ALINA Malvino me acompanhou até o hospital segurando na minha mão, quando chegamos, todos os olhares pararam em nós dois, fico um pouco sem jeito de aparecer com ele. Malvino apertou a minha mão levemente, e, para a minha surpresa, Otton estava fazendo companhia a Yanah no hospital, o que me deixou feliz também, mas, no momento, só queria me esconder no abraço da Yanah para tentar sanar a vergonha que estou com ela. Julguei tantas coisas erradas na minha irmã e hoje fiz coisas piores do que ela. Yanah me abraça, e, juntas, fomos para o quarto ver o meu irmão, lógico que ela pediu uma explicação para tudo o que viu agora pouco, mas eu não queria falar sobre mim e o Malvino, Yanah pareceu me entender quando falei que tudo foi por ela e Ykaro. Fiquei aliviada de ver que Ykaro não precisa mais daqueles aparelhos para viver, nada mais importava para mim a não ser ficar com o meu irmão, tanto que esqueci até do Malvino. Yanah foi embora com Otton, e eu fiquei segurando na mão dele, me ajo
MALVINO Acordei no dia seguinte totalmente relaxado, dormi bem, sem insônia e sem sonhar com trabalho, lembrei da Alina e lamentei tudo o que está acontecendo na vida dela, a nossa viagem poderia ter se prolongado, mas chegou a hora de voltar ao trabalho. Contratei uma empregada para Alina, como o seu irmão estará em casa e, em breve, ela precisará dar atenção a ele, não tem escolha. Como era de se esperar, Alina me enviou mensagens para avisar que está indo para casa e perguntou sobre a empregada, fico feliz de ela estar me avisando o que eu já sei, afinal, o motorista não dá um passo sequer com Alina que eu saiba. Ao chegar na empresa, Yanah já se encontrava, fui diretamente até o seu escritório falar sobre o seu projeto. Preciso revelar que todo aquele projeto que ela está arquitetando é da Alina. Mas Yanah está mesmo preocupada é com Luína, que afirma que ela é minha amante, foi bom saber dessas acusações, Luína não perde por esperar. Yanah, já sabendo do meu envolvimento c
ALINA Dormi um pouco e tive que tomar o anticoncepcional, preciso trocar urgentemente esse método, sinto-me mal por tomar ele. Tomei um banho rápido e fui ficar com o meu irmão no hospital enquanto não chegava agora de ir para o jantar do Otton e ir ao encontro do Malvino, só de pensar nele, já sinto um frio na barriga. Quando cheguei ao hospital, encontrei Ykaro sorrindo, mostrando para a enfermeira uns presentes. Entrei devagar no quarto e ele sorriu. — Boa tarde, quanto presente lindo, Ykaro. — Falo. — Fiz um novo amigo, ele se chama Malvino e trouxe presentes para mim. — Malvino? — Falo, sem acreditar no que ouvi. — Sim, ele disse que é seu amigo e da Yanah. Se é amigo de vocês, é meu também. — Ykaro fala, sorrindo. — Claro que é. — Falo, sem graça, beijando o topo da sua cabeça. Pergunto o que Malvino pretende dessa vez, vindo trazer presentes para o Ykaro, eu não sei mais o que esperar dele, vejo todos os seus brinquedos e faço companhia a ele até a noite. Dói um
MALVINO Alina nem sonha que eu estou por trás de toda a revolução que está acontecendo no seu bairro. Quando cheguei ao leilão, tudo já estava organizando, e os meus olhos procuram a todo instante por Alina, os olhos do padre brilhavam de tanta emoção. E antes de dar início ao leilão, o padre agradeceu a minha colaboração para a noite de hoje, ao ouvir as suas palavras de que nada é por acaso nas coisas de Deus, acabo acreditando que sim, queria Alina na minha cama somente por uma noite, depois a quis por tempo indeterminado, e agora não quero mais sair da vida dela, e para fechar com chave de ouro, estou num leilão beneficente, tudo pelo meu propósito, que se chama Alina, tudo é pelo meu passarinho, para de uma certa forma amenizar o mal que fiz a ela. De longe, a vi conversando com o padre, Martin chegou para me fazer companhia. Quando o leilão acabou, não aguentei ficar longe da Alina, tentei me controlar até onde deu, me levantei da cadeira e fui onde Alina estava reunida c
