A sala estava em penumbra, iluminada apenas pelo fogo brando na lareira.Ragnar estava em pé, de costas para a porta, com as mãos apoiadas na mesa de guerra. O mapa diante dele era um emaranhado de estratégias e possibilidades, mas seus olhos não viam mais nada.Sua respiração era pesada, seus ombros rígidos como se carregassem o peso de todo o mundo. Raev em seu interior gritava com ele, mas era ignorado. Sentia a oscilação do seu poder, sabia que isso era perigoso mas pensar em perder as pessoas que amava, deixava o selvagem vulnerável.Astrid entrou devagar, fechando a porta com cuidado. O vento cortante soprava entre as árvores retorcidas, trazendo consigo o cheiro metálico de gelo e algo mais sombrio… algo que fazia até os corvos permanecerem em silêncio.Inga e Gunnhild avançavam pela trilha coberta de neve em direção às montanhas geladas. O ar estava denso, como se o próprio mundo prendesse a respiração.Inga mantinha o olhar fixo à frente, seus lábios curvados em um sorriso enigmático. A cada passo, seu coração acelerava com a antecipação de seu plano. Ela não via a hora de ter nas mãos o poder absoluto da feiticeira e, finalmente, quebrar o pacto que a prendia a No Reino da Terra…Gudrun sentia algo pulsar dentro de si, como uma fera desperta. O salão do trono, repleto de seus generais, estava envolto em tensão após a notícia do fracasso na tentativa de invasão ao Reino do Fogo. Sua irritação era quase palpável. Queria sangue. Precisava de sangue.— Onde estão as feiticeiras? — rosnou.Ninguém respondeu. Ambas estavam ausentes do castelo.O silêncio foi cortado por um calor brutal que explodiu dentro dele. Seu corpo arqueou para frente e um grito de dor ressoou pelas paredes. Camadas de escamas começaram a brotar pelo seu braço direito, cCap 128 - O Confronto nas Montanhas Geladas
Cap 129 - Decisões Difíceis
No Reino do Norte…Depois de cinco longos dias mergulhado na escuridão, Ivar finalmente abriu os olhos. A luz suave do amanhecer invadia o quarto pelas frestas da janela, projetando sombras tênues. Ele piscou algumas vezes, confuso. Observou o quarto desconhecido e depois olhou para si mesmo, vendo seu corpo envolto em ataduras. Virou a cabeça lentamente e viu uma figura familiar - Runa, sua esposa, adormecida em uma cadeira ao lado da cama.Ivar tentou se levantar com cuidado, mas um gemido escapou de seus lábios, quebrando o silêncio. Runa acordou de imediato, com os olhos arregalados. Quando percebeu que seu amado havia despertado, um sorriso radiante se espalhou por seu rosto.— Não se esforce, meu amor… agora
Próximo ao Reino do RelâmpagoA escuridão parecia viva. Um manto espesso de névoa se espalhava por entre as árvores e cobria as margens pálidas do Reino do Relâmpago, como se a própria morte sussurrasse por ali. O céu, paradoxalmente, estava limpo, salpicado de estrelas reluzentes e uma lua crescente observava tudo do oeste, indiferente ao que estava prestes a acontecer.O exército amaldiçoado marchava sem hesitação. A sede de sangue que emanava das criaturas era quase tangível, um odor metálico e amargo que parecia contaminar o ar. Não havia medo, apenas o desejo insano de destruição.Bjorn e seus companheiros, Fredo, Leif e Hakon, avançavam por aquele terreno traiçoe
Reino do RelâmpagoO vento gelado uivava entre as montanhas, trazendo consigo o som de tambores de guerra e o cheiro de morte. O céu, antes estrelado, foi engolido por nuvens sombrias e a lua quase desapareceu, como se temesse ser testemunha do que estava prestes a acontecer.Gudrun avançava com seu exército. Montado sobre um lobo negro colossal, com olhos que brilhavam como brasas infernais, ele era a própria encarnação do caos. Seu manto vermelho, aberto, deixava à mostra seu torso coberto por escamas acinzentadas. Seu braço deformado e grotesco terminavam em garras afiadas e seus olhos reptilianos, amarelados e verticais, cintilavam o ódio. Ao seu redor, dois exércitos marcharam - à direita, os guerreiros vivos do Reino da Terra e à esquerda, um mar
O som das trombetas cortou o ar como um grito ancestral, anunciando o inevitável. Bjorn avançou com seu cavalo branco, como uma flecha de luz contra a escuridão. Erik e Rolf o acompanhavam em perfeita sincronia, suas espadas brilhando sob a lua que permanecia quase escondida.O exército do Reino do Relâmpago rugiu em uníssono e partiu em carga total, enquanto o chão tremia sob os galopes e o entrechoque das espadas.— Meu senhor — disse Fredo ao rei com a voz grave e firme. — Há cavaleiros atrás de nós. Creio tê-los ouvido ao atravessarmos os vaus. Agora temos certeza. Estão se aproximando depressa.
O Fim da Batalha no Reino do RelâmpagoBjorn foi lançado ao chão com brutalidade, deslizando por metros até parar. Uma queimadura enorme se espalhava pelo seu peito, deixando a carne exposta e chamuscada. Ele arfava, o olhar fixo na figura que se aproximava lentamente.Gudrun…Seus olhos amarelados ardiam como brasas infernais e sua presença irradiava um poder tão esmagador que fazia o ar ao redor tremer. Seu corpo cintilava com uma luz sombria e um sorriso cruel marcava seu rosto deformado.Mas então… algo mudou.Uma nova presença preencheu o campo de batalha. Uma aura brilhante, pulsante, emergiu. Gudrun parou, o sorriso desaparecendo. Seus olhos se arreg