Da casa do Fausto, fui diretamente para a minha casa, o que chamo de rancho, porque é uma casa afastada da cidade. Tudo aqui é rodeado por árvores, cheio de pássaros, com um lindo e grande jardim, composto por variados tipos de flores, uma enorme piscina, na qual eu quase não tenho tempo de desfrutar, o único lugar que vou frequentemente e extravaso todo o meu estresse do dia é na minha academia e no meu saco de pancada. Aqui é o meu refúgio, onde tenho momentos de paz.
Sento-me no meu escritório, diante do meu computador, e começo a trabalhar para saber o que, de fato, está acontecendo nos empreendimentos Montes. Após duras horas de trabalho, é inegável os desfalques que eles estão sofrendo, pretendo terminar esse trabalho em pelo menos em duas semanas. Nesses dias, trabalhei arduamente para descobrir o desfalque, que não é pequeno, liguei para Fausto Montes e Romero, marcando uma reunião para mostrar todas as planilhas com o que eu descobri. No dia seguinte, dirigi-me até a empresa no horário marcado, a secretária leva-me até a sala de reuniões, onde os dois esperam-me, e, ao entrar, Fausto e Romero se levantam para me cumprimentar. — Caro Gian, estamos surpresos com a sua rapidez! — Fausto fala. — Por favor, Gian, estamos certos das nossas suspeitas? — Romero pergunta. — Sim, houve desfalques. — Falo. Romero b**e forte na grande mesa, assustando a mim e o senhor Fausto com a sua fúria. — Sabia que eu estava certo! — Romero afirma nervoso. — Acalme-se, Romero, essa sua falta de controle colocará tudo a perder. — Fausto fala bravo. Fausto pede-me que eu explique para ele onde é o referido golpe e quem está atrás de tudo isso! Expliquei que Walter, o homem que trabalha com eles há muito tempo e ainda está à frente das empresas, cuidando de todo o financeiro, é o responsável pelo desfalque de todos os seus empreendimentos, inclusive, as empresas ilícitas, no qual Fausto é chefe desde jovem. Romero fica completamente irritado, querendo fazer justiça com as próprias mãos, saindo da sala de reuniões, e Fausto pede-me que eu o acompanhe. Consegui alcançá-lo e, no seu carro, seguimos para um lugar estranho. Romero marcou um encontro com Walter num lugar um tanto quanto estranho. No caminho, ele faz-me a seguinte pergunta: — Gian, sabe manusear armas? Sabe lutar? — Romero pergunta enquanto dirige. — Sei, aprendi de tudo nessa vida. — O respondi. Mas, ao chegarmos no encontro com Walter, no grande galpão que parece estar só, Romero, completamente sem controle, partiu para cima do Walter, o que ocasionou uma briga entre eles. Romero conseguiu desarmar Walter e, por incrível que pareça, a arma veio até os meus pés, seguro a arma entre as mãos e vejo Romero matando Walter, mas um capanga surge com a arma apontada para Romero, e, nesse momento, só eu poderia salvar Romero. Silenciosamente, mirei na direção desse desconhecido e puxei o gatilho em direção ao homem, que cai no chão sem vida. — Obrigado por me salvar, Gian. — Romero me abraça. — Melhor matar do que morrer! — Falo. — Preciso tirar esses vermes daqui o galpão não tem ninguém. O que me faz ter mais raiva desse imundo é que, agora, entendo como acontece todos os desvios e o porquê de tantos desfalques. Respiro fundo após essa adrenalina que passei junto com Romero, ele liga para alguns homens que imediatamente chegam para enterrar os dois homens, ele leva-me para conhecer o enorme galpão, no qual fico admirado por tanto armamento pesado. Romero dá-me aulas de como atirar corretamente com armamento pesado. O restante do dia foi somente para conhecer o meu novo trabalho e atirar com todas aquelas armas, e, no final, ainda ganhei uma arma de presente, por salvar a vida do Romero. Daquele dia em diante, tornei-me o melhor amigo do Romero. Equilibro todas as finanças daquela família. Hoje, Romero e Fausto sabem o que entra e sai daquelas empresas. Ganhei o coração de todos naquela casa, menos de Natasha! Fui convidado para um jantar na mansão, em agradecimento por salvar a vida do Romero, comprei flores para as mulheres da casa. Quando cheguei, sou recebido pela anfitriã da casa, Lúcia Montes. — Gian, meu querido, obrigada pelas flores, seja bem-vindo sempre à esta casa. Queria muito agradecer pessoalmente por salvar a vida do Romero, não sei nem o que seria de mim se tivesse acontecido algo com o meu filho. — Não tem o que agradecer, faria tudo novamente. — Falo e fico com as outras flores nas mãos. Natasha desce silenciosamente, os seus cabelos curtos, pretos e lisos, fazem-me perder a noção do tempo. Nunca pensei que um dia iria desejar outra mulher como desejo Natasha, é algo inevitável. — Natasha, venha falar com o nosso