4. O chefe

“O amor não se vê com os olhos, mas com o coração.” (William Shakespeare)

**********♡**********

Laura

Fiquei na minha carteira lendo um livro, logo depois o sino tocou pros alunos entrarem, e logo escultei a voz da Mônica mostrando a escola pro garoto.

— Aqui é a biblioteca e ali a sala de jogos... — ouvia ela falando de longe nos corredores

Reviro os olhos e continuo a minha leitura.

A professora de matemática entrou na classe e o sino tocou novamente. Em seguida a Mônica entrou, depois veio a Bianca e a Beth. Logo depois, apareceu na porta o Álvaro, o rapaz que eu tinha acabado de conhecer na noite passada. Fiquei em choque, tentei esconder o rosto com o livro, mas ele já tinha me visto e já estava com aquele sorriso maravilhoso no rosto.

— Pessoal, esse é o Álvaro Meirelles. Seu novo colega de classe. Vamos dá as boas vindas à ele? — a professora fala

Em seguida todos disseram: "Bem vindo, Álvaro" e ele foi lá pro fundo onde tinham as carteiras vagas. Eu não olhei pra trás, mas notei quando a Mônica saiu da carteira dela e foi sentar ao lado dele.

"Oferecida. É uma descarada mesmo." — penso rápido e possessa de raiva

— Hoje preciso que vocês façam duplas para uma tarefa que será feita em casa. — Disse a professora

Nesse momento todos formaram as duplas, e a Mônica claro, foi pro lado do Álvaro.

Depois o sino tocou pro intervalo e todos saíram, e eu como sempre, fiquei na sala lendo o meu livro. A Mônica pegou na mão dele o puxando pra fora da sala, mas notei quando ele olhou pra trás, vendo que eu não iria sair.

Cinco minutos depois eu estava concentrada lendo meu livro quando uma mão baixou o mesmo, olhei era ele ali na minha frente, e meu corpo estremece.

— Então a senhorita estuda aqui né e nem falou comigo. — Disse ele olhando pra mim

— É que você já estava bem acompanhado. Não quis me intrometer. — falo sem graça

— Aquela garota já me mostrou tudo. Mas e aí, aceita lanchar comigo, senhorita? — ele fala todo convidativo

— Não, eu gosto de ficar aqui lendo no intervalo, nem trago lanches. — falo espera

— Ah para, vem, eu tô convidando. Você vai recusar? — ele insiste

— É sério, talvez a Mônica esteja interessada. — falo sarcástica

O sino tocou terminando o intervalo.

— É... Parece que vou ficar sem lanchar mesmo. — Falou ele levantando e indo pra carteira

Depois a Mônica entrou esterica como sempre.

— Álvarooooo, você sumiu... Te procurei pra lanchar e não te achei.

— Resolvi vir antes de acabar o intervalo. — Respondeu ele me olhando e eu me faço de desentendida

A professora ainda não tinha entrado e ela continuou a conversa.

— Então Álvaro, eu nunca te vi por aqui. É novo na cidade?

— Sério? Eu te vi ontem a noite no restaurante. — Respondeu ele irônico

— No restaurante? Mas como que eu não te vi?

— Bom, é que ontem a noite eu estava de garçom, talvez você não lembre por isso. — Mônica quase tem um infarte quando descobre a profissão do Álvaro, e que na realidade ele não era o riquinho que ela imaginava

— Garçom?... — ela perde a voz e fica pálida por um tempo — É... talvez tenha sido por isso. Olha Álvaro eu vou ter que ir sentar ali com as meninas agora. Depois agente conversa, tá?

— Sem problema. — Disse ele sorrindo

Em seguida ela voltou lá pra frente com a cara de bunda dela, e as meninas gargalhando da cara da cretina. No final da aula todos saíram da classe. Eu tentei sai o mais rápido possível, pois sabia que ele viria até mim, mas não teve como escapar... Senti sua mão em meu ombro e parei.

— Laura, aceita tomar um lanche comigo? — ele pergunta

— Ah, Álvaro! Seria uma honra, mas tô indo buscar minha irmã na escola agora.

