AZRAEL ..Me isolar nas sombras parecia ser a coisa mais sensata a ser feita naquele momento, eu estava ignorando todos os avisos de Hariel, e eu sabia que se continuasse ignorando, a minha ruína seria certa, por isso, eu desaparecia todas as vezes que me via a um fio de falhar em minha missão.— Azrael, até quando irá se submeter a isso?— Agora não, Hariel. Eu não preciso de sermões agora.— Seus sentimentos e desejos estão visíveis, estão transcendendo entre os mundos. Haverá um momento em que você terá que fazer uma escolha.— O corpo dela, o jeito que me olha...— Ah, Hariel. Nós vamos perder você.— Não. Estou lutando. Me coloque em outra missão.— Você sabe que isso não é possível. Você está ficando sem tempo. Enquanto você luta com seus sentimentos, o jovem humano está avançando em direção a pureza de Ayla, e isso trará fracasso a você.— Nunca! Esbravegei...A pureza de Ayla jamais pertencerá a ele.— Você sabe que só existe um único caminho, Azrael. Não existe outro. Ayla
Hariel sabia o que eu estava prestes a fazer, seu olhar era de tristeza, mas também de compaixão, eu já estava consumido demais por sentimentos humanos e ele já não podia fazer mais nada por mim.Quando a noite chegou, trazendo consigo a escuridão, e o grito de almas atormentadas, eu me preparei pra partir, eu sabia que eu não voltaria mais, sabia que seria o fim de Azrael.— Você tem certeza disso, Azrael?Hariel perguntou, ainda com esperança de que suas palavras pudessem me trazer de volta a razão.— Tenho, eu não suporto mais esse sofrimento.— Você está fazendo isso pensando apenas em si mesmo, na dor que o seu sentimento por Ayla está causando a você, mas e ela?— Não venha com preocupações falsas sobre Ayla, Hariel, você sabe muito bem que a destruição dela e das gerações depois dela é tudo o que nosso reino quer. E apesar de eu estar indo tirar a pureza dela de forma contrária a minha missão, vocês terão o que querem da mesma forma. Ayla ainda saberá quem é, e terá lembranças
AYLA ..Quando o meu pai chegou em casa, eu o ouvi me chamar, terminei de pentear meus cabelos e desci.— O que aconteceu aqui?Eu olhei pros objetivos caídos no chão, e um vaso quebrado, resultado da briga entre Daniel e Azrael.Eu fiquei um pouco pensativa, tentando encontrar uma desculpa convincente, mas não encontrei nenhuma, então eu tive que contar pelo menos uma parte do que aconteceu.— E então Ayla? Estou esperando?— Daniel veio aqui pra me levar para o passeio, mas inexplicavelmente as coisas da casa começaram a cair.O rosto do meu pai endureceu, ele já sabia que aquilo não aconteceu de forma inexplicável, ele tinha a explicação.— Foi ele? Não foi? O anjo?— Sim, mas foi algo muito rápido pai. Nada mais aconteceu além disso.Menti, sabendo que ele não tinha como saber de toda a verdade, a não ser que Daniel contasse.— Isso é muito preocupante minha filha, eu pensava que anjos obsessores não poderiam interferir nesse tipo de coisa, que ele pudesse apenas criar desejos e
AZRAEL ..Ayla tinha muitas dúvidas, seu olhar curioso, suas atitudes, revelavam o medo que ela estava sentindo, eu tentei expressar como os meus sentimentos estavam interferindo de forma direta nas barreiras que separavam o meu mundo do dela.Quanto mais a minha intenção em tirar a virgindade dela aumentava, mais furioso os meus irmãos ficavam, e isso era refletido com raios e trovões.Eu tentei desviar a atenção dela de tudo o que estava acontecendo em nossa volta, e focasse só em mim, revelar o quanto estava apaixonado por ela não foi tão difícil quanto eu imaginei, a única coisa que importava naquele momento, era nós dois.Eu puxei as alças da blusa dela, e encarei os seios dela, as dúvidas sobre o que aconteceria comigo depois, não era importante, tudo o que eu queria era estar dentro dela, eu pedi pra ela ser minha, pelo menos uma vez, eu não queria pensar que aquele seria o nosso fim.— Fique nua pra mim, Ayla.Ela tirou o restante da roupa, peça por peça, ficando apenas com
