ANA MARIA Tempos depois... A vida tem sido generosa comigo. Não na parte sentimental, mas em todo o resto eu tenho colhido frutos bons. Depois daquele fatídico final de semana em que eu e Miguel colocamos um ponto final, me dedico agora totalmente a minha filha e ao meu trabalho. O que tem me gerado frutos maravilhosos e experiências indescritíveis. Maurício tem se agradado do retorno que o meu rosto tem trazido para a marca aqui no Brasil, ele falou de entidades de causas negras terem abraçado a marca e a feito expandir, já que o conceito da empresa era apenas no ramo da maquiagem no âmbito nacional. Fico feliz por isso. Ele até falou de uma possível viagem a Paris para divulgação internacional, fiquei tão feliz por isso. Imagina, eu fazendo uma viagem para fora do Brasil? Logo eu que vim do interior? Claro que Felipe quis comemorar todo esse sucesso. Pela primeira vez em São Paulo eu estou indo para uma balada, acompanhada pelos meus amigos. — Você está simplesmente divina
ANA MARIA Meu corpo está horrível. Como se um carro o tivesse atropelado. Depois de um banho, nada de voltar ao normal. — Mamãe! — Malú pulou no meu colo, assim que Cida abriu a porta da sala. Fiquei um tempo sentada no sofá, tentando reorganizar a mente, porém não estava resolvendo. — Que cara é essa menina? — Estou mal, Cida. — Eu vejo. Quer ir no médico? Um chá? — Não, é só ressaca. — Malú já almoçou. — Teve sobremesa de chocolate, mamãe. Sorri para ela, que ficou do meu lado alisando meu rosto. — Comeu bem. Falei com uma amiga, ela vai me indicar uma pessoa de confiança para vir aqui te ajudar. Tenho que resolver isso também. Só que na minha condição atual, impossível. Foi um longo tempo para que me recuperasse, e por um milagre milagroso em líquido, enviado por Kel, eu consegui, para que no final da tarde eu fizesse um trabalho. Nesse a minha princesa foi comigo. Ela ama esses bastidores e o pessoal fica encantado com a sua curiosidade. Fiz as fotos com o outro fotó
MIGUEL — Vou a um encontro com ele mais tarde. — Você acha confiável? — Pedro me questiona. — A última vez que um desses tentou contato com você, ficou desaparecido por quase dois anos. — Ele me disse que é algo que preciso saber. Pedi para que Dante colocasse um rastreador no meu sapato. Ele vai me acompanhar e Gabriela está na minha mãe. — Você tem se arriscado demais por tudo isso, Miguel. Meu amigo caminhava de um lado para outro em sua sala, enquanto eu permanecia sentado, pensando no que poderia ser, qual assunto Andrade queria conversar comigo. Ele marcou comigo no estacionamento do shopping Santa Cruz, não quis um lugar aberto e muito movimentado. Confesso que estou temeroso, porém o desejo de resolver toda essa situação, o quanto antes, é maior. Não posso desistir no meio do caminho, ainda mais agora que Ana não quer olhar na minha cara. Preciso me livrar dessa ameaça a minha vida e a vida dos meus, antes de conseguir me resolver com ela. Eu sei que ela pensa que vacile
ANA MARIA Acordei naquela manhã como todas as outras; o dia anterior havia sido confuso e depois do meu desmaio, Mariana me mandou para casa e me pediu repouso, que talvez às situações que têm me acontecido estariam abalando meu emocional. Queria crer que era por tudo o que estava acontecendo na minha vida e ao mesmo tempo estava me abalando, mas havia algo que me causava pânico e eu queria acreditar que não. Levei Malú para a escola e voltei para o apartamento, pois hoje viria a pessoa que Cida indicou. Era tanta coisa para resolver, sem falar no Anderson que insiste em falar comigo. Cheguei em casa e para aguardar a mulher chegar, fiz um chá e liguei a TV para ver nada em questão, tanto que no canal que estava, ficou. Não sou acostumada a assistir e quando ligo é para não me sentir sozinha. Só que a notificação de “Urgente” com a informação de “Corregedor da Polícia Federal é morto e Delegado é ferido durante troca de tiros na noite passada” me chamaram a atenção. Eu olhei espa
