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CAPITULO 6. NATASHA

Tentei dormir após esse jantar horrível que teve aqui. No dia seguinte, saí para ir para a faculdade, minha mãe chama-me:

— Natasha, filha, venha cá, dê-me um abraço e tome café.

— Mãe, não quero tomar café! — Falo, abraçando-lhe.

— Natasha, que comportamento foi aquele ontem com o nosso convidado? — Mamãe pergunta ao olhar-me.

— Não gosto dele, mãe, desde o dia em que ele pôs os pés aqui. Não vou ser obrigada a gostar dele, não é?

— Não é, só queria saber a causa!

— Não gosto daquele sonso e pronto. — Falo séria.

Mamãe só me abraça e faz-me tomar ao menos um copo de leite, segui para a faculdade. Ao chegar, vejo um certo alvoroço da turma de administração, e Fany se aproxima de mim, resolvo perguntar o que está acontecendo:

— Vem alguém famoso, hoje, para essa faculdade? — Pergunto, seguindo para a minha sala.

— Famoso não é, mas o homem é lindo e solteiro, rico, bem-sucedido, tudo de bom, e dizem por aí que ainda é um cavalheiro.

— Então, fala-me o nome desse homem. — Peço curiosa.

— Gian Marin, aquele gato! — Fany suspira.

— Não pode ser! — Falo, não acreditando que até aqui esse homem está.

“Mas que inferno é esse? ” — Penso.

— Você também é fã dele? — Fany pergunta.

— Que fã o que, Fany?! Já o conheço, ele é muito sonso, dissimulado e debochado.

— Onde o conheceu, Natasha? Conheceu esse homem top e não me falou nada.

— O tal Gian, o top como você fala, trabalha para o meu pai, ele cuida de tudo para nós e, infelizmente, tive que o conhecer.

— Vou assistir à palestra que ele vai dar para os alunos de administração, vou adquirir uns conhecimentos em administração e economia.

Fany sai da sala, deixando-me sozinha. Ai, que ódio! O que esse homem tem que enfeitiça todas as pessoas? Será que só eu não gosto dele nesse mundo?

E por coincidência, o professor que ia dar a primeira aula, teve um contratempo e faltou! Pergunto para mim o que farei durante todo esse tempo livre, tentei até ler um livro, mas não consegui, a minha vontade era de ir para essa palestra. Levantei-me rapidamente e segui para o auditório, entrei e sentei bem atrás para não ser reconhecida, olho para Gian que fala sobre contas, ele parece um mestre, e como ele fala e explica tudo tão bem, é possível ouvir os suspiros das outras garotas perto de mim por causa dele.

A cada segundo e minuto que presto atenção na palestra, tenho que me convencer do porquê a minha família o adotou também, Gian é um gênio. Que ódio! Parece que as horas passaram rapidamente durante a sua palestra e ele, ao terminar a sua participação, vai fotografar com a turma de administração, todas as meninas daquele grupo e até as que não são, pedem para tirar fotos com ele, mas são muito tolas, reviro os olhos e saio do auditório, antes que ele perceba que estive aqui também.

Andei rapidamente, indo novamente para a minha sala, Gian deve estar se sentindo o máximo. Fany aparece e senta do meu lado.

— Natasha, hoje entendi o porquê de todo o mundo colocar Gian à frente da contabilidade das suas empresas, o homem é inteligente demais.

— O que eu tenho com isso? A inteligência é dele, cada um se forma naquilo que gosta, nós seremos ótimas médicas porque gostamos ou você vai cursar administração devido a Gian? — Pergunto irritada.

— Depois de hoje, estou pensando seriamente. — Fany fala ironicamente, começa a rir.

— Palhaça. — Falo com raiva dela.

