O ACIDENTE

Rodolfo Müller era um homem de meia-idade, com um rosto severo e uma presença imponente. Seus olhos, que antes brilhavam com calor e amor, agora pareciam gelados e distantes, como se estivessem escondendo um segredo profundo.

Como presidente da Pinnacle Holdings, Rodolfo era um homem muito rico e influente, com um império empresarial que se estendia por todo o mundo. Mas apesar de sua riqueza e poder, Rodolfo carregava um fardo pesado em seu coração.

A morte de sua esposa durante o parto de Otávio havia deixado uma cicatriz profunda em sua alma. Ele nunca mais se casou, e sozinho criou Otávio, que agora era um jovem homem de sucesso.

Mas apesar de seu amor por Otávio, Rodolfo não podia deixar de sentir uma ponta de culpa e ressentimento em relação ao filho. Ele não podia deixar de se perguntar se  algum dia ele poderia deixar de culpar Otávio e responsabilizar ele pela morte de sua esposa, ou se ele próprio era culpado por não ter podido protegê-la.

Essa divisão em seu coração tornava Rodolfo um homem complexo e contraditório, capaz de demonstrar tanto amor quanto raiva em relação ao filho. E agora, à medida que Otávio crescia e se tornava um homem de negócios seguindo seu próprio caminho , Rodolfo se via diante de uma escolha difícil: seguir seu coração e amar Otávio incondicionalmente, ou seguir sua mente e culpar o filho pela morte de sua própria mãe.

 Rodolfo estava sentado atrás de uma grande mesa de madeira escura, com um secretário de pé à sua frente.

O secretário, um homem mais jovem com um terno preto e uma gravata vermelha, estava relatando os últimos desenvolvimentos nos negócios da empresa. Rodolfo o ouvia atentamente, com uma expressão de concentração no rosto.

"E como andam os negócios no hotel?" perguntou Rodolfo, com uma voz firme e autoritária.

"Estão indo muito bem, senhor," respondeu o secretário. "Otávio está fazendo um excelente trabalho como CEO. O hotel está lucrando mais do que nunca e a reputação da empresa está crescendo."

Rodolfo resmungou, com uma expressão de desaprovação no rosto. "Eu queria que ele estivesse à frente da empresa da família, não de um hotelzinho," disse ele, com uma voz amarga. "Ele tem potencial para ser um grande líder, mas está desperdiçando seu talento com esse hotel."

O secretário não disse nada, apenas inclinou a cabeça em sinal de respeito. Ele sabia que o pai de Otávio não estava satisfeito com a escolha do filho de trabalhar no hotel, mas também sabia que Otávio estava fazendo um excelente trabalho e que o hotel estava prosperando sob sua liderança.

A sala da presidência era um local impressionante, com paredes revestidas de madeira escura e um teto alto e elegante. A mesa de madeira escura estava no centro da sala, com cadeiras de couro preto  ao redor. As janelas eram altas e estreitas, com cortinas de seda que filtravam a luz do sol.

No fundo da sala, havia um grande quadro de um antepassado da família Müller , um homem severo e autoritário que parecia olhar para todos os que entravam na sala. O quadro era uma lembrança constante da riqueza e do poder da família , e do legado que eles tinham construído ao longo dos anos.

Enquanto isso Otávio entrou no hotel por uma porta lateral. Ele estava concentrado em seus pensamentos, sem notar nada ao seu redor.

Ao mesmo tempo, uma jovem saiu do hotel por outra porta, localizada do lado oposto da entrada. Ela estava vestida com uma roupa simples, composta por uma calça jeans, uma blusa branca e tênis pretos. Uma mochila estava pendurada em seu ombro, e seu cabelo estava preso em um penteado simples.

Ela caminhou rapidamente, sem notar a presença de Otávio do outro lado da entrada. Os dois estavam separados por apenas alguns metros, mas não se viram.

A entrada do hotel era um local movimentado, com pessoas entrando e saindo constantemente. Otávio se misturou à multidão, enquanto a jovem desapareceu na rua.

Neste momento, não parecia haver qualquer conexão entre os dois. Eram apenas duas pessoas que haviam cruzado caminhos por acaso. Mas o destino tem maneiras de surpreender...

Assim que a jovem saiu da porta do hotel, ela caminhou por alguns segundos e logo seu telefone tocou. Ela olhou para a tela e sorriu ao ver o nome de sua amiga, Bianca.

"E aí, como foi, você passou?" perguntou Bianca, com uma voz alegre e animada.

"Eu finalmente fui contratada," respondeu a jovem muito animada. "E você? O que está fazendo?"

"Eu estava pensando em comer algo e comemorarmos," disse Bianca. "Eu encontrei um lugar novo perto do hotel em que você vai trabalhar agora, dizem que a comida lá é maravilhosa. Você quer vir comigo?"

A jovem pensou por um momento e então aceitou o convite. "Sim, eu adoraria! Onde é o lugar?"

"É um restaurante chamado 'Seoul Garden'," respondeu Bianca. "Está logo aí perto do hotel. Você pode me encontrar lá em 40 minutos?"

