Reino do Relâmpago
O vento gelado uivava entre as montanhas, trazendo consigo o som de tambores de guerra e o cheiro de morte. O céu, antes estrelado, foi engolido por nuvens sombrias e a lua quase desapareceu, como se temesse ser testemunha do que estava prestes a acontecer.
Gudrun avançava com seu exército. Montado sobre um lobo negro colossal, com olhos que brilhavam como brasas infernais, ele era a própria encarnação do caos. Seu manto vermelho, aberto, deixava à mostra seu torso coberto por escamas acinzentadas. Seu braço deformado e grotesco terminavam em garras afiadas e seus olhos reptilianos, amarelados e verticais, cintilavam o ódio. Ao seu redor, dois exércitos marcharam - à direita, os guerreiros vivos do Reino da Terra e à esquerda, um mar
O som das trombetas cortou o ar como um grito ancestral, anunciando o inevitável. Bjorn avançou com seu cavalo branco, como uma flecha de luz contra a escuridão. Erik e Rolf o acompanhavam em perfeita sincronia, suas espadas brilhando sob a lua que permanecia quase escondida.O exército do Reino do Relâmpago rugiu em uníssono e partiu em carga total, enquanto o chão tremia sob os galopes e o entrechoque das espadas.— Meu senhor — disse Fredo ao rei com a voz grave e firme. — Há cavaleiros atrás de nós. Creio tê-los ouvido ao atravessarmos os vaus. Agora temos certeza. Estão se aproximando depressa.
O Fim da Batalha no Reino do RelâmpagoBjorn foi lançado ao chão com brutalidade, deslizando por metros até parar. Uma queimadura enorme se espalhava pelo seu peito, deixando a carne exposta e chamuscada. Ele arfava, o olhar fixo na figura que se aproximava lentamente.Gudrun…Seus olhos amarelados ardiam como brasas infernais e sua presença irradiava um poder tão esmagador que fazia o ar ao redor tremer. Seu corpo cintilava com uma luz sombria e um sorriso cruel marcava seu rosto deformado.Mas então… algo mudou.Uma nova presença preencheu o campo de batalha. Uma aura brilhante, pulsante, emergiu. Gudrun parou, o sorriso desaparecendo. Seus olhos se arreg
No Reino da TerraGudrun chegou ao castelo montado em sua cobra colossal, o corpo ferido e a mente em caos. Seu rosto estava marcado pelo sangue seco e suas escamas brilhavam à luz das tochas como um lembrete de sua monstruosidade.O que mais o atormentava não eram as feridas externas, era a lembrança do olhar do selvagem.Ele quase tinha vencido. Bjorn estava à beira da morte, bastava um único golpe para encerrar a história do rei do Relâmpago mas, a chegada daquele homem mudou tudo. O poder que emanava do selvagem era avassalador. Gudrun podia sentir a fusão completa com a besta… e algo mais.Quando os olhos vermelhos do selvagem o encararam, Gudrun sentiu algo que não sentia há anos - M
Um dia Antes da Batalha, no Vale do FimRagnar e Sigurd treinavam como se suas vidas dependessem disso, realmente dependiam. O suor escorria por seus corpos, mas eles não paravam. Não havia espaço para descanso. A guerra se aproximava e Gudrun estava mais forte do que nunca.Raev e Vaskebjørn, as poderosas bestas que residiam dentro deles, já haviam deixado claro, eles precisavam dominar o imenso poder que carregavam ou seriam destruídos.Ragnar sentou-se de pernas cruzadas, fechou os olhos e entrou em um estado de meditação profunda. Seu corpo físico permaneceu imóvel enquanto seu espírito se projetav
A Terra Média estava tomada por uma escuridão cinzenta e fria, com o cheiro de pinheiro e musgo preenchendo o ar. Névoas pálidas subiam da terra negra enquanto os cavaleiros abriam caminho pela confusão de pedras e árvores deformadas. O som dos cascos dos cavalos era abafado, apenas o sussurro distante do rio e o sibilar do vento rompiam o silêncio.Ragnar cavalgava com os olhos semicerrados, a mão firme no cabo de sua espada. Seu cavalo relinchou baixinho e ele o acalmou com um toque suave e palavras gentis. Gostaria que seus próprios medos pudessem ser acalmados tão facilmente quanto os de sua montaria.Ele vestia seus trajes de batalha: calças de couro reforçadas, tiras que protegiam seus ombros, peito e pinturas tribais que cobriam seu
Ragnar estava no seu quarto se preparando para a batalha. Vestia sua roupa típica de guerra, seus trajes selvagens, aqueles que ele tinha orgulho em usar. Sua calça e suas tiras de couro animal, seu cinto também de couro ornamentavam o seu visual. Eram usados para esconder as suas navalhas.Ele fazia uma pequena oração aos deuses, pedindo por sua família e seus amigos.Lagertha se aproximou e viu o filho ajoelhado. Pensou em como era um sonho estar de volta. Poder ver que seu menino se tornou um homem tão honrado, respeitado e amado, era demais para o seu coração. Se aproximou devagar e pegou a pequena tina que tinha ao lado da cama. Ragnar abriu os olhos e a olhou. Seus olhos azuis estavam vermelhos. Lagertha sabia que ele não estava sozi
O estrondo dos tambores de guerra se misturava ao som das espadas colidindo e ao rugido das criaturas místicas. O campo de batalha era um caos pulsante de vida e morte. Sangue e poeira manchavam o céu cinzento e os gritos de bravura e terror ecoavam como trovões.Erik e Rolf avançavam como tempestades gêmeas. Erik, com seus Bevægelser, movia-se como uma sombra em chamas.— Sorte Flammer! — gritou ele e chamas negras envolveram seus inimigos, queimando-os até os ossos.Rolf, por sua vez, manipulava suas sombras com precisão mortal. O campo de batalha silenciou enquanto Laguerta avançava lentamente até Gudrun. Os guerreiros ao redor seguraram a respiração, como se o próprio tempo tivesse parado. Gudrun parecia um homem petrificado, seus olhos amarelados, cravados na figura da ruiva. Inga assistia tudo em estado de choque, as palavras de Gunnhild ecoavam em sua mente“A ruiva retornará e ela será o seu fim.”Laguerta parou a poucos passos de Gudrun e o encarou com firmeza.— Surpreso? — perguntou ela, com a voz firme, mas repleta de amargura. — Eu voltei, Gudrun.Último capítulo Cap 140 - O Destino dos Reis e das Rainhas