Passaram-se alguns dias e Gian sempre vinha a minha casa para algumas reuniões, sempre me distanciei dele, sem dar espaços para conversas, sempre fiz questão de deixar claro que não gosto dele desde a primeira vez que nos vimos. O seu olhar sobre mim, sempre me deu a sensação de como se eu estivesse nua, não entendo ao certo, só sei que prefiro ele distante de mim.

Acordei nessa manhã, vendo pessoas indesejáveis, como Romero e Gian, na qual não entendi papai convidar os dois logo cedo, tendo assim uma conversa secreta com eles após o café da manhã. Fiquei sentada no sofá, tentando adivinhar o que eles três planejam e, ao ver Gian e Romero saindo do escritório do meu pai, nunca imaginei que durante a nossa troca de farpas, Romero iria partir para cima de mim, querendo-me agredir, fazendo, assim, eu encolher-me de medo, mas uma atitude do Gian em defender-me, não permitindo Romero acertar um tapa no meu rosto, deixou-me confusa e surpresa, quase não acreditei no que via quando levantei o meu olhar e o vi segurando forte o braço do Romero, o impedindo dessa covardia. Gian tira Romero da minha frente e os dois se vão. Essa imagem dele segurando o braço do Romero não sai da minha cabeça.

Seguro a mão no peito, recuperando-me do susto, fui até a cozinha beber água! Por que estou tão assustada assim: Nem eu mesma sei, talvez porque eu não esperasse essa atitude do Gian. Minha mãe chega na cozinha.

— Natasha, está tudo bem? — Mamãe pergunta.

— Ah! Claro que está, só vim beber um pouco de água. — Minto, não querendo contar nada a minha mãe, isso só vai deixá-la mais triste. O sonho dela é que Romero e eu nos demos bem.

Subi para o meu quarto. Em nenhum segundo esqueci da atitude do Gian, mas para esquecer esse equívoco, fui tentar estudar, e ouço mamãe chamar atrás da porta:

— Natasha, desça, vamos para a área externa da casa, o seu pai está ordenando.

— Na área externa? — Falo, abrindo a porta.

— Sim, e não demore, sabe como é o seu pai.

O que vai acontecer dessa vez? Primeiro Romero e Gian aqui pela manhã, uma conversa misteriosa houve entre os três, agora papai quer eu e mamãe na área externa. Andei rapidamente, e mamãe, já conhecendo o papai, não resolveu nem perguntar o que irá acontecer, eu segui na mesma rota de obediência, e alguns minutos foram suficientes para Romero e Gian chegarem, trazendo uma garota de cabelos grandes, negros e lisos, e muito linda, acompanhada de um senhor de idade. Abro a minha boca ao ver a garota de mãos amarradas, gelei na hora, e, pela primeira vez, vi que eles são capazes de fazer o que prometem.

Ver o destino da garota à minha frente sendo traçado e eu não poder fazer nada, me embrulha o estômago, as lágrimas dela são as minhas nesse exato momento, mas o que me conforta e eu acho lindo nela é a garra, força e coragem de não baixar a cabeça para papai, não aceitando casar com Romero. Mesmo com uma arma apontada na sua cabeça, a pobre garota lutou até o último segundo, mas rendeu-se no final, aceitando ser a esposa do monstro do meu irmão, Romero.

Fico triste porque o meu maior medo de conviver no meio deles é terminar assim como Nataly, casada com um desses monstros, engoli seco a minha indignação, enxugo as minhas lágrimas ao ver Gian levando Nataly com ele.

— Natasha, sei que é difícil ver uma situação como essa.

— Mãe, eu só queria ter a coragem dessa garota de esbravejar tudo que está entalado aqui na minha garganta, mas sou uma frouxa.

— Você não é isso, meu amor, nunca vá contra o seu pai, morro de medo que ele te tranque num desses lugares que somente eles conhecem.

Não sou de abalar-me com nada, mas, hoje, o que aconteceu aqui, deixou-me bastante transtornada, porque vi com os meus próprios olhos o que eles são capazes de fazer com as pessoas.

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