ANA MARIA — Eu estou bem, obrigada — respondi depois de nos afastarmos e de Anderson atravessar a calçada. — Tem certeza, aquele cara estava te machucando? — Está tudo bem, obrigada por aparecer. — Quer que eu te leve para casa. Acho que é mais seguro. — Não, obrigada, eu tenho que passar em um outro lugar antes de ir para casa. — Certo, eu vim ter certeza de que recebeu minhas flores, já que não me responde. — Eu as recebi. Só não tive tempo de responder suas mensagens. — Acho que eu mereço um voto de confiança depois de tudo. — Fez uma cara que parecia ser de um bebê pidão, mas ficou tão lindo. Alexandre era realmente encantador. E mesmo que meu coração ainda estivesse preso ao Miguel, eu acho que precisava viver e não iria fazer isso me martirizando trancada dentro de casa. — Tudo bem. — Sexta à noite? — Não, eu tenho um compromisso. — Então sábado? E depois quem sabe podemos estender até uma de minhas casas. Arregalei meus olhos pelo seu convite, esperando ter entendi
Olhava para ela incrédulo. Lembro de quando éramos adolescentes e por nossos pais serem amigos, Gabriela sempre corria atrás de mim. Porém eu não dava atenção, era só uma adolescente mimada que tinha tudo que queria e pelo fato de eu sempre dizer não, fez com que insistisse nessa loucura que é dizer me amar. Minha mãe sempre alimentou essa relação em sua cabeça e dizia que o momento para nós dois formamos uma família chegaria e por comodismo eu comecei a me relacionar com ela. Sabia que era fútil, mas não sabia desse lado asqueroso. Sua pele sempre sedosa agora se encontrava vermelha, alguns fios de seu cabelo negro grudado em seu rosto manchado de maquiagem e lágrimas. A ameacei, ela sabe que está envolvida até o pescoço junto com o pai e se eu entregar tudo o que eu tenho com certeza ela também terá o mesmo destino que o seu querido pai, a quem tanto quis proteger. Porém não é chegado seu momento, eu preciso dela como a cartada final
Ana Maria _ Poxa Mariana, eles não deram um motivo? Mariana: Não querida, pediram para você ficar em stand-by por um tempo enquanto resolvem propostas futuras. _ Será que acharam alguém melhor? Mariana: Ana, não se diminua, já te afirmei que sua beleza é única. Eles não acham igual e nem melhor que você. _ Tudo bem então, irei aguardar. - Desliguei o celular totalmente desolada. Antes mesmo de eu pensar em acordar a Malú para ir à escola hoje, Mariana me ligou para me avisar que não precisava ir mais para a agência, que as fotos iriam dar um tempo e que a Saphire me afastou por motivos que eu não consegui entender, que iriam trabalhar com as fotos e vídeos que eu já havia feito. É como se meu castelinho estivesse ruindo. Agora mais essa, não bastasse o que aconteceu onte
Ana Maria Cada passo que eu dava naquele corredor de hospital, eram duas batidas acelerada do meu coração. Miguel caminhava a minha frente, demonstrando tranquilidade, porém eu sabia que ele não estava. Denis nos acompanhava, mas meus olhos procuravam apenas uma pessoa. Alguém que eu sabia que precisava de apoio neste momento. Que Pedro fique bem. Miguel abriu a porta de um quarto e um Felipe totalmente destruído e com a roupa suja de sangue se levantou com olhar ansioso. Felipe: Ah. - Arfou forte e tornou a cair na poltrona se desmanchando em lágrimas. _ Amigo. - Corri para ampara-lo e demonstrar todo o meu amor. Miguel: Alguma notícia? Chorando ele balançou a cabeça em negativo. Estamos num bom hospital, e sabemos que Pedro é um cara forte. Todas as ferramentas estão aí,