convidado! — Lúcia a chama. — Esse homem não é meu convidado! — Natasha fala, encarando-me. — Natasha, você me mata de vergonha! — Lúcia fala. — Trouxe rosas! — Falo, entregando-lhe o buquê. — Não quero nada de você, as suas mãos são sujas de sangue e pólvora! Sabia que você era como papai e Romero. — Quem é igual a mim, Natasha? Receba Gian com se ele fosse da família e aceite as rosas dele. — Fausto ordena. O senhor Fausto apareceu e fez Natasha aceitar as minhas rosas na força do ódio, a mesma aceita a contragosto. Fui conversar com ele enquanto Romero chega e, sempre que posso, olho Natasha disfarçadamente, para ninguém perceber o quanto estou admirado com a beleza dela. Romero, enfim, chegou, conversamos mais um pouco, sentamos todos ao redor da mesa, percebo Natasha e Romero trocando farpas. Não entendo tamanha rebeldia da Natasha com a sua família, eu amaria ter pelo menos a minha mãe ao meu lado, já que o meu pai não foi um exemplo. Até entendo um pouco ela não querer ser de uma família que se tornou rica através do crime, como também não entendo ela permanecer nesse meio. Eu, na idade da Natasha, já sustentava a mim e a minha mãe, apesar das dificuldades, jamais quis permanecer no ambiente de dor e miséria que eu vivia. O luxo aqui é maior, deve ser difícil para ela largar toda a sua herança para viver uma vida de ativista politicamente correta.Cheguei da faculdade, mamãe se encontrava desesperada, chorando muito, levei um susto, pensei que tinham matado alguém da nossa família. — Mãe, por que está chorando? — Pergunto, angustiada. — Acabei de saber que quase mataram Romero, se não fosse por Gian, uma hora dessas estaríamos velando o seu irmão. — Sabia que esse tal Gian era bandido também, por isso não fui com a cara dele. — Falo, lembrando da forma como ele estava olhando-me no jardim. Balanço a cabeça em negativa. — Filha, não fale isso, Gian salvou o seu irmão! Não sei o que fiz para vocês serem assim, tão desunidos. — Mamãe fala nervosa. — Está bom, mamãe. Se é para te confortar, estou feliz porque aquele homem salvou a vida do príncipe desta casa. — Falo ironicamente. A conforto. Subi para o meu quarto, completamente insatisfeita com esse tal Gian, ele tem se tornado o salvador da pátria em tão pouco tempo. Ai, que ódio. Não entendo o porquê vangloriam tanto esse desconhecido. Durante o jantar, não deu outr
O jantar até que foi agradável, tirando a saída da Natasha da mesa, ela é como uma bomba e totalmente sem paciência, Fausto sabe os seus pontos fracos e usa isso contra ela. Não gostei nem um pouco da forma como Natasha é tratada por Romero e Fausto, não sei como foi a criação de ambos, senti que Natasha é meia deixada de lado. A conversa fluiu até mais tarde, e a senhora Lúcia, curiosa, faz-me várias perguntas: — Gian, você é solteiro? — Lúcia pergunta-me, curiosa. — Lúcia, não invada a intimidade do Gian. — Fausto a repreende. — Sou solteiro, não é nenhum problema responder. A conversa continuou maravilhosa, mas eu precisava ir para casa. Como me sinto bem aqui, é incrível como fico à vontade com essa família. Nos despedimos e enquanto ia embora, quando ia entrar no meu carro, percebi Natasha na varanda do seu quarto, olhando para mim, a encaro, admirando a sua beleza, tudo para quando olho ela. Nunca, na minha vida, pensei que existiria uma mulher que me odiasse tanto co
Tentei dormir após esse jantar horrível que teve aqui. No dia seguinte, saí para ir para a faculdade, minha mãe chama-me: — Natasha, filha, venha cá, dê-me um abraço e tome café. — Mãe, não quero tomar café! — Falo, abraçando-lhe. — Natasha, que comportamento foi aquele ontem com o nosso convidado? — Mamãe pergunta ao olhar-me. — Não gosto dele, mãe, desde o dia em que ele pôs os pés aqui. Não vou ser obrigada a gostar dele, não é? — Não é, só queria saber a causa! — Não gosto daquele sonso e pronto. — Falo séria. Mamãe só me abraça e faz-me tomar ao menos um copo de leite, segui para a faculdade. Ao chegar, vejo um certo alvoroço da turma de administração, e Fany se aproxima de mim, resolvo perguntar o que está acontecendo: — Vem alguém famoso, hoje, para essa faculdade? — Pergunto, seguindo para a minha sala. — Famoso não é, mas o homem é lindo e solteiro, rico, bem-sucedido, tudo de bom, e dizem por aí que ainda é um cavalheiro. — Então, fala-me o nome desse home
