ANA MARIA Acordei naquela manhã como todas as outras; o dia anterior havia sido confuso e depois do meu desmaio, Mariana me mandou para casa e me pediu repouso, que talvez às situações que têm me acontecido estariam abalando meu emocional. Queria crer que era por tudo o que estava acontecendo na minha vida e ao mesmo tempo estava me abalando, mas havia algo que me causava pânico e eu queria acreditar que não. Levei Malú para a escola e voltei para o apartamento, pois hoje viria a pessoa que Cida indicou. Era tanta coisa para resolver, sem falar no Anderson que insiste em falar comigo. Cheguei em casa e para aguardar a mulher chegar, fiz um chá e liguei a TV para ver nada em questão, tanto que no canal que estava, ficou. Não sou acostumada a assistir e quando ligo é para não me sentir sozinha. Só que a notificação de “Urgente” com a informação de “Corregedor da Polícia Federal é morto e Delegado é ferido durante troca de tiros na noite passada” me chamaram a atenção. Eu olhei espa
ANA MARIA — Eu estou bem, obrigada — respondi depois de nos afastarmos e de Anderson atravessar a calçada. — Tem certeza, aquele cara estava te machucando? — Está tudo bem, obrigada por aparecer. — Quer que eu te leve para casa. Acho que é mais seguro. — Não, obrigada, eu tenho que passar em um outro lugar antes de ir para casa. — Certo, eu vim ter certeza de que recebeu minhas flores, já que não me responde. — Eu as recebi. Só não tive tempo de responder suas mensagens. — Acho que eu mereço um voto de confiança depois de tudo. — Fez uma cara que parecia ser de um bebê pidão, mas ficou tão lindo. Alexandre era realmente encantador. E mesmo que meu coração ainda estivesse preso ao Miguel, eu acho que precisava viver e não iria fazer isso me martirizando trancada dentro de casa. — Tudo bem. — Sexta à noite? — Não, eu tenho um compromisso. — Então sábado? E depois quem sabe podemos estender até uma de minhas casas. Arregalei meus olhos pelo seu convite, esperando ter entendi
Olhava para ela incrédulo. Lembro de quando éramos adolescentes e por nossos pais serem amigos, Gabriela sempre corria atrás de mim. Porém eu não dava atenção, era só uma adolescente mimada que tinha tudo que queria e pelo fato de eu sempre dizer não, fez com que insistisse nessa loucura que é dizer me amar. Minha mãe sempre alimentou essa relação em sua cabeça e dizia que o momento para nós dois formamos uma família chegaria e por comodismo eu comecei a me relacionar com ela. Sabia que era fútil, mas não sabia desse lado asqueroso. Sua pele sempre sedosa agora se encontrava vermelha, alguns fios de seu cabelo negro grudado em seu rosto manchado de maquiagem e lágrimas. A ameacei, ela sabe que está envolvida até o pescoço junto com o pai e se eu entregar tudo o que eu tenho com certeza ela também terá o mesmo destino que o seu querido pai, a quem tanto quis proteger. Porém não é chegado seu momento, eu preciso dela como a cartada final
Ana Maria _ Poxa Mariana, eles não deram um motivo? Mariana: Não querida, pediram para você ficar em stand-by por um tempo enquanto resolvem propostas futuras. _ Será que acharam alguém melhor? Mariana: Ana, não se diminua, já te afirmei que sua beleza é única. Eles não acham igual e nem melhor que você. _ Tudo bem então, irei aguardar. - Desliguei o celular totalmente desolada. Antes mesmo de eu pensar em acordar a Malú para ir à escola hoje, Mariana me ligou para me avisar que não precisava ir mais para a agência, que as fotos iriam dar um tempo e que a Saphire me afastou por motivos que eu não consegui entender, que iriam trabalhar com as fotos e vídeos que eu já havia feito. É como se meu castelinho estivesse ruindo. Agora mais essa, não bastasse o que aconteceu onte
Ana Maria Cada passo que eu dava naquele corredor de hospital, eram duas batidas acelerada do meu coração. Miguel caminhava a minha frente, demonstrando tranquilidade, porém eu sabia que ele não estava. Denis nos acompanhava, mas meus olhos procuravam apenas uma pessoa. Alguém que eu sabia que precisava de apoio neste momento. Que Pedro fique bem. Miguel abriu a porta de um quarto e um Felipe totalmente destruído e com a roupa suja de sangue se levantou com olhar ansioso. Felipe: Ah. - Arfou forte e tornou a cair na poltrona se desmanchando em lágrimas. _ Amigo. - Corri para ampara-lo e demonstrar todo o meu amor. Miguel: Alguma notícia? Chorando ele balançou a cabeça em negativo. Estamos num bom hospital, e sabemos que Pedro é um cara forte. Todas as ferramentas estão aí,
Freei o carro de forma abrupta e barulhenta na porta do prédio. Não tinha tempo a perder. Eu precisava chegar o mais rápido possível para conseguir salvar a minha princesa, e a adrenalina em meu corpo me impulsionava a isso. Logo mais à frente da portaria havia um outro carro parado com mais dois agentes enviados por Dante. _ Vamos, vamos. Saquei a arma e segui pelo hall com ela em punho. Meu coração acelerado por pensamentos que me perturbavam, eu não poderia deixar isso acontecer com a minha princesa, porque já não seria mais um aviso. Eles iriam executar o serviço. Adentramos nós três no elevador onde subimos até o sexto andar. O bipe do elevador me fez ciente de ligar o alerta e ter o máximo de cuidado. Todos armados e atentos a qualquer movimento suspeito, saímos mirando em qualquer alvo suspeito que se movimentasse contra a nossa direção. Em silêncio seguimos até a porta do apartament
_ Me solta! Socorro! Xxx: A senhora poderia parar de chamar a atenção? Seu tom de voz rude me causava arrepios. Com medo me encolhi no banco do carro, mentalizando que nada de ruim iria me acontecer. Denis estava arrancando com o carro enquanto o outro homem estava no carona, e o cara grandão me encarava. Depois de tudo que Miguel me falou e de tudo o que temos passado, todo cuidado realmente era pouco. _ Me deixa ir por favor. Xxx: Estou apenas cumprindo ordens. ... Rodamos por não sei quanto tempo até parar no estacionamento do que parecia ser um hotel. Denis foi quem abriu a minha porta, já não sabia se confiava nele porque apenas obedecia em absoluto o grandão. O mesmo segurou em meu cotovelo e me guiou para um elevador onde dois se posicionou a minha frente enquanto eu era mantida sob suas mãos
Miguel Conforme a verdades vem aparecendo, coisas muito duras têm acontecido na minha vida. O fato de eu querer apenas justiça, e fazer o meu trabalho tem me trago problemas que jamais poderia imaginar. Só que agora não posso desistir, no ponto que cheguei é impossível voltar atrás, é uma questão de justiça pelas vidas que eles estão destruindo. Malú. Pedro. Meu pai. Ah, meu pai. Não pude acreditar quando Niel me ligou e me deu aquela notícia. Como se uma pedra enorme tivesse descido pela minha garganta e me entalado. Não existia fôlego para respirar. E isso nem foi o final de tudo isso. Assim que eu estava saindo do apartamento da Ana para ir em direção a casa dos meus pais eu notei uma fotografia no banco do carona do meu carro. Mesmo com a m