A Terra Média estava tomada por uma escuridão cinzenta e fria, com o cheiro de pinheiro e musgo preenchendo o ar. Névoas pálidas subiam da terra negra enquanto os cavaleiros abriam caminho pela confusão de pedras e árvores deformadas. O som dos cascos dos cavalos era abafado, apenas o sussurro distante do rio e o sibilar do vento rompiam o silêncio.
Ragnar cavalgava com os olhos semicerrados, a mão firme no cabo de sua espada. Seu cavalo relinchou baixinho e ele o acalmou com um toque suave e palavras gentis. Gostaria que seus próprios medos pudessem ser acalmados tão facilmente quanto os de sua montaria.
Ele vestia seus trajes de batalha: calças de couro reforçadas, tiras que protegiam seus ombros, peito e pinturas tribais que cobriam seu
Ragnar estava no seu quarto se preparando para a batalha. Vestia sua roupa típica de guerra, seus trajes selvagens, aqueles que ele tinha orgulho em usar. Sua calça e suas tiras de couro animal, seu cinto também de couro ornamentavam o seu visual. Eram usados para esconder as suas navalhas.Ele fazia uma pequena oração aos deuses, pedindo por sua família e seus amigos.Lagertha se aproximou e viu o filho ajoelhado. Pensou em como era um sonho estar de volta. Poder ver que seu menino se tornou um homem tão honrado, respeitado e amado, era demais para o seu coração. Se aproximou devagar e pegou a pequena tina que tinha ao lado da cama. Ragnar abriu os olhos e a olhou. Seus olhos azuis estavam vermelhos. Lagertha sabia que ele não estava sozi
O estrondo dos tambores de guerra se misturava ao som das espadas colidindo e ao rugido das criaturas místicas. O campo de batalha era um caos pulsante de vida e morte. Sangue e poeira manchavam o céu cinzento e os gritos de bravura e terror ecoavam como trovões.Erik e Rolf avançavam como tempestades gêmeas. Erik, com seus Bevægelser, movia-se como uma sombra em chamas.— Sorte Flammer! — gritou ele e chamas negras envolveram seus inimigos, queimando-os até os ossos.Rolf, por sua vez, manipulava suas sombras com precisão mortal. O campo de batalha silenciou enquanto Laguerta avançava lentamente até Gudrun. Os guerreiros ao redor seguraram a respiração, como se o próprio tempo tivesse parado. Gudrun parecia um homem petrificado, seus olhos amarelados, cravados na figura da ruiva. Inga assistia tudo em estado de choque, as palavras de Gunnhild ecoavam em sua mente“A ruiva retornará e ela será o seu fim.”Laguerta parou a poucos passos de Gudrun e o encarou com firmeza.— Surpreso? — perguntou ela, com a voz firme, mas repleta de amargura. — Eu voltei, Gudrun. O silêncio era quase sagrado enquanto Ragnar e Gudrun se encaravam no centro do campo de batalha, rodeados por uma tempestade de morte e destruição. As tropas pararam para assistir. O som das espadas se chocando não era metálico e sim, um lamento agudo, como o grito de uma criatura ferida. A cada golpe, faíscas de luz e sombras dançavam no ar.Gudrun avançou com fúria cega. Ragnar bloqueou o primeiro golpe, desviou o segundo e girou com agilidade, atingindo o flanco exposto de Gudrun. O sangue negro escorreu pelo braço do Yokai. Gudrun rosnou em um idioma antigo e profano, um som tão frio quanto gelo se quebrando em um lago congelado.Ragnar respirava com dificuldade, a fumaça de sua respiração subindo em nuvens ao ar gélido. Cap 140 - O Destino dos Reis e das Rainhas
Cap 141 - O Crepúsculo dos Reis - A Queda de Gudrun
O céu escureceu subitamente. Um vento frio e espectral varreu o campo de batalha. Uma figura encapuzada surgiu entre as sombras, o Ceifeiro em pessoa. Seu rosto era um vazio, um abismo de escuridão infinita.Gudrun, apavorado, estendeu a mão para Ragnar.— Eu só queria… tê-la ao meu lado… — murmurou, com lágrimas de desespero.Lagertha surgiu ao lado de Ragnar. Seus cabelos ruivos flutuavam com o vento. Seu olhar era firme e sereno.— Contemple sua derrota e veja o que nunca terá &m
O céu acima do vale estava escuro e opressor, com a névoa pairando como um véu de memórias esquecidas.Inga fitava Astrid com olhos faiscantes de ódio, enquanto a morena, com seu olhar azulado, mantinha-se firme, com a postura de uma verdadeira rainha.— O vale sem fim… Boa escolha, Drottning. Mas… por quê aqui? — Inga cruzou os braços, tentando esconder sua apreensão.Astrid esboçou um sorriso de lado, seu olhar era penetrante como uma lâmina.— Aqui podemos lutar sem interferências. Onde tudo começou… e
Ragnar virou-se para seu povo, subindo em uma grande pedra para que todos pudessem vê-lo. Sua presença era grandiosa, seu manto dourado e seus cabelos ao vento faziam-no parecer um deus renascido.— Escutem todos, homens livres da Terra Média! — sua voz ecoou como trovões. — Hoje, um novo ciclo começa. Não haverá mais guerras sem sentido, nem reinos erguidos sobre sangue e ambição. Governarei de forma justa. Não haverá melhores ou piores, apenas irmãos e irmãs vivendo sob a bandeira da liberdade.Ele então apontou para os orcs, ogros, elfos e outras criaturas que haviam lutado ao lado de
O inverno finalmente cedeu, e os ventos frios deram lugar ao sol dourado. A Terra Média renascia das cinzas. Os campos floresciam e a névoa sombria, que um dia cobriu os reinos, se dissipou como um pesadelo esquecido.No grande salão do castelo, as vozes ecoavam em festa. Fredo, Erik, Sigurd, Rolf, Leif e tantos outros líderes brindavam ao futuro. Astrid, sentada ao lado de Ragnar, descansava com uma expressão serena enquanto acariciava o ventre. Lagertha e Sigrid serviam vinho e pão aos convidados, rindo das histórias contadas por Bjorn.Então, Ragnar levantou e o salão silenciou.— Hoje, celebramos a vitória e amanhã, construiremos um novo mundo. Um mundo de justiça e liberdade. Quero que todos aqui saibam que este reino não é meu… ele é nosso. Governaremos juntos. Humanos, elfos, ogros, todos terão seu lugar. Não haverá muros entre nós, nem correntes que nos prendam. Aqueles que desejarem a paz, serão nossos irmãos. O importante é todos saberem que aquele que levantar a espada em