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CAPÍTULO 4. NATASHA

Cheguei da faculdade, mamãe se encontrava desesperada, chorando muito, levei um susto, pensei que tinham matado alguém da nossa família.

— Mãe, por que está chorando? — Pergunto, angustiada.

— Acabei de saber que quase mataram Romero, se não fosse por Gian, uma hora dessas estaríamos velando o seu irmão.

— Sabia que esse tal Gian era bandido também, por isso não fui com a cara dele. — Falo, lembrando da forma como ele estava olhando-me no jardim. Balanço a cabeça em negativa.

— Filha, não fale isso, Gian salvou o seu irmão! Não sei o que fiz para vocês serem assim, tão desunidos. — Mamãe fala nervosa.

— Está bom, mamãe. Se é para te confortar, estou feliz porque aquele homem salvou a vida do príncipe desta casa. — Falo ironicamente.

A conforto. Subi para o meu quarto, completamente insatisfeita com esse tal Gian, ele tem se tornado o salvador da pátria em tão pouco tempo. Ai, que ódio.

Não entendo o porquê vangloriam tanto esse desconhecido. Durante o jantar, não deu outro assunto, somente Gian o herói. Faço caras e bocas, querendo falar o que eu penso, mas a minha opinião de nada vale nesta casa.

Para completar o meu descontentamento, soube que Gian foi convidado para um jantar aqui em forma de agradecimento, queria muito não estar aqui, mas sou, infelizmente, forçada a estar na presença deles, logo mais, à noite.

A minha mãe organizou um belíssimo jantar, a correria dela era tão grande em deixar tudo impecável que eu jurava ser um príncipe que iria chegar.

Arrumei-me rapidamente, desço a escada, já ouvindo a voz dele, Gian já se encontra lá embaixo. Desci lentamente as escadas, e, o pior de tudo, é ter que me convencer que ele é lindo. Minha mãe conversa com ele, segurando um buquê de flores, e ele segura outro, não acredito que ele teve a audácia de trazer-me flores também, fico sem acreditar.

Os olhos verdes do Gian focam em mim, parecia até que eu era uma miragem, ele era o homenageado da noite, mas pelo seu olhar, parecia que eu era a pessoa importante da noite.

Mas fiz questão de desprezá-lo, odeio o seu olhar, principalmente quando ele me encara, pois nunca sei o que ele está pensando sobre mim. O seu olhar é misterioso. Apesar do papai forçar-me a aceitar as suas flores, eu as guardei, porque elas são lindas, não é todo dia que se ganha flores.

Romero chegou, e foi inevitável a troca de farpas entre mim e ele, principalmente por mamãe mimá-lo como uma criança.

— Filho, não tem uma noite sequer que não ajoelhe e ore por você.

— Mamãe só faz oração por Romero, é isso o que ouvi mesmo? — Pergunto.

— Começou, estava custando, tem horas que eu penso que se tivesse sido assassinado por aquele verme, Natasha ficaria muito feliz.

— Já chega, os dois! Não estamos sozinhos, esse jantar é para comemorarmos a vida do Romero e agradecer a Gian. Será que nem hoje vocês se unem? Estou morrendo de vergonha!

— Eu não quero agradecer nada! Sempre fui colocada de lado por não aceitar esse tipo de máfia na qual vocês vivem. — Falo.

— Vocês, incluindo você. Acha que a sua faculdade é de graça? Acha que essa roupa caiu do céu? Você adora luxar! Padrão de vida igual a esse, sua profissão nunca irá te dar.

Papai terminar de falar, e levanto-me da mesa, saindo da presença deles, tentando engolir o choro, não posso deixar transparecer as minhas emoções na frente desse bandido.

— Volta aqui, Natasha! — Papai ordena.

Não obedeci às suas ordens e subi para o meu quarto. Papai, um dia, vai me pagar por toda a humilhação que ele me fez passar.

Sempre que fico chateada, fico por horas na varanda do meu quarto, odeio ter nascido nessa família, sinto-me impotente e sem forças para sair desta casa, toda a vez que o meu pai me manda ir embora, sempre me colocando à prova, porque ele sabe que não tenho coragem de ir.

Algumas horas passaram, vejo Gian indo embora e ele, ao abrir a porta do seu carro, acaba me vendo sozinha na varanda do meu quarto, mesmo de longe, nos encaramos. A minha língua coça com vontade de mandá-lo para o inferno, e ele continuou parado, me olhando.

— O que quer ver? Perdeu alguma coisa aqui? — Pergunto com raiva.

Gian não fala nada, morro com o silêncio dele, o problema é que ele fala com os olhos e não sei decifrar nada desse homem, que ódio. Gian nunca me dirigi a palavra, será que ele pensa que sou louca, e tem medo de mim? Saí da varanda, trancando tudo, e após isso, percebo o carro indo embora, era o que faltava, estou cercada de bandidos por todos os lados, e agora papai adotou esse daí, mais estranho que a minha vida.

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