e as imagens começaram a desfilar diante dos meus olhos. A cada foto que surgia, vislumbrava meus amigos mais queridos ao meu lado, testemunhas dos momentos inesquecíveis que compartilhamos juntos. A nostalgia aquecia meu coração.Então, um vídeo misterioso começou a re
— Ah, Ayumi, vejo algo em seus olhos que você mesma ainda não percebeu. Você o ama, embora seja impossível, pois você me pertence. — Suas palavras penetram em minha mente, deixando-me perplexa. Eu o encaro, tentando encontrar uma verdade naquilo que ele acredita, mas meu coração se recusa a aceitar tal ideia.Antes que eu possa reagir, sua mão desfere um tapa em meu rosto, que ecoa pelo ambiente. Levo uma das mãos ao local atingido, enquanto a outra, instintivamente, busca proteger minha barriga. Olho para ele, com os olhos marejados de medo e terror.— Carl, eu não estou te enganando. Eu não amo Kaléo dessa maneira, não o enxergo dessa forma. Por favor, Carl, pare de me machucar… — As palavras escapam de meus lábios entre soluços, pois estou exausta dessa realidade brutal, de ser submetida a abusos sexuais diários, de ser chicoteada, espancada e abandonada como um ser desprezível.Ele me pega pelo cabelo e minha mão vai de encontro a sua, tento de todas as formas me soltar, mas não co
Recompondo-me, levanto-me com cuidado e caminho até o closet, enfrentando a dor latejante em minhas costas. Paro diante do espelho, girando lentamente para examinar a marca gigantesca que se estende por minhas costas, um testemunho silencioso da violência que sofri. Com cuidado, abro a gaveta e pego um vestido solto, escolhendo-o estrategicamente para evitar qualquer desconforto em minhas feridas. Após vestir o vestido, faço o meu caminho até a sala, onde avisto meu livro deixado no sofá. Meus olhos caem sobre o celular de Carl, e uma centelha de esperança surge dentro de mim. Observo novamente a porta, ansiosa para garantir que ele não tenha voltado, e então pego o celular, segurando-o com as mãos trêmulas. Rapidamente, corro para o quarto e me refugio no banheiro, onde encontro um momento de relativa segurança. Lágrimas de alívio correm pelo meu rosto, enquanto a percepção de que posso escapar desse inferno começa a se fortalecer dentro de mim. Prendo a respiração ao ligar o celular
Estou quase chegando na casa de praia dos Coleman. Passo pela grande ponte onde observo a vista privilegiada do penhasco que fica atrás da casa. O mar hoje está agitado, as ondas batem nas pedras com muita força. O sol está se pondo e os seus últimos reflexos estão refletindo nas águas turbulentas. Passo pelos imponentes portões de ferro e estaciono o carro próximo aos outros veículos já presentes. Desligo o motor e saio do carro, sentindo a brisa salgada acariciar meu rosto. Caminho apressadamente em direção à parte de trás da casa, meu coração acelerado de nervosismo e ansiedade para encontrá-la. No entanto, preciso me acalmar antes de entrar na casa, evitando parecer afobado. À medida que viro na passarela que leva à parte posterior da residência, meus olhos se deparam com uma cena assustadora: alguém se lançando do mirante em um salto audacioso. Meus instintos de proteção entram em ação imediatamente, e eu começo a correr. Desço as escadas apressadamente, saltando vários degraus
Semanas depois…Ele abre a porta do quarto e entra, lançando-me um olhar ameaçador. Sinto uma onda de apreensão percorrer meu corpo, pressentindo que esta noite não escaparei com vida. Carl caminha até o armário onde guarda seus chicotes, escolhe um deles e se aproxima de mim. Agachando-se levemente, ele desliza o dorso da mão em meu rosto, em seu rosto há um sorriso sinistro.Em seguida, ele se levanta e me empurra ainda mais para baixo, já que estou ajoelhada. Com um tom de autoridade, ele declara: — Agora, sim, vou lhe ensinar a não me desobedecer, meu amor.— Você sabe que não gosto de ter relações sexuais em público, Carl. — Respondo, tentando argumentar.— Ayumi, você sabe que eu adoro isso, adoro a exibição. Portanto, você tem que me obedecer e, ao argumentar, seu castigo será dobrado. E fique sabendo… — Ele sorri e se prepara para o que virá a seguir. A primeira chicotada atinge minhas costas e a dor é insuportável, pois minhas feridas ainda não estão totalmente cicatrizadas.
À medida que a música se aproxima do fim, sinto braços envolvendo minha cintura, fazendo com que meu corpo se tensione instantaneamente. Reconheço o toque e uma sensação de desconforto se instala em mim.ㅡ Olá, meu amor. Ainda bem que você está bem e te achei!Uma voz familiar sussurra próximo a mim. Meu coração dispara, e parece que as paredes do ambiente começam a se fechar ao meu redor. Instintivamente, começo a me debater, lutando para me libertar daquele abraço opressor. A falta de ar se intensifica, meu peito dói e a escuridão ameaça tomar conta de minha visão.••••••• 🌺🦋🌺 ••••••••Acordo meio desnorteada e encontro Evy ao meu lado, segurando minha mão com carinho.ㅡ Como você está? — Ela pergunta, demonstrando preocupação.ㅡ O que aconteceu? — Indago, confusa.ㅡ Você desmaiou, e nós te trouxemos para o hospital. — Ela explica, sorrindo tranquilamente. A porta do quarto se abre, e Kaléo entra, com os cabelos levemente bagunçados. Seu rosto se ilumina ao me ver, aliviado. ㅡ
— Você se lembra daquele dia? — Sinto meu rosto se iluminar e começo a sorrir só de lembrar.— Você me fez assistir ao filme quatro vezes! Eu até decorei as falas.— E você chorou, MK, igual a um bebê. Ficou uma semana falando o quanto a cena do encontro entre os protagonistas era linda.Começo a rir e ele j**a um guardanapo em minha direção. Então, uma ideia surge em minha mente e eu volto atrás.— E depois do almoço, o que você vai fazer?— Eu iria para casa, mas por quê?— Eu estava prestes a assistir a um filme quando você me ligou. Então, eu iria te convidar para assistir comigo.— Só aceito se você prometer, jurar e ainda jurar de mindinho que não será “Ghost”. Por favorzinho, Yumi! — Ele faz uma carinha de cachorro pidão e junta as mãos.— Ok, bebê chorão! — Ela se levanta, ajoelha-se no meio da cozinha.— Obrigado, meu Senhor! Obrigado por tocar o coração dessa linda senhorita e impedir que ela me maltratasse hoje. Amém. — Ele se levanta e se senta novamente. Estou quase chora