Cheguei em casa e fiquei esperando Romero chegar, ele está completamente revoltado por conta da Nataly, que já está-lhe tirando o juízo, tentei o aconselhar da melhor maneira possível, inclusive a ter paciência com Nataly e Natasha. Romero resolveu perguntar o porquê defendi Natasha e resolvi inventar uma história qualquer para que ele não saiba que Natasha é a mulher que mexe comigo, tenho medo de ser mal interpretado por ele e a sua família, guardarei esse amor para mim, já está mais provado que Natasha nunca vai gostar de mim como homem. Após Romero sair da minha casa, tento preencher a minha solidão com trabalhos durante toda a tarde, o café é o meu outro companheiro, esse nunca sai do meu lado, e pela noite, saio para fora da minha casa, olho as estrelas no céu, a noite é fria. Resolvi acender uma fogueira, sento-me ao redor dela, procurando-me aquecer do frio, busco um vinho e sirvo-me uma taça, e, de repente, me vejo pensando em Natasha, bebo mais um pouco, balanço a cabeça e
Me arrumei para a festa de casamento do Romero, casamento feito na marra, à força, que prazer tem isso? Tudo por dinheiro, não consigo entender isso nos tempos de hoje. Desci as escadas, dirigindo-me ao salão de festas, e quando entro, tenho que cumprimentar toda a minha família, papai perdeu o bom senso, não basta arranjar um casamento falso para o filho, ainda traz toda a nossa família para assistir essa patifaria, que vergonha eu tenho disso. Sinto-me sozinha, mesmo rodeada de parentes e pessoas conhecidas, afastei-me deles, ficando um pouco sozinha num lugar mais reservado, e pela porta, entra o homem que abomino, chego a arrepiar-me só de vê-lo. Gian entra muito bem-vestido, os seus cabelos bem penteados, respiro fundo para não ficar louca. Percebo algumas das minhas primas cochichando quando ele passa, tento desviar o olhar para fingir que não o vi, mas é algo inevitável, e ele, ao me ver, começa a encarar-me de uma forma intensa, que me incomodou a ponto de não pensar em nada,
Trabalhar ao lado de Romero, todos esses dias, foram os mais tensos de toda a minha vida, ele estava muito nervoso, mas com a minha grande paciência, contornei toda essa situação difícil no qual ele está passando. Coloco-me no lugar dele, não é fácil casar, assim, muito rapidamente, mas olhando de fora, eles até que eles formam um lindo casal. Mesmo trabalhando que nem um louco, tive que tirar um tempo para comprar um terno para ir ao casamento do ano e, mesmo que de longe, vi Natasha andando com a sua mãe no shopping e por incrível que pareça não a segui, fico atento a cada movimento dela, jantei por aqui mesmo e sozinho. Bastante cansado, fui para casa, amanhã tem casamento. No dia seguinte, acordei cedo, o meu quarto tem uma grande janela virada para o nascer do sol, e como sou fã da natureza, sento-me na beira da cama, lembro da minha falecida mãe e o quanto ela sonhava em morar numa casa como essa, a mesma adorava o cantar dos pássaros, foi uma pena ela não ter vivenciado isso
Após não haver mais casamento, eu e mamãe voltamos para casa acompanhadas do motorista, ela está triste, mas não a vi xingando Nataly. — Mamãe, por que essa tristeza? — Pergunto, a encarando. — Natasha, como não consegue sentir nada com o que acabou de acontecer? O seu irmão está sofrendo nesse momento. — Mamãe fala chorando. — Está sofrendo nada, mamãe, achei ótimo Nataly ter dado um perdido nele! Espero que ela nunca seja encontrada por Romero. — Falo séria. — Não tenho raiva dela, Natasha, sei o quanto é difícil se casar com quem não amamos, no passado, passei por isso, mas com o tempo, apaixonei-me pelo seu pai. A olhei, sem acreditar no que acabei de ouvir. Meu Deus! “O que mamãe mais esconde?” Penso surpresa. — Agora, entendo porque papai quer sair casando todas as pessoas assim, sem amor, porque o casamento de vocês deu certo. Que ódio, mamãe! — Falo nervosa. Quando chegamos em casa, fiquei aliviada por não haver festa e todas essas tradições, aguentar parente cha
NATASHA Dirigi o mais rápido que pude, ao chegar em casa, fui diretamente para o meu quarto, tomar um banho, só sai do meu quarto porque mamãe mandou me chamar, estava tão entretida fazendo os meus trabalhos que perdi a hora, ainda bem que a Fany não me negou o conteúdo da última aula. Ao descer até a sala de jantar, sento-me e aguardo a chegada do papai, estou faminta. A campainha tocou, suspirei de alívio, olhei o relógio e pela hora é o meu pai que chegou, mas vê-lo trazendo consigo Gian, até a fome passou, não consigo esconder a minha insatisfação ao vê-lo, e quando papai falou com todas as letras que Gian será o CEO das nossas empresas no lugar do Romero. Fiquei totalmente descontente com essa notícia, é incrível como esse homem chegou de mansinho e agora está com todo o nosso patrimônio nas mãos. Comi pouca comida, para melhor falar, até que Gian não me olhou muito, papai e eles falavam somente de trabalho. O jantar terminou, e eu fui para fora tomar um ar, mexo um pouco