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ANA MARIA

A dor em meu coração era dilacerante.

Destruída como se um rolo compressor passasse por cima de meu corpo, deixando cada parte esmigalhada.

Era assim que eu me sentia. Ele não se lembrava de mim, não lembra de nada que viveu comigo, o amor que dizia sentir não estava mais lá. O seu olhar frio para mim, sem nenhum sentimento.

Caminhei por um longo tempo. Eu estava tão desolada que não podia ir para casa. A minha dor era tão intragável que foi pior do que quando Anderson me deixou, grávida. Eu me sentia uma incapaz. Não sei se tinha coragem para fazer qualquer coisa nesse momento. Eu não poderia ir para casa dessa maneira.

Como eu falaria com Malú que o tio Miguel não voltaria mais?

Como vamos viver sem a alegria que ele nos acostumou?

Chorei o caminho todo até a casa do meu amigo.

Já era noite quando bati na porta e Kátia me atendeu com um sorriso que logo se desfez quando notou a minha cara.

— O que houve? A Butterfly me mandou mensagem falando que o Miguel aco
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