A ALMA

Enquanto isso, havia pessoas correndo por toda parte.Otávio estava deitado na maca, inconsciente e sangrando profusamente na cabeça. Sua roupa branca estava completamente ensanguentada, e sua mão pendia para fora da maca, como se estivesse pedindo ajuda.

Os médicos e enfermeiros corriam em volta dele, preparando-o para os primeiros atendimentos. Eles estavam todos vestidos com jalecos brancos e luvas, e seus rostos estavam tensos e concentrados.

A sala de cirurgia estava iluminada por luzes fortes e brancas, e o ar estava cheio do cheiro de desinfetante e sangue. O som de máquinas e equipamentos médicos enchia o ar, criando uma atmosfera de urgência e tensão.

Otávio estava completamente imóvel, sem mostrar nenhum sinal de consciência. Seu rosto estava pálido e sujo de sangue, e seus olhos estavam fechados, como se estivesse dormindo.

Os médicos começaram a preparar os equipamentos para a cirurgia, enquanto as enfermeiras estavam prontas para ajudar. A tensão na sala era palpável, e todos estavam concentrados em salvar a vida dele.

O secretário de Rodolfo ,entrou na sala rapidamente, com uma expressão de preocupação no rosto. "Senhor, eu tenho notícias ruins," disse ele, sem preâmbulos.

Rodolfo olhou para o secretário com uma expressão de curiosidade. "O que é?" perguntou ele, com a voz firme.

"Otávio sofreu um acidente de carro enquanto voltava para casa," disse o secretário, com a voz trêmula.

Rodolfo se levantou da cadeira, com uma expressão de alarme no rosto. Ele parecia ter sido atingido por um golpe, e sua respiração estava pesada e difícil.

"O que aconteceu?" perguntou ele, com a voz firme, mas preocupada.

O secretário hesitou antes de responder. "Ele está no hospital agora, senhor. E ele está em estado grave."

Rodolfo sentou-se novamente na cadeira lentamente, com uma expressão abatida no rosto, sua respiração estava pesada e difícil.

"Estado grave?" repetiu ele, com a voz quase inaudível. Ele parecia estar em choque e não sabia o que fazer.

Ele ficou sentado na cadeira, preso em seus próprios pensamentos. Seus olhos pareciam ter congelado; ele estava completamente abalado com a notícia, com os olhos vidrados olhando para o vago, seus pensamentos estavam distantes.

Então, de repente, ele olhou para o secretário com um olhar determinado e uma voz firme.

"Vamos para o hospital," disse ele, se levantando da cadeira e pegando seu paletó que estava pendurado e colocando-o nos braços.

O secretário assentiu com a cabeça, seguindo-o rapidamente. Enquanto Rodolfo entrava a caminho do hospital, ele não podia deixar de pensar quão grave estava seu filho.

Ao chegar no hospital, o secretário foi direto à recepção para saber sobre Otávio, enquanto isto Rodolfo esperava a alguns metros de distância ansioso.

Depois de alguns minutos, o secretário se aproxima dele.

"O senhor Otávio está no andar de cima, ele está passando por uma cirurgia."

Rodolfo deu um passo para frente e acenou com a cabeça, dando um tapinha leve no ombro de seu secretário, olhando dentro dos seus olhos.

O secretário olhou para ele com compaixão, pois ele sabia que, por mais que Rodolfo parecesse durão e frio com seu próprio filho, no fundo ele estava sofrendo.

Em seguida, Rodolfo virou-se e caminhou até a sala de cirurgia que ficava no andar de cima do hospital.

Rodolfo estava sentado em uma cadeira no corredor do hospital, esperando do lado de fora da sala de cirurgia onde Otávio estava sendo operado. Ele estava com o rosto impassível, sem mostrar nenhum sinal de emoção.

O médico saiu da sala de cirurgia e se aproximou dele, com uma expressão séria. "Quem é o responsável por Otávio?"

Rodolfo logo se levantou da cadeira e caminhou até o médico. "Sou eu,sou o pai dele," respondeu ele, um pouco nervoso.

"Senhor, Otávio sofreu um acidente de carro grave," disse ele, começando a explicar o quadro de Otávio.

"Ele teve uma lesão cerebral grave, com hemorragia interna," continuou o médico. "Além disso, ele também teve fraturas em várias partes do corpo, incluindo a perna e o braço."

Rodolfo ouvia atentamente, seu rosto cada vez mais sombrio.

"A lesão cerebral foi a mais grave," disse o médico. "Ele teve uma lesão no lobo frontal, que afetou a sua capacidade de respirar e de manter a consciência."

Rodolfo respirou fundo, tentando processar as informações.

"Por isso, ele está em coma," disse o médico. "Nós estamos fazendo tudo o que podemos para salvá-lo, mas o próximo período será crítico."

Rodolfo assentiu com a cabeça, seu rosto impassível, mas os olhos revelavam uma profunda preocupação e tristeza.

Foi então que ele não pôde evitar que uma lágrima escapasse de seus olhos. Ele rapidamente a secou com a manga da camisa, tentando manter a compostura.

Ele saiu da frente do médico e começou a caminhar pelo corredor, sem dizer nenhuma palavra. Ele parecia estar em um estado de choque, com o rosto sério e os olhos fixos no chão.

Mas, à medida que ele caminhava, as lágrimas começaram a rolar pelo seu rosto. Ele não tentou secá-las, apenas deixou que elas escorressem, revelando a dor e a tristeza que ele sentia por dentro.

Por fora, Rodolfo tentava manter uma postura firme, como se estivesse determinado a não mostrar fraqueza. Mas, por dentro, ele estava destruído. A notícia do acidente de seu filho e o risco de perdê-lo havia despertado uma onda de emoções que ele havia mantido reprimidas por anos.

Ele havia passado a vida toda afastando Otávio, culpando-o pela morte de Rebeca, a mãe de Otávio. Mas, agora, ao ver que podia perder o filho também, ele se sentia arrependido. Ele percebeu que havia sido injusto com Otávio, que era apenas uma criança inocente quando a mãe morreu.

As lágrimas de Rodolfo continuaram a rolar pelo seu rosto, revelando a dor e a tristeza que ele sentia por dentro. Ele sabia que não podia voltar no tempo, mas esperava que Otávio se recuperasse e que ele pudesse ter a chance de se redimir e ser um pai melhor para ele.

Otávio, ou melhor, sua alma, levantou-se da cama e começou a caminhar para fora do quarto. Ele não sabia o que estava acontecendo, nem por que ele estava ali. Ele apenas sentia uma sensação de confusão e desorientação.

Enquanto caminhava pelo corredor, viu uma enfermeira passando por ele. Ele tentou segurá-la pelo braço, mas percebeu que não conseguia. Sua mão passou direto pelo braço dela, como se fosse feita de ar.

Ele olhou para suas mãos, virando de um lado para o outro, sem entender o que havia acabado de acontecer. Ainda com um olhar assustado e surpreso com o que tinha acontecido, ele olhou para a enfermeira, que já estava de costas para ele, caminhando em direção a um quarto.

"Enfermeira!" chamou ele, tentando chamar a atenção dela. Mas ela não respondeu. Ela apenas continuou a caminhar, sem sequer olhar para ele.

Otávio seguiu a enfermeira, que entrou no quarto que ele havia saído. Ele entrou atrás dela e se viu diante de uma cena que o deixou sem fôlego.

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