Tentei dormir após esse jantar horrível que teve aqui. No dia seguinte, saí para ir para a faculdade, minha mãe chama-me:
— Natasha, filha, venha cá, dê-me um abraço e tome café. — Mãe, não quero tomar café! — Falo, abraçando-lhe. — Natasha, que comportamento foi aquele ontem com o nosso convidado? — Mamãe pergunta ao olhar-me. — Não gosto dele, mãe, desde o dia em que ele pôs os pés aqui. Não vou ser obrigada a gostar dele, não é? — Não é, só queria saber a causa! — Não gosto daquele sonso e pronto. — Falo séria. Mamãe só me abraça e faz-me tomar ao menos um copo de leite, segui para a faculdade. Ao chegar, vejo um certo alvoroço da turma de administração, e Fany se aproxima de mim, resolvo perguntar o que está acontecendo: — Vem alguém famoso, hoje, para essa faculdade? — Pergunto, seguindo para a minha sala. — Famoso não é, mas o homem é lindo e solteiro, rico, bem-sucedido, tudo de bom, e dizem por aí que ainda é um cavalheiro. — Então, fala-me o nome desse homem. — Peço curiosa. — Gian Marin, aquele gato! — Fany suspira. — Não pode ser! — Falo, não acreditando que até aqui esse homem está. “Mas que inferno é esse? ” — Penso. — Você também é fã dele? — Fany pergunta. — Que fã o que, Fany?! Já o conheço, ele é muito sonso, dissimulado e debochado. — Onde o conheceu, Natasha? Conheceu esse homem top e não me falou nada. — O tal Gian, o top como você fala, trabalha para o meu pai, ele cuida de tudo para nós e, infelizmente, tive que o conhecer. — Vou assistir à palestra que ele vai dar para os alunos de administração, vou adquirir uns conhecimentos em administração e economia. Fany sai da sala, deixando-me sozinha. Ai, que ódio! O que esse homem tem que enfeitiça todas as pessoas? Será que só eu não gosto dele nesse mundo? E por coincidência, o professor que ia dar a primeira aula, teve um contratempo e faltou! Pergunto para mim o que farei durante todo esse tempo livre, tentei até ler um livro, mas não consegui, a minha vontade era de ir para essa palestra. Levantei-me rapidamente e segui para o auditório, entrei e sentei bem atrás para não ser reconhecida, olho para Gian que fala sobre contas, ele parece um mestre, e como ele fala e explica tudo tão bem, é possível ouvir os suspiros das outras garotas perto de mim por causa dele. A cada segundo e minuto que presto atenção na palestra, tenho que me convencer do porquê a minha família o adotou também, Gian é um gênio. Que ódio! Parece que as horas passaram rapidamente durante a sua palestra e ele, ao terminar a sua participação, vai fotografar com a turma de administração, todas as meninas daquele grupo e até as que não são, pedem para tirar fotos com ele, mas são muito tolas, reviro os olhos e saio do auditório, antes que ele perceba que estive aqui também. Andei rapidamente, indo novamente para a minha sala, Gian deve estar se sentindo o máximo. Fany aparece e senta do meu lado. — Natasha, hoje entendi o porquê de todo o mundo colocar Gian à frente da contabilidade das suas empresas, o homem é inteligente demais. — O que eu tenho com isso? A inteligência é dele, cada um se forma naquilo que gosta, nós seremos ótimas médicas porque gostamos ou você vai cursar administração devido a Gian? — Pergunto irritada. — Depois de hoje, estou pensando seriamente. — Fany fala ironicamente, começa a rir. — Palhaça. — Falo com raiva dela. Passaram-se alguns dias e Gian sempre vinha a minha casa para algumas reuniões, sempre me distanciei dele, sem dar espaços para conversas, sempre fiz questão de deixar claro que não gosto dele desde a primeira vez que nos vimos. O seu olhar sobre mim, sempre me deu a sensação de como se eu estivesse nua, não entendo ao certo, só sei que prefiro ele distante de mim. Acordei nessa manhã, vendo pessoas indesejáveis, como