O campo de batalha silenciou enquanto Laguerta avançava lentamente até Gudrun. Os guerreiros ao redor seguraram a respiração, como se o próprio tempo tivesse parado. Gudrun parecia um homem petrificado, seus olhos amarelados, cravados na figura da ruiva. Inga assistia tudo em estado de choque, as palavras de Gunnhild ecoavam em sua mente
“A ruiva retornará e ela será o seu fim.”
Laguerta parou a poucos passos de Gudrun e o encarou com firmeza.
— Surpreso? — perguntou ela, com a voz firme, mas repleta de amargura. — Eu voltei, Gudrun.
O silêncio era quase sagrado enquanto Ragnar e Gudrun se encaravam no centro do campo de batalha, rodeados por uma tempestade de morte e destruição. As tropas pararam para assistir. O som das espadas se chocando não era metálico e sim, um lamento agudo, como o grito de uma criatura ferida. A cada golpe, faíscas de luz e sombras dançavam no ar.Gudrun avançou com fúria cega. Ragnar bloqueou o primeiro golpe, desviou o segundo e girou com agilidade, atingindo o flanco exposto de Gudrun. O sangue negro escorreu pelo braço do Yokai. Gudrun rosnou em um idioma antigo e profano, um som tão frio quanto gelo se quebrando em um lago congelado.Ragnar respirava com dificuldade, a fumaça de sua respiração subindo em nuvens ao ar gélido.
O céu escureceu subitamente. Um vento frio e espectral varreu o campo de batalha. Uma figura encapuzada surgiu entre as sombras, o Ceifeiro em pessoa. Seu rosto era um vazio, um abismo de escuridão infinita.Gudrun, apavorado, estendeu a mão para Ragnar.— Eu só queria… tê-la ao meu lado… — murmurou, com lágrimas de desespero.Lagertha surgiu ao lado de Ragnar. Seus cabelos ruivos flutuavam com o vento. Seu olhar era firme e sereno.— Contemple sua derrota e veja o que nunca terá &m
O céu acima do vale estava escuro e opressor, com a névoa pairando como um véu de memórias esquecidas.Inga fitava Astrid com olhos faiscantes de ódio, enquanto a morena, com seu olhar azulado, mantinha-se firme, com a postura de uma verdadeira rainha.— O vale sem fim… Boa escolha, Drottning. Mas… por quê aqui? — Inga cruzou os braços, tentando esconder sua apreensão.Astrid esboçou um sorriso de lado, seu olhar era penetrante como uma lâmina.— Aqui podemos lutar sem interferências. Onde tudo começou… e
Ragnar virou-se para seu povo, subindo em uma grande pedra para que todos pudessem vê-lo. Sua presença era grandiosa, seu manto dourado e seus cabelos ao vento faziam-no parecer um deus renascido.— Escutem todos, homens livres da Terra Média! — sua voz ecoou como trovões. — Hoje, um novo ciclo começa. Não haverá mais guerras sem sentido, nem reinos erguidos sobre sangue e ambição. Governarei de forma justa. Não haverá melhores ou piores, apenas irmãos e irmãs vivendo sob a bandeira da liberdade.Ele então apontou para os orcs, ogros, elfos e outras criaturas que haviam lutado ao lado de
O inverno finalmente cedeu, e os ventos frios deram lugar ao sol dourado. A Terra Média renascia das cinzas. Os campos floresciam e a névoa sombria, que um dia cobriu os reinos, se dissipou como um pesadelo esquecido.No grande salão do castelo, as vozes ecoavam em festa. Fredo, Erik, Sigurd, Rolf, Leif e tantos outros líderes brindavam ao futuro. Astrid, sentada ao lado de Ragnar, descansava com uma expressão serena enquanto acariciava o ventre. Lagertha e Sigrid serviam vinho e pão aos convidados, rindo das histórias contadas por Bjorn.Então, Ragnar levantou e o salão silenciou.— Hoje, celebramos a vitória e amanhã, construiremos um novo mundo. Um mundo de justiça e liberdade. Quero que todos aqui saibam que este reino não é meu… ele é nosso. Governaremos juntos. Humanos, elfos, ogros, todos terão seu lugar. Não haverá muros entre nós, nem correntes que nos prendam. Aqueles que desejarem a paz, serão nossos irmãos. O importante é todos saberem que aquele que levantar a espada em
Erik observava Sigrid se arrumar com um brilho nos olhos. Ela usava um elegante vestido vermelho, os cabelos loiros presos em uma trança delicada que caía sobre o ombro. Estava radiante, ainda mais linda pelo segredo que agora compartilhavam: ele seria pai. Ainda não acreditava que tudo aquilo era real. A guerra tinha acabado e ele, que jurava nunca se render a sentimentos, agora estava construindo uma família com a mulher que roubara seu coração.Ele a observou com um sorriso terno.— Amor, cuidado nessa festa… Promete que não vai exagerar? — ele murmurou.Sigrid virou-se com uma expressão confusa e divertida.— Erik Freysson… pelo amor dos deuses! O que seis mulheres podem fazer de perigoso dentro de um castelo? Vamos apenas conversar e rir. Nem o Meishu está tão paranóico com a Astrid e olha que ela já está com oito meses de gravidez.Erik cruzou os braços, ainda desconfiado. Sigrid se aproximou, colocando as mãos sobre o ventre ainda pequeno.— Nosso bebê está seguro e bem proteg
Enquanto isso, no outro lado do castelo, a reunião das mulheres também seguia animada. Astrid, com o ventre já grande, ria das histórias que Sigrid contava. Ylva, sentada com as pernas cruzadas, brincava com seus cabelos dourados enquanto ouvia atentamente. Thyra, com seu jeito sério, até esboçava sorrisos entre um gole e outro.— Sabem… — Sigrid começou, com os olhos brilhando. — Eu nunca pensei que teria um final feliz, mas aqui estou eu. E não é o fim… é só o começo.Astrid segurou a mão da amiga e sorriu.— O reino estava em festa. O casamento triplo tão aguardado uniria Bjorn e Lagertha, Erik e Sigrid e Rolf com Thyra. Todos estavam presentes, vindos dos quatro cantos da Terra Média. Amigos, aliados, famílias… O castelo resplandecia com as cores da nova era de paz e teriam outra surpresa nesse dia de celebração.Três Dias Antes do Grande DiaA chegada de Ivar e Runa com seu pequeno Cuyler, agora com um ano e seis meses, foi um alvoroço de abraços e risos. A presença de Leif e Agatha também foi motivo de alegria, o casal planejava seu próprio casamento em breve. Fredo e Freya trouxeram Ava, que correu animada para Astrid, abraçando a barriga da morena e sussurrando com seu típico brilho nos olhos:—Cap 148 - Seja bem vindo Príncipe Thor