AYLA ..Um sonho. Eu abri os meus olhos atordoada, e tive uma enorme sensação de vazio, eu estava dentro do meu quarto, e tudo estava em um completo silêncio, até as folhas das árvores estavam paradas, e eu me apeguei a ideia de tudo ter sido apenas um sonho lindo e intenso que havia se transformado em um pesadelo.Eu levantei da cama pra ir ao banheiro e botei que estava completamente nua, e ao dar alguns passos, senti um líquido escorrer pelas minhas pernas, acompanhado de um leve ardor na minha vagina.Eu passei os dedos levemente nela e depois os encarei...— Sangue.Meus olhos se encheram de lágrimas, e várias memórias do que deveria ter sido um sonho, apareceram na minha mente, o toque de Azrael, a sensação de estar sendo penetrada por ele, o desejo ardente que emanava de nós dois, os trovões e relâmpagos, suas asas, suas palavras...— Não! Não pode ser.Eu corri até a janela e o chão estava encharcado, havia chovido forte, e chuva naquela época do ano era impossível, tenho q
AZRAEL ..Eu acordei com o som abafado de passos, vozes distantes e o calor suave do sol tocando o meu rosto. Abri os olhos devagar, piscando contra a luz forte que cegava momentaneamente minha visão. Ao redor, tudo parecia um borrão, os rostos das pessoas que passavam pareciam figuras vagas, sombras em movimento. Meus sentidos estavam confusos, como se eu tivesse sido jogado em um lugar estranho, sem saber de onde vinha ou para onde deveria ir.Me sentei lentamente, sentindo o corpo estranho, pesado. O chão sob mim era frio e duro, e ao olhar em volta, percebi que estava no meio de uma praça movimentada. Havia árvores altas e bancos espalhados ao redor, enquanto crianças brincavam e adultos seguiam suas rotinas diárias. Mas nada disso fazia sentido para mim. Tudo parecia... distante, irreal.Levei a mão à cabeça, tentando lembrar como eu havia chegado ali. Não conseguia. Minha mente estava vazia, como se um buraco negro tivesse engolido todas as minhas memórias. Era como se eu ti
AYLA..Ainda estava escuro quando desci as escadas, cada degrau ecoando o peso de tudo o que acabara de acontecer. A casa estava mergulhada no silêncio, exceto pelo som abafado dos meus soluços. Meu coração pesava no peito como uma âncora, mas minha mente estava decidida. Se aquele era o meu destino, eu o enfrentaria de cabeça erguida. Assim que cheguei à sala, vi meus pais esperando por mim, uma cena que eu jamais esqueceria.Meu pai estava de pé, encostado na parede com os braços cruzados, o rosto molhado de lágrimas. Ele evitava me olhar diretamente, como se a dor de me ver partir fosse insuportável. Sua expressão mostrava uma tristeza que ele mal conseguia conter, como se quisesse me abraçar mais uma vez, mas estivesse preso à tradição que o impedia. Sua respiração pesada era o único som que preenchia a sala.Minha mãe, por outro lado, estava sentada no sofá, com uma postura rígida e o olhar gélido fixo no chão. O amor que antes eu via nos olhos dela agora havia se transformado
Eu me afastei levemente, olhando nos olhos dela, que brilhavam com lágrimas. Ver o sofrimento da minha avó doeu mais do que qualquer outra coisa naquela noite. Ela passou os dedos pelos meus cabelos, acariciando meu rosto como se quisesse consolar uma ferida profunda que não podia ser curada.— Sim, vó... eles me mandaram embora. As palavras saíram arranhando minha garganta. — Não tem mais volta. A tradição... eu sabia que isso iria acontecer. Só não sabia que seria tão rápido. E agora... agora estou sozinha.Ela fechou os olhos por um momento, as lágrimas finalmente escorrendo por suas rugas marcadas pelo tempo. O silêncio da casa, tão familiar e acolhedor, agora parecia sufocante.— Você não está sozinha, Ayla. Ela balançou a cabeça, tentando se recompor. — Nunca estará sozinha enquanto eu estiver viva. Mas... e agora? O que você vai fazer?Suspirei profundamente, sentindo o vazio crescer dentro de mim.— Eu não sei. Admiti, a verdade pesada nos meus lábios. — Só sei que não po