Ela então concordou e desligou o telefone. Ela então se dirigiu ao restaurante.

Depois de alguns minutos, ela chegou ao restaurante "Seoul Garden" e olhou em volta para encontrar sua amiga Bianca. Ela avistou Bianca sentada à uma mesa perto da janela e sorriu ao vê-la.

Bianca levantou-se da mesa e abriu os braços com uma expressão melancólica, como se estivesse ansiosa para abraçar sua amiga. A jovem correu vagarosamente em direção a Bianca, com um sorriso no rosto.

Quando as duas amigas se encontraram, Bianca a abraçou calorosamente e disse: "Mirella, você finalmente conseguiu um emprego! Estou muito orgulhosa de você!"

Mirella sorriu e retribuiu o abraço de Bianca. "Obrigada, Bianca! Estou muito feliz em ter conseguido o emprego. Não é o emprego dos meus sonhos, mas ainda sim vai me salvar!"

Mirella era uma jovem de 24 anos, com uma beleza e carisma que não passavam despercebidos. Seus olhos brilhavam com uma determinação e uma força de vontade que era inspiradora, mas também escondiam uma história de luta e superação.

A vida não havia sido fácil para Mirella. Ela perdeu seus pais quando era apenas uma criança, e desde então, havia sido criada por uma madrinha, que, embora bem-intencionada, não podia substituir o amor e o carinho de uma mãe e de um pai.

Mirella cresceu sem a segurança e a estabilidade de uma família tradicional, e isso a marcou profundamente. Ela se lembrava vagamente dos rostos de seus pais, mas a memória deles estava distante e nebulosa.

Após completar 18 anos, Mirella decidiu que era hora de seguir em frente e construir sua própria vida. Ela saiu da casa da madrinha e começou a trabalhar em vários bicos para sobreviver. Ela sonhava em estudar direito, mas a falta de recursos a obrigou a trancar a faculdade.

Mas Mirella não se deixou abater. Ela continuou a lutar, trabalhando em vários empregos temporários e sonhando com um futuro melhor. Ela estava determinada a mudar de vida e a encontrar um emprego fixo que lhe desse estabilidade e segurança.

Com sua beleza, carisma e determinação, Mirella era uma jovem que não se deixava abater pelas dificuldades. Ela seguia firme, sempre olhando para frente, e estava pronta para enfrentar qualquer desafio que viesse em seu caminho.

Depois do abraço caloroso, as duas amigas se sentaram à mesa, ansiosas para começar a refeição. A mesa estava preparada para um churrasco, com uma grelha no centro e pratos de acompanhamento ao redor.

Bianca olhou para o garçom e pediu: "Por favor, traga mais cerveja e uma porção extra de barriga de porco. Queremos fazer um churrasco de verdade!"

O garçom sorriu , antes de se afastar para atender ao pedido. Mirella olhou para Bianca e riu. "Você está com fome, não é?"

Bianca sorriu de volta. "Estou sempre com fome quando se trata de comida! E especialmente quando estou muito feliz, e hoje minha felicidade é graças a você. Vamos comer e beber até não poder mais!"

Mirella riu e concordou. "Vamos fazer isso! Mas primeiro, me conte sobre o seu encontro às cegas. O que vocês fizeram? Ele é legal?"

Bianca começou a contar sobre seu encontro. "Aish... ele era um verdadeiro idiota."

Mirella olhou para a amiga com um olhar reconfortante. "Aí amiga, você tem que parar de ficar indo a esses encontros com esses caras malucos," disse ela. "Você deveria focar no seu trabalho e na sua carreira, vem cá, vamos beber por hoje e esquecer os homens por enquanto," disse Mirella servindo mais um copo de cerveja para Bianca.

Enquanto o garçom retornou com a cerveja e a barriga de porco, as duas amigas estavam sentadas à mesa, conversando e rindo. O tempo parecia ter voado, e quando Mirella percebeu, já estava ficando de noite. Ela olhou para o relógio e viu que já eram quase 7 horas.

"Bianca, acho que é hora de irmos embora," disse Mirella, tentando manter a amiga focada. "Amanhã é o meu primeiro dia de trabalho e eu não posso atrasar."

Bianca, que estava muito bêbada, concordou com a cabeça, mas não parecia entender muito bem o que estava acontecendo. Mirella pagou a conta e ajudou a amiga a se levantar da cadeira.

Ao saírem do restaurante, Mirella apoiou Bianca nos ombros, pois a amiga estava cambaleando e não conseguia manter o equilíbrio. Enquanto caminhavam em direção à saída, Mirella ouviu um grupo de pessoas entrando no restaurante e comentando sobre um acidente de carro que havia acontecido a algumas quadras dali.

"Eu ouvi que foi um acidente grave," disse uma das pessoas. "O carro era um Bentley e parecia que o motorista era alguém importante."

Mirella não prestou muita atenção ao que as pessoas estavam dizendo, pois estava mais preocupada em ajudar Bianca a chegar em casa em segurança. Mas, ao ouvir a menção ao Bentley, ela não pôde deixar de se perguntar quem poderia ser o motorista do carro.

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