MALVINO Alina é uma mulher especial, sorrio sozinho e feliz por eu ser o primeiro homem a beijá-la e tocar todo o seu corpo virgem, não consigo nem pensar nela longe de mim. Alina é teimosa, sei que as exigências que fiz a sufocam, e isso é nítido. Quando ela fica nervosa, coloca a minha família no meio da nossa discussão, e eu odeio que toquem no nome da minha família, pode não parecer, mas assim como a família dela é o centro da sua vida, a minha também é. Não sou movido a sentimentos, tanto que estou há anos morando longe deles, mas essa viagem é perfeita para ir visitá-los, minha sobrinha nasceu. No dia seguinte, virei de lado e fui abraçar Alina, mas me dei conta que a cama está vazia, me sentei rapidamente na cama e olhei para um lado para outro, assustado. — Alina não é nem louca de fugir, ela não faria isso. — Falo sozinho, mas já sentindo medo. Andei até o banheiro e ela não estava, corri até a sala, cozinha, nada, fui até a varanda e, de longe, a vi sentada na beir
ALINA Malvino me acompanhou até o hospital segurando na minha mão, quando chegamos, todos os olhares pararam em nós dois, fico um pouco sem jeito de aparecer com ele. Malvino apertou a minha mão levemente, e, para a minha surpresa, Otton estava fazendo companhia a Yanah no hospital, o que me deixou feliz também, mas, no momento, só queria me esconder no abraço da Yanah para tentar sanar a vergonha que estou com ela. Julguei tantas coisas erradas na minha irmã e hoje fiz coisas piores do que ela. Yanah me abraça, e, juntas, fomos para o quarto ver o meu irmão, lógico que ela pediu uma explicação para tudo o que viu agora pouco, mas eu não queria falar sobre mim e o Malvino, Yanah pareceu me entender quando falei que tudo foi por ela e Ykaro. Fiquei aliviada de ver que Ykaro não precisa mais daqueles aparelhos para viver, nada mais importava para mim a não ser ficar com o meu irmão, tanto que esqueci até do Malvino. Yanah foi embora com Otton, e eu fiquei segurando na mão dele, me ajo
MALVINO Acordei no dia seguinte totalmente relaxado, dormi bem, sem insônia e sem sonhar com trabalho, lembrei da Alina e lamentei tudo o que está acontecendo na vida dela, a nossa viagem poderia ter se prolongado, mas chegou a hora de voltar ao trabalho. Contratei uma empregada para Alina, como o seu irmão estará em casa e, em breve, ela precisará dar atenção a ele, não tem escolha. Como era de se esperar, Alina me enviou mensagens para avisar que está indo para casa e perguntou sobre a empregada, fico feliz de ela estar me avisando o que eu já sei, afinal, o motorista não dá um passo sequer com Alina que eu saiba. Ao chegar na empresa, Yanah já se encontrava, fui diretamente até o seu escritório falar sobre o seu projeto. Preciso revelar que todo aquele projeto que ela está arquitetando é da Alina. Mas Yanah está mesmo preocupada é com Luína, que afirma que ela é minha amante, foi bom saber dessas acusações, Luína não perde por esperar. Yanah, já sabendo do meu envolvimento c
ALINA Dormi um pouco e tive que tomar o anticoncepcional, preciso trocar urgentemente esse método, sinto-me mal por tomar ele. Tomei um banho rápido e fui ficar com o meu irmão no hospital enquanto não chegava agora de ir para o jantar do Otton e ir ao encontro do Malvino, só de pensar nele, já sinto um frio na barriga. Quando cheguei ao hospital, encontrei Ykaro sorrindo, mostrando para a enfermeira uns presentes. Entrei devagar no quarto e ele sorriu. — Boa tarde, quanto presente lindo, Ykaro. — Falo. — Fiz um novo amigo, ele se chama Malvino e trouxe presentes para mim. — Malvino? — Falo, sem acreditar no que ouvi. — Sim, ele disse que é seu amigo e da Yanah. Se é amigo de vocês, é meu também. — Ykaro fala, sorrindo. — Claro que é. — Falo, sem graça, beijando o topo da sua cabeça. Pergunto o que Malvino pretende dessa vez, vindo trazer presentes para o Ykaro, eu não sei mais o que esperar dele, vejo todos os seus brinquedos e faço companhia a ele até a noite. Dói um
