CAPÍTULO 115

O grito dela me atravessou como uma lança.

Estava muito longe, voando em meio às sombras do céu, quando senti. Era mais do que um pedido de socorro. Era um eco da alma. Uma dor tão profunda que parecia arrancar meu peito do lugar.

Eu parei. No mesmo instante, parei de voar. Meu corpo pairou no ar, suspenso pelo desespero. A dor dela era a minha. O medo dela era o meu inferno.

Subi o mais alto que pude, atravessando o véu da terra, deixando tudo para trás: tempo, espaço, limites. Eu precisava alcançá-la. Mas não podia. Eu não tinha esse poder. Ainda não. A magia me havia devolvido muito, mas não o dom de atravessar distâncias num piscar.

Fechei os olhos.

E ali, no silêncio mais profundo, onde só os deuses ouvem, clamei.

— Seres da luz que regem os destinos da terra... Minha voz tremia, algo que nunca imaginei acontecer, eu sei quem sou. Sei o que represento. Meu povo não é bem-vindo entre vocês. Mas tudo o que fiz... tudo... foi por ela.

Minha garganta se apertou. Continuei.

— Não peço
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