Romero e Gian, na qual não entendi papai convidar os dois logo cedo, tendo assim uma conversa secreta com eles após o café da manhã. Fiquei sentada no sofá, tentando adivinhar o que eles três planejam e, ao ver Gian e Romero saindo do escritório do meu pai, nunca imaginei que durante a nossa troca de farpas, Romero iria partir para cima de mim, querendo-me agredir, fazendo, assim, eu encolher-me de medo, mas uma atitude do Gian em defender-me, não permitindo Romero acertar um tapa no meu rosto, deixou-me confusa e surpresa, quase não acreditei no que via quando levantei o meu olhar e o vi segurando forte o braço do Romero, o impedindo dessa covardia. Gian tira Romero da minha frente e os dois se vão. Essa imagem dele segurando o braço do Romero não sai da minha cabeça. Seguro a mão no peito, recuperando-me do susto, fui até a cozinha beber água! Por que estou tão assustada assim: Nem eu mesma sei, talvez porque eu não esperasse essa atitude do Gian. Minha mãe chega na cozinha. — Natasha, está tudo bem? — Mamãe pergunta. — Ah! Claro que está, só vim beber um pouco de água. — Minto, não querendo contar nada a minha mãe, isso só vai deixá-la mais triste. O sonho dela é que Romero e eu nos demos bem. Subi para o meu quarto. Em nenhum segundo esqueci da atitude do Gian, mas para esquecer esse equívoco, fui tentar estudar, e ouço mamãe chamar atrás da porta: — Natasha, desça, vamos para a área externa da casa, o seu pai está ordenando. — Na área externa? — Falo, abrindo a porta. — Sim, e não demore, sabe como é o seu pai. O que vai acontecer dessa vez? Primeiro Romero e Gian aqui pela manhã, uma conversa misteriosa houve entre os três, agora papai quer eu e mamãe na área externa. Andei rapidamente, e mamãe, já conhecendo o papai, não resolveu nem perguntar o que irá acontecer, eu segui na mesma rota de obediência, e alguns minutos foram suficientes para Romero e Gian chegarem, trazendo uma garota de cabelos grandes, negros e lisos, e muito linda, acompanhada de um senhor de idade. Abro a minha boca ao ver a garota de mãos amarradas, gelei na hora, e, pela primeira vez, vi que eles são capazes de fazer o que prometem. Ver o destino da garota à minha frente sendo traçado e eu não poder fazer nada, me embrulha o estômago, as lágrimas dela são as minhas nesse exato momento, mas o que me conforta e eu acho lindo nela é a garra, força e coragem de não baixar a cabeça para papai, não aceitando casar com Romero. Mesmo com uma arma apontada na sua cabeça, a pobre garota lutou até o último segundo, mas rendeu-se no final, aceitando ser a esposa do monstro do meu irmão, Romero. Fico triste porque o meu maior medo de conviver no meio deles é terminar assim como Nataly, casada com um desses monstros, engoli seco a minha indignação, enxugo as minhas lágrimas ao ver Gian levando Nataly com ele. — Natasha, sei que é difícil ver uma situação como essa. — Mãe, eu só queria ter a coragem dessa garota de esbravejar tudo que está entalado aqui na minha garganta, mas sou uma frouxa. — Você não é isso, meu amor, nunca vá contra o seu pai, morro de medo que ele te tranque num desses lugares que somente eles conhecem. Não sou de abalar-me com nada, mas, hoje, o que aconteceu aqui, deixou-me bastante transtornada, porque vi com os meus próprios olhos o que eles são capazes de fazer com as pessoas.Cheguei em casa e fiquei esperando Romero chegar, ele está completamente revoltado por conta da Nataly, que já está-lhe tirando o juízo, tentei o aconselhar da melhor maneira possível, inclusive a ter paciência com Nataly e Natasha. Romero resolveu perguntar o porquê defendi Natasha e resolvi inventar uma história qualquer para que ele não saiba que Natasha é a mulher que mexe comigo, tenho medo de ser mal interpretado por ele