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CAPÍTULO 2 NATASHA

Desde criança fui criada como uma princesa, sempre mimada por meus pais, lógico que mais amada pela minha mãe, sempre tive tudo o que sonhei e desejei, estudei na melhor escola. Sempre tive personalidade forte, mesmo sendo criada para ser fina, uma bela dama e obediente! Coisa que nunca fui, acho que não nasci para receber ordens.

Sempre tive o que sempre sonhei, comprava tudo o que queria das melhores marcas, mas na minha adolescência, comecei a moldar o meu comportamento, agir como mulher e lutar pelos meus direitos na minha própria casa, enquanto Romero, meu irmão, sempre agia comigo como se eu fosse uma mulher qualquer, sem respeito, ele me odeia por eu sempre ir contra ele. Em um dia comum, após chegar do colégio, já à minha espera, estava Romero, papai e mamãe, eles esperavam-me para uma reunião familiar, até então, fiquei tranquila, não fiz nada de errado. Todos sentados e reunidos no escritório do papai, ele começa a falar:

— Quero todos bem atentos às minhas palavras, só irei falar uma vez.

— Estamos ouvindo, pai! — Romero responde.

— Sei que vocês dois ainda são umas crianças. Romero está perto de virar um adulto e Natasha uma adolescente, vocês usufruem do bom e do melhor desde que nasceram. Para alguns, somos conhecidos como donos dos melhores hotéis e pousadas que existem aqui e fora do nosso país, mas está na hora de vocês dois saberem que a nossa riqueza não veio dos hotéis, e sim do tráfico de armas.

— É o quê? — Grito, perplexa com essa confissão.

— Isso mesmo que ouviu. Por isso, a partir de hoje, quero que selecionem as amizades de vocês, não é qualquer pessoa que pode entrar nessa família e, muito menos, no nosso ciclo.

— Por mim tudo bem! Já sou bastante seletivo — Romero responde papai, totalmente conformado.

— Jamais vou aceitar isso, pai, você é um bandido! — Falo, completamente decepcionada.

— Exijo respeito, se não quer ser sustentada por mim, você pode sair por aquela porta, sem dinheiro, sem nada, faça a sua escolha.

Não o respondi e saí do escritório, batendo a porta, bastante irritada, jurando a mim mesma que desse dia em diante, irei estudar bastante, para assim que me formar, ir embora.

ANOS SE PASSARAM:

Anos passaram e não foi fácil para mim, saber que tudo o que visto e tenho é de dinheiro sujo, vontade é tamanha de denunciar a minha família e por eles atrás das grades, mas, infelizmente, dependo de dinheiro para me formar em medicina.

O tempo passou e eu fiz a minha escolha de conviver com homens machistas, sem um pingo de amor, e respeito, aliás, Romero foi criado para ser o homem de frente, o que pode tudo, e já eu, para ser submissa, nunca que vou aceitar esse papel. Romero tornou-se pior que meu pai, um verdadeiro ogro, ele vive acompanhado de bandidos para onde vai, sinto nojo deles, não pude fazer muitas amizades. Só tenho uma amiga, que é Fany, uma romântica nata.

Se tem uma coisa que não sou, é romântica, apesar da minha mãe sempre me falar que o amor é capaz de mudar o ser mais bruto do mundo, não acredito nisso, papai não mudou, muito menos Romero, e eu lutarei para não me tornar uma cadelinha adestrada de homem.

Amo tomar banho de piscina, principalmente quando a casa está vazia. Amanheceu um dia lindo lá fora, e após tomar café da manhã, fui aproveitar esse espaço da casa que ninguém usa além de mim. Tomei sol, mergulhei e após sair da piscina, coloquei uma música, amo ouvir música, porque ela tem o poder de me transportar para um universo longe, danço, rodo, sorrio sozinha, mas quando dei por mim, um homem alto, cabelos loiros escuros, pele levemente bronzeada, olhos claros, muito bonitos, com algumas tatuagens em um dos seus braços, olhava-me com desejo, admiração, entre outras coisas que não consegui interpretar.

Me cobri rapidamente e, sem medo, fui em direção do tal maníaco, talvez ele fosse um, quanto mais eu o coagia, mais ele me encarava com os seus olhos fortes sobre mim, o empurrei, sentindo o quanto o seu corpo é forte por baixo da camiseta preta, totalmente calado e concentrado diante de mim, ele não ousou pronunciar nenhuma palavra, e quando ia gritar por socorro, ouço o meu pai a chamar um tal de Gian, e nossa empregada vem até ele, o chamando para ir uma reunião. O tal Gian deixa-me ali que nem uma idiota! Bufo de raiva por um bandido, como ele anda por toda a nossa casa como se fosse o dono.

Bastante chateada, mergulhei novamente na piscina e, ao sair da água, mamãe espera-me do lado de fora.

— Quem é aquele homem que o papai trouxe até aqui? — Pergunto.

— Não sei quem é, só sei que é um homem muito bonito — Mamãe fala.

— Deve ser um bandido, todos que aqui frequentam são da mesma laia.

— Natasha, para de falar assim, tenho medo que o seu pai queira te expulsar de casa.

— Juro que a senhora é uma santa, se eu fosse a senhora, já teria fugido.

— É difícil se desfazer de quem a gente ama, você é jovem, ainda vai se apaixonar muitas vezes, mas o amor verdadeiro vem para marcar a sua vida.

— A senhora está sonhando muito! Melhor seria se você escrevesse um livro de romance.

Mamãe riu, e entramos juntos em casa juntas. Pela janela do meu quarto, vejo um carro de luxo, diferente dos que tem aqui, deve ser do tal Gian, o que revela que ele não é um qualquer, mas pouco me importa quem ele seja, não passa de um debochado, deixou-me falando sozinha.

Quando desci do meu quarto, tive o desgosto de cruzar com Romero, papai e o tal Gian, e o meu pai me apresentou ele como o homem que vai cuidar de toda a nossa riqueza, e o pior, Gian terá acesso a essa casa a hora que quiser. Já o odiava só pelo episódio da piscina e, agora, muito mais por meu pai endeusá-lo, como se o tal Gian fosse da família.

Após ele sair, chegou a hora do sermão, papai e Romero olham-me sem acreditar que os afrontei na frente do Gian.

— Natasha, o que deu na sua cabeça de falar assim com o Gian? — Romero pergunta irritado.

— Falo o que eu quiser, não fui com a cara desse sujeito, não sou a favor de bandidos. — Falo revoltada.

— Agora ficou louca de vez, pai e mamãe, Natasha tem que ser internada, a cada dia que passa, ela surtar mais, cismou com Gian.

— Romero, não fale assim da sua irmã! — Mamãe fala.

— Como sempre, defendendo Natasha, é por isso que ela é assim — Romero fala nervoso.

Papai, como sempre, me analisando calado, tenho medo do silêncio dele. Ele arqueia a sobrancelha, sentado sobre o sofá.

— Faz tempo que estou de olho na Natasha, o que é dela está muito bem guardado, não se preocupe, Romero.

Papai se levanta e segue para o seu escritório, lugar esse que parece mais um trono de rei, é lá que ele decide os destinos, e o pior, é que eu não sei o meu.

#para entender melhor a história recomendo a história Você Será Minha que conta a história do casal Nataly e Romero.

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