MALVINO Alina nem sonha que eu estou por trás de toda a revolução que está acontecendo no seu bairro. Quando cheguei ao leilão, tudo já estava organizando, e os meus olhos procuram a todo instante por Alina, os olhos do padre brilhavam de tanta emoção. E antes de dar início ao leilão, o padre agradeceu a minha colaboração para a noite de hoje, ao ouvir as suas palavras de que nada é por acaso nas coisas de Deus, acabo acreditando que sim, queria Alina na minha cama somente por uma noite, depois a quis por tempo indeterminado, e agora não quero mais sair da vida dela, e para fechar com chave de ouro, estou num leilão beneficente, tudo pelo meu propósito, que se chama Alina, tudo é pelo meu passarinho, para de uma certa forma amenizar o mal que fiz a ela. De longe, a vi conversando com o padre, Martin chegou para me fazer companhia. Quando o leilão acabou, não aguentei ficar longe da Alina, tentei me controlar até onde deu, me levantei da cadeira e fui onde Alina estava reunida c
ALINA Malvino se aproximou muito do Ykaro durante todos esses dias, e eu sempre observando os dois, notei o quanto uma figura masculina faz bem para ele, que se recupera bem dia após dia. Eles dois conversam bastante e eu acho lindo o quanto a amizade cresceu, parecem dois adultos. Mesmo bastante ocupado, Malvino está sempre presente, e com essa aproximação toda, só me fez enxergar que ele tem um lado família, pergunto-me se é possível se apaixonar por alguém que quer te aprisionar ao mundo dele. Acredito que o amor pode ser construído em várias camadas além do tempo. Malvino não esconde a sua possessividade em relação a mim, ele gosta de mim, isso é fato! Mas não me ama de verdade, o amor é leve, tem confiança, e isso Malvino não demonstra quando tenho alguém vigiando todos os meus passos a todo instante. Tenho certeza que ele jamais me deixaria sair da sua gaiola, afinal, sou o seu passarinho, como ele sempre fala, detestava esse apelido, hoje nem me incomoda mais. Entrego
MALVINO A loucura ardente de ter Alina em meus braços somente por prazer virou amor desde a primeira vez que dormimos juntos, e tudo foi se intensificando mais ainda quando passei a querer proteger Alina e dar a ela tudo o que ela sonhou. Vê-la lindamente na igreja só fez mais a minha consciência pesar, sinto-me culpado por ser guiado pelo meu ego de ter tudo e todos nas mãos, pensando que Alina seria mais uma. Sinto ciúmes dela, quando alguns olhares masculinos a encaram, tive que mostrar que ela é minha, sem transparecer a minha vontade de levar ela embora, mas o casamento da irmã é muito importante para ela, e eu não podia estragar esse momento, que só pelo seu olhar de felicidade dizia tudo. Após a nossa volta do casamento, no caminho, decidi que hoje vou falar para Alina da casa que mandei planejar para ela que já está pronta e fiz isso. Lógico que Alina não quis aceitar o presente, insisti para ela aceitar, Yanah e eu trabalhamos incansavelmente para tudo ficar pronto em
ALINA O meu coração ficou apertado quando Malvino saiu de casa, uma sensação ruim me tomou, muita ansiedade, tentei ir dormir, mas fiquei inquieta na minha cama, ainda mandei mensagem para ele, e Malvino somente visualizou. Era 1 hora da manhã, dormi somente um cochilo e acordei com o meu celular chamando, era um número desconhecido, mesmo trêmula, segurei o celular, mas fiquei com medo de atender, Malvino veio à minha mente, então atendi no mesmo instante. — Alô, quem fala? — Pergunto, nervosa. — Um homem chamado Malvino Cruz sofreu um acidente de carro, estamos com o celular dele, e a senhora foi a última pessoa com quem ele conversou. — Uma pessoa desconhecida fala. Fico sem voz com o celular no ouvido e sentei na cama novamente, porque não sentia as minhas pernas. — Diga que isso não é verdade, como ele está? Me diga alguma coisa! Onde está Malvino? — Pergunto, chorando desesperada. O homem me repassa o nome do hospital que Malvino está sendo levado, corri desesp