e a sua família, guardarei esse amor para mim, já está mais provado que Natasha nunca vai gostar de mim como homem. Após Romero sair da minha casa, tento preencher a minha solidão com trabalhos durante toda a tarde, o café é o meu outro companheiro, esse nunca sai do meu lado, e pela noite, saio para fora da minha casa, olho as estrelas no céu, a noite é fria. Resolvi acender uma fogueira, sento-me ao redor dela, procurando-me aquecer do frio, busco um vinho e sirvo-me uma taça, e, de repente, me vejo pensando em Natasha, bebo mais um pouco, balanço a cabeça e
Me arrumei para a festa de casamento do Romero, casamento feito na marra, à força, que prazer tem isso? Tudo por dinheiro, não consigo entender isso nos tempos de hoje. Desci as escadas, dirigindo-me ao salão de festas, e quando entro, tenho que cumprimentar toda a minha família, papai perdeu o bom senso, não basta arranjar um casamento falso para o filho, ainda traz toda a nossa família para assistir essa patifaria, que vergonha eu tenho disso. Sinto-me sozinha, mesmo rodeada de parentes e pessoas conhecidas, afastei-me deles, ficando um pouco sozinha num lugar mais reservado, e pela porta, entra o homem que abomino, chego a arrepiar-me só de vê-lo. Gian entra muito bem-vestido, os seus cabelos bem penteados, respiro fundo para não ficar louca. Percebo algumas das minhas primas cochichando quando ele passa, tento desviar o olhar para fingir que não o vi, mas é algo inevitável, e ele, ao me ver, começa a encarar-me de uma forma intensa, que me incomodou a ponto de não pensar em nada,
Trabalhar ao lado de Romero, todos esses dias, foram os mais tensos de toda a minha vida, ele estava muito nervoso, mas com a minha grande paciência, contornei toda essa situação difícil no qual ele está passando. Coloco-me no lugar dele, não é fácil casar, assim, muito rapidamente, mas olhando de fora, eles até que eles formam um lindo casal. Mesmo trabalhando que nem um louco, tive que tirar um tempo para comprar um terno para ir ao casamento do ano e, mesmo que de longe, vi Natasha andando com a sua mãe no shopping e por incrível que pareça não a segui, fico atento a cada movimento dela, jantei por aqui mesmo e sozinho. Bastante cansado, fui para casa, amanhã tem casamento. No dia seguinte, acordei cedo, o meu quarto tem uma grande janela virada para o nascer do sol, e como sou fã da natureza, sento-me na beira da cama, lembro da minha falecida mãe e o quanto ela sonhava em morar numa casa como essa, a mesma adorava o cantar dos pássaros, foi uma pena ela não ter vivenciado isso
Após não haver mais casamento, eu e mamãe voltamos para casa acompanhadas do motorista, ela está triste, mas não a vi xingando Nataly. — Mamãe, por que essa tristeza? — Pergunto, a encarando. — Natasha, como não consegue sentir nada com o que acabou de acontecer? O seu irmão está sofrendo nesse momento. — Mamãe fala chorando. — Está sofrendo nada, mamãe, achei ótimo Nataly ter dado um perdido nele! Espero que ela nunca seja encontrada por Romero. — Falo séria. — Não tenho raiva dela, Natasha, sei o quanto é difícil se casar com quem não amamos, no passado, passei por isso, mas com o tempo, apaixonei-me pelo seu pai. A olhei, sem acreditar no que acabei de ouvir. Meu Deus! “O que mamãe mais esconde?” Penso surpresa. — Agora, entendo porque papai quer sair casando todas as pessoas assim, sem amor, porque o casamento de vocês deu certo. Que ódio, mamãe! — Falo nervosa. Quando chegamos em casa, fiquei aliviada por não haver festa e todas essas tradições, aguentar parente cha