ALINA Malvino se aproximou muito do Ykaro durante todos esses dias, e eu sempre observando os dois, notei o quanto uma figura masculina faz bem para ele, que se recupera bem dia após dia. Eles dois conversam bastante e eu acho lindo o quanto a amizade cresceu, parecem dois adultos. Mesmo bastante ocupado, Malvino está sempre presente, e com essa aproximação toda, só me fez enxergar que ele tem um lado família, pergunto-me se é possível se apaixonar por alguém que quer te aprisionar ao mundo dele. Acredito que o amor pode ser construído em várias camadas além do tempo. Malvino não esconde a sua possessividade em relação a mim, ele gosta de mim, isso é fato! Mas não me ama de verdade, o amor é leve, tem confiança, e isso Malvino não demonstra quando tenho alguém vigiando todos os meus passos a todo instante. Tenho certeza que ele jamais me deixaria sair da sua gaiola, afinal, sou o seu passarinho, como ele sempre fala, detestava esse apelido, hoje nem me incomoda mais. Entrego
MALVINO A loucura ardente de ter Alina em meus braços somente por prazer virou amor desde a primeira vez que dormimos juntos, e tudo foi se intensificando mais ainda quando passei a querer proteger Alina e dar a ela tudo o que ela sonhou. Vê-la lindamente na igreja só fez mais a minha consciência pesar, sinto-me culpado por ser guiado pelo meu ego de ter tudo e todos nas mãos, pensando que Alina seria mais uma. Sinto ciúmes dela, quando alguns olhares masculinos a encaram, tive que mostrar que ela é minha, sem transparecer a minha vontade de levar ela embora, mas o casamento da irmã é muito importante para ela, e eu não podia estragar esse momento, que só pelo seu olhar de felicidade dizia tudo. Após a nossa volta do casamento, no caminho, decidi que hoje vou falar para Alina da casa que mandei planejar para ela que já está pronta e fiz isso. Lógico que Alina não quis aceitar o presente, insisti para ela aceitar, Yanah e eu trabalhamos incansavelmente para tudo ficar pronto em
ALINA O meu coração ficou apertado quando Malvino saiu de casa, uma sensação ruim me tomou, muita ansiedade, tentei ir dormir, mas fiquei inquieta na minha cama, ainda mandei mensagem para ele, e Malvino somente visualizou. Era 1 hora da manhã, dormi somente um cochilo e acordei com o meu celular chamando, era um número desconhecido, mesmo trêmula, segurei o celular, mas fiquei com medo de atender, Malvino veio à minha mente, então atendi no mesmo instante. — Alô, quem fala? — Pergunto, nervosa. — Um homem chamado Malvino Cruz sofreu um acidente de carro, estamos com o celular dele, e a senhora foi a última pessoa com quem ele conversou. — Uma pessoa desconhecida fala. Fico sem voz com o celular no ouvido e sentei na cama novamente, porque não sentia as minhas pernas. — Diga que isso não é verdade, como ele está? Me diga alguma coisa! Onde está Malvino? — Pergunto, chorando desesperada. O homem me repassa o nome do hospital que Malvino está sendo levado, corri desesp
MALVINO Abri os meus olhos lentamente, eu, com certeza, estou no inferno, pois no céu eu não estou, porque sou um homem que sempre fiz do dinheiro a minha arma para conseguir tudo o que quero. Mexo uma das mãos, olho para o lado esquerdo, o meu braço está com uma faixa, uma enfermeira entra no quarto e sai no mesmo instante, chamando pelo médico. Então, pude perceber que estou vivo, só pode ser uma segunda chance, sinto dor por todo o corpo, só não senti as minhas pernas, tento movimentar elas e não sinto nada. — Minhas pernas, não estou sentindo as minhas pernas! — Grito, desesperado. O médico entra rápido no quarto e fico gritando a todo instante: “não sinto as minhas pernas”. — Por favor, senhor Malvino, se acalme, que tudo vai dar certo. — O médico pede calma. — Como vou ter calma se não sinto as minhas pernas? Estou inválido. — Senhor Malvino, infelizmente, o seu acidente foi muito grave e ele lhe deixou sequelas, mas com o tratamento e muita disciplina é possível vo