— Não tem problema, eu pego ela com você e vamos os três comer. O que acha? — ele insiste e abre aquele sorriso lindo que fazia tudo parar

— Tá bom. Já que você tá insistindo, vamos lá. — falo e sem ter como escapar me rendo aquele par de olhos cintilantes

Entramos no carro, as meninas ainda estavam lá dentro e nem viram quando eu saí com ele. Chegando na escola da Flora, entrei pra buscá-la, e ele ficou esperando no carro. Peguei a Flora e voltei. Ela foi correndo até o carro e logo se apresentou:

— Oiiiii, meu nome é Flora, eu tenho seis anos, sabia!? — Disse a Flora com a cabeça na janela do carro, é algo inusitado, pois ela sempre se afasta das pessoas e prefere observa-las de longe, mas com Álvaro foi diferente, pelo visto ela gostou mesmo dele.

— Oi Flora! Você é linda. O meu é Álvaro. Vamos passear? — Álvaro dá corda para ela na hora, mal sabe ele que depois que Flora gosta de alguém, não desgruda nunca mais.

— Obaaa, vamos passear, êêê... — Gritava ela pulando de alegria

— Vem, Flora, entra. — eu disse enquanto abria a porta pra ela entrar. Em seguida entrei também.

Enquanto Álvaro dirigia, ele conversava com a Eloá, e aquilo me encantou. Era raro as pessoas que davam atenção ao que crianças especiais diziam e que demonstravam interesse por elas. E mais uma vez ele me surpreendeu com sua atitude.

— Então Flora, o que você gosta de fazer? — Álvaro pergunta

— Eu gosto de brincar na pracinha, gosto de encher balões, gosto de pintar, de música, de dançar,...

— Ela agora vai falar o dia todo, porque ela gosta de fazer tudo. — falo e sorrio

Álvaro sorriu, e algum tempo depois chegamos ao mesmo restaurante da noite passada.

— Achei que era só um lanche. — Disse pra ele

— E será. — Respondeu ele

— Tem batata frita? — Perguntou a Flora

— Flora! Deixa de ser mal educada, será apenas um lanche. — chamo a atenção dela

— Mas eu queria batata frita. — Disse ela baixando a cabeça

— Pode deixar princesa, vamos pedir uma porção enorme de batata frita, o que acha? — Álvaro a incentiva, e claro quer ela adora isso.

— Ebaaaaa... — falava ela pulando

Quando entramos sentei numa mesa com a Flora, e Álvaro foi lá dentro. Depois voltou e sentou conosco.

— Flora, as batatas já estão fritando. E você senhorita, o que vai querer? — ele me encara

— Um sanduíche com suco de laranja, por favor.

— Um sanduíche com suco de laranja, por favor. — grita ele para os funcionários

Em seguida veio um garçom com os nossos pedidos.

— Aqui está chefe. — Disse o garçom o olhando

— Chefe? Achei que você fosse garçom. — falo desacreditada e totalmente confusa

— Ontem eu era, inauguração da muita gente então tive que ajudar, eu sou o dono desse e de toda a rede de restaurantes que era do meu pai em quase todos os estados do Brasil. — Álvaro fala naturalmente e eu fico sem reação

Fiquei abismada com o tanto que ele era rico, mas não falei nada, até porque não me importava. Porém o que não saia da minha cabeça, era não saber o que ele estaria fazendo naquela escola, sendo que tinha várias outras escolas muito melhores do que aquela. Álvaro escondia alguma coisa, e pelo visto ele não era o anjo que eu imaginava.

Decepcionada desvio meu olhar para a frente do restaurante, tentando evitar ao máximo um contato visual com ele, mas isso era impossível, porque o seu sorriso, sua gentileza, seu olhar e tudo nele me encantavam. Droga! Isso não era para está acontecendo, eu não posso e não devo me apaixonar. Mas ao que tudo indica não tenho como evitar, pois eu já estava apaixonada desde o primeiro instante que nossos olhares se cruzaram. E agora, o que eu faço para fugir desse sentimento?

▪︎▪︎▪︎▪︎▪︎▪︎▪︎▪︎▪︎▪︎▪︎▪︎

Leia este capítulo gratuitamente no aplicativo >

Capítulos relacionados

Último capítulo