NATASHA Dirigi o mais rápido que pude, ao chegar em casa, fui diretamente para o meu quarto, tomar um banho, só sai do meu quarto porque mamãe mandou me chamar, estava tão entretida fazendo os meus trabalhos que perdi a hora, ainda bem que a Fany não me negou o conteúdo da última aula. Ao descer até a sala de jantar, sento-me e aguardo a chegada do papai, estou faminta. A campainha tocou, suspirei de alívio, olhei o relógio e pela hora é o meu pai que chegou, mas vê-lo trazendo consigo Gian, até a fome passou, não consigo esconder a minha insatisfação ao vê-lo, e quando papai falou com todas as letras que Gian será o CEO das nossas empresas no lugar do Romero. Fiquei totalmente descontente com essa notícia, é incrível como esse homem chegou de mansinho e agora está com todo o nosso patrimônio nas mãos. Comi pouca comida, para melhor falar, até que Gian não me olhou muito, papai e eles falavam somente de trabalho. O jantar terminou, e eu fui para fora tomar um ar, mexo um pouco
Seis meses passaram-se, e com ele, o tédio de uma vida completamente restrita, vivo namorando às escondidas com Robert. Mamãe triste pelos cantos pelo Romero e papai só quer saber do dinheiro, principalmente porque Gian alavancou algumas empresas que não andavam bem financeiramente, isso só mostra o quanto ele é eficiente, mas não quero saber disso, não quero virar baba ovo de bandido inteligente. Acordei pensando em Nataly, por onde anda essa garota todo esse tempo? Só queria ter a coragem dela de fugir sem olhar para trás e ainda humilhar essa família de mentira. Olho o telefone, entediada, e um número estranho começa a ligar para mim, fico com um pouco de receio de atender, mas atendi, quando ouvi a voz do outro lado da linha, não acreditava ser Nataly, gritei de tanta emoção e a mesma pede-me notícias dos seus amigos, quer notícias de Jhon e Lisa. Guardei a sete chaves essa ligação que recebi e, ao invés de ir para a faculdade, fui atrás dos amigos de Nataly e consegui notíci
Fiquei muito feliz com a volta do Romero, mas não imaginei que ele voltasse ainda com gosto de vingança depois de tudo o que aconteceu com os amigos de Nataly, e com ela, coitada, tentei tirar essa loucura da cabeça dele, mas foi em vão, o mesmo ficou completamente alterado derrubando um livro no chão, livro esse que guardo uma fotografia da Natasha. Esse momento era a hora de abrir o meu coração para ele, não podia mentir mais e falei sobre os meus reais sentimentos com Natasha, e Romero até esse momento, me entendeu sem julgamentos, mas tenho um informante meu naquela mansão e o mesmo relatou-me que o clima lá a noite não foi dos melhores. No mesmo instante, ligo para ele em busca de mais informações. — Alô, senhor Gian, Romero Montes veio aqui ontem, não sei o que ele disse para o senhor Fausto, que a casa estremeceu com os gritos dele por Natasha, ela gritava e chorava, parece que descobriram um namorado dela, o senhor Fausto bateu nela. — Claro, entendi tudo. — Falo, engolin
O ódio era o que me movia após esse tapa que levei do meu pai, pela primeira vez, derrubei todas as minhas coisas no chão, era horrível esse sentimento de impotência de não poder simplesmente arrumar as minhas coisas e ir embora. Minha mãe, ao ouvir o barulho das coisas caindo pelo chão, vem até onde estou. — Natasha, abra essa porta, filha, abra a porta. — Mamãe grita desesperada. Chorando bastante, quebro tudo o que vejo pela frente, ouvi o meu pai falando alto do outro lado da porta. — Abra a porta, Natasha, ou mandarei derrubá-la agora! Não dei a mínima para o que eles falavam, ouvi somente o barulho da porta sendo arrombada por um dos brutamontes seguranças do papai. — Saiam daqui agora! — Ordeno, completamente desolada. A minha mãe abraça-me, tentando me conter, e papai olha todo o estrago que fiz em todo o quarto, coitada da minha mãe, chora junto comigo. — Se está pensando que ficarei anulando a sua rebeldia e má criação está muito enganada, Natasha, você mesma