No Reino do Norte…
Depois de cinco longos dias mergulhado na escuridão, Ivar finalmente abriu os olhos. A luz suave do amanhecer invadia o quarto pelas frestas da janela, projetando sombras tênues. Ele piscou algumas vezes, confuso. Observou o quarto desconhecido e depois olhou para si mesmo, vendo seu corpo envolto em ataduras. Virou a cabeça lentamente e viu uma figura familiar - Runa, sua esposa, adormecida em uma cadeira ao lado da cama.
Ivar tentou se levantar com cuidado, mas um gemido escapou de seus lábios, quebrando o silêncio. Runa acordou de imediato, com os olhos arregalados. Quando percebeu que seu amado havia despertado, um sorriso radiante se espalhou por seu rosto.
— Não se esforce, meu amor… agora
Próximo ao Reino do RelâmpagoA escuridão parecia viva. Um manto espesso de névoa se espalhava por entre as árvores e cobria as margens pálidas do Reino do Relâmpago, como se a própria morte sussurrasse por ali. O céu, paradoxalmente, estava limpo, salpicado de estrelas reluzentes e uma lua crescente observava tudo do oeste, indiferente ao que estava prestes a acontecer.O exército amaldiçoado marchava sem hesitação. A sede de sangue que emanava das criaturas era quase tangível, um odor metálico e amargo que parecia contaminar o ar. Não havia medo, apenas o desejo insano de destruição.Bjorn e seus companheiros, Fredo, Leif e Hakon, avançavam por aquele terreno traiçoe
Reino do RelâmpagoO vento gelado uivava entre as montanhas, trazendo consigo o som de tambores de guerra e o cheiro de morte. O céu, antes estrelado, foi engolido por nuvens sombrias e a lua quase desapareceu, como se temesse ser testemunha do que estava prestes a acontecer.Gudrun avançava com seu exército. Montado sobre um lobo negro colossal, com olhos que brilhavam como brasas infernais, ele era a própria encarnação do caos. Seu manto vermelho, aberto, deixava à mostra seu torso coberto por escamas acinzentadas. Seu braço deformado e grotesco terminavam em garras afiadas e seus olhos reptilianos, amarelados e verticais, cintilavam o ódio. Ao seu redor, dois exércitos marcharam - à direita, os guerreiros vivos do Reino da Terra e à esquerda, um mar
O som das trombetas cortou o ar como um grito ancestral, anunciando o inevitável. Bjorn avançou com seu cavalo branco, como uma flecha de luz contra a escuridão. Erik e Rolf o acompanhavam em perfeita sincronia, suas espadas brilhando sob a lua que permanecia quase escondida.O exército do Reino do Relâmpago rugiu em uníssono e partiu em carga total, enquanto o chão tremia sob os galopes e o entrechoque das espadas.— Meu senhor — disse Fredo ao rei com a voz grave e firme. — Há cavaleiros atrás de nós. Creio tê-los ouvido ao atravessarmos os vaus. Agora temos certeza. Estão se aproximando depressa.
O Fim da Batalha no Reino do RelâmpagoBjorn foi lançado ao chão com brutalidade, deslizando por metros até parar. Uma queimadura enorme se espalhava pelo seu peito, deixando a carne exposta e chamuscada. Ele arfava, o olhar fixo na figura que se aproximava lentamente.Gudrun…Seus olhos amarelados ardiam como brasas infernais e sua presença irradiava um poder tão esmagador que fazia o ar ao redor tremer. Seu corpo cintilava com uma luz sombria e um sorriso cruel marcava seu rosto deformado.Mas então… algo mudou.Uma nova presença preencheu o campo de batalha. Uma aura brilhante, pulsante, emergiu. Gudrun parou, o sorriso desaparecendo. Seus olhos se arreg
No Reino da TerraGudrun chegou ao castelo montado em sua cobra colossal, o corpo ferido e a mente em caos. Seu rosto estava marcado pelo sangue seco e suas escamas brilhavam à luz das tochas como um lembrete de sua monstruosidade.O que mais o atormentava não eram as feridas externas, era a lembrança do olhar do selvagem.Ele quase tinha vencido. Bjorn estava à beira da morte, bastava um único golpe para encerrar a história do rei do Relâmpago mas, a chegada daquele homem mudou tudo. O poder que emanava do selvagem era avassalador. Gudrun podia sentir a fusão completa com a besta… e algo mais.Quando os olhos vermelhos do selvagem o encararam, Gudrun sentiu algo que não sentia há anos - M
Um dia Antes da Batalha, no Vale do FimRagnar e Sigurd treinavam como se suas vidas dependessem disso, realmente dependiam. O suor escorria por seus corpos, mas eles não paravam. Não havia espaço para descanso. A guerra se aproximava e Gudrun estava mais forte do que nunca.Raev e Vaskebjørn, as poderosas bestas que residiam dentro deles, já haviam deixado claro, eles precisavam dominar o imenso poder que carregavam ou seriam destruídos.Ragnar sentou-se de pernas cruzadas, fechou os olhos e entrou em um estado de meditação profunda. Seu corpo físico permaneceu imóvel enquanto seu espírito se projetav
A Terra Média estava tomada por uma escuridão cinzenta e fria, com o cheiro de pinheiro e musgo preenchendo o ar. Névoas pálidas subiam da terra negra enquanto os cavaleiros abriam caminho pela confusão de pedras e árvores deformadas. O som dos cascos dos cavalos era abafado, apenas o sussurro distante do rio e o sibilar do vento rompiam o silêncio.Ragnar cavalgava com os olhos semicerrados, a mão firme no cabo de sua espada. Seu cavalo relinchou baixinho e ele o acalmou com um toque suave e palavras gentis. Gostaria que seus próprios medos pudessem ser acalmados tão facilmente quanto os de sua montaria.Ele vestia seus trajes de batalha: calças de couro reforçadas, tiras que protegiam seus ombros, peito e pinturas tribais que cobriam seu
Ragnar estava no seu quarto se preparando para a batalha. Vestia sua roupa típica de guerra, seus trajes selvagens, aqueles que ele tinha orgulho em usar. Sua calça e suas tiras de couro animal, seu cinto também de couro ornamentavam o seu visual. Eram usados para esconder as suas navalhas.Ele fazia uma pequena oração aos deuses, pedindo por sua família e seus amigos.Lagertha se aproximou e viu o filho ajoelhado. Pensou em como era um sonho estar de volta. Poder ver que seu menino se tornou um homem tão honrado, respeitado e amado, era demais para o seu coração. Se aproximou devagar e pegou a pequena tina que tinha ao lado da cama. Ragnar abriu os olhos e a olhou. Seus olhos azuis estavam vermelhos. Lagertha sabia que ele não estava sozi