MALVINO Alina dormiu no meu ombro até chegar em San Francisco e percebi o quanto o seu celular está velho, é só chegarmos que darei a ela um de presente. Relaxo também durante a viagem, com ela dormindo do meu lado, é notório o quanto Alina está totalmente sobrecarregada, sei que também tenho culpa nisso. Mas jamais iria ter Alina ao meu lado se não fosse pela doença do seu irmão. Dei-lhe um celular novo, mesmo ela dizendo que não precisa. Sentamos para almoçarmos juntos, e sai da mesa para atender algumas ligações, programando dias legais para mim e ela. Nós nos hospedamos no hotel e, por enquanto, em quartos separados, o olhar da Alina já mudou, ela não disse nada, mas percebi que a mesma está tensa. Ao entrar no meu quarto, descansei um pouco, guardei comigo o celular da Alina e só lhe darei quando voltarmos. Dormi um pouco e, quando acordei, já era noite, me arrumei completamente com uma roupa leve e branca e fui chamar Alina no seu quarto. Quando ela abriu a porta do seu
ALINA Nunca pensei na vida que um dia iria despertar tanta paixão, desejo e loucura em um homem. Malvino veio para cima de mim pegando fogo, mas um contrato foi assinado e a vida do meu irmão estava em jogo, me entreguei para ele, e o pior de tudo é que o meu corpo arrepia a cada toque dele, a minha intimidade pulsa por Malvino, não queria gemer, mas gemi de prazer, porque não sabia que a boca desse homem me levaria a sentir sensações que jamais sonhei em sentir, e o meu corpo covarde queria mais e mais. Malvino foi cuidadoso comigo, paciente, e me entreguei, sentindo aquele misto de sensações como dor e prazer, pois as duas coisas fazem parte do sexo, principalmente quando é a minha primeira vez. Após o nosso sexo, Malvino me olhava diferente, e eu só queria me esconder. Ele me beija demorado. — Está se sentindo bem, meu passarinho? — Malvino pergunta, sério. — Estou bem! Preciso de um banho. — O respondo, me cobrindo. — Não precisa se cobrir, Alina, você é linda e gostosa. —
MALVINO Alina é uma mulher especial, sorrio sozinho e feliz por eu ser o primeiro homem a beijá-la e tocar todo o seu corpo virgem, não consigo nem pensar nela longe de mim. Alina é teimosa, sei que as exigências que fiz a sufocam, e isso é nítido. Quando ela fica nervosa, coloca a minha família no meio da nossa discussão, e eu odeio que toquem no nome da minha família, pode não parecer, mas assim como a família dela é o centro da sua vida, a minha também é. Não sou movido a sentimentos, tanto que estou há anos morando longe deles, mas essa viagem é perfeita para ir visitá-los, minha sobrinha nasceu. No dia seguinte, virei de lado e fui abraçar Alina, mas me dei conta que a cama está vazia, me sentei rapidamente na cama e olhei para um lado para outro, assustado. — Alina não é nem louca de fugir, ela não faria isso. — Falo sozinho, mas já sentindo medo. Andei até o banheiro e ela não estava, corri até a sala, cozinha, nada, fui até a varanda e, de longe, a vi sentada na beir
ALINA Malvino me acompanhou até o hospital segurando na minha mão, quando chegamos, todos os olhares pararam em nós dois, fico um pouco sem jeito de aparecer com ele. Malvino apertou a minha mão levemente, e, para a minha surpresa, Otton estava fazendo companhia a Yanah no hospital, o que me deixou feliz também, mas, no momento, só queria me esconder no abraço da Yanah para tentar sanar a vergonha que estou com ela. Julguei tantas coisas erradas na minha irmã e hoje fiz coisas piores do que ela. Yanah me abraça, e, juntas, fomos para o quarto ver o meu irmão, lógico que ela pediu uma explicação para tudo o que viu agora pouco, mas eu não queria falar sobre mim e o Malvino, Yanah pareceu me entender quando falei que tudo foi por ela e Ykaro. Fiquei aliviada de ver que Ykaro não precisa mais daqueles aparelhos para viver, nada mais importava para mim a não ser ficar com o meu irmão, tanto que esqueci até do Malvino. Yanah foi embora com Otton, e eu fiquei segurando na mão dele, me ajo
MALVINO Acordei no dia seguinte totalmente relaxado, dormi bem, sem insônia e sem sonhar com trabalho, lembrei da Alina e lamentei tudo o que está acontecendo na vida dela, a nossa viagem poderia ter se prolongado, mas chegou a hora de voltar ao trabalho. Contratei uma empregada para Alina, como o seu irmão estará em casa e, em breve, ela precisará dar atenção a ele, não tem escolha. Como era de se esperar, Alina me enviou mensagens para avisar que está indo para casa e perguntou sobre a empregada, fico feliz de ela estar me avisando o que eu já sei, afinal, o motorista não dá um passo sequer com Alina que eu saiba. Ao chegar na empresa, Yanah já se encontrava, fui diretamente até o seu escritório falar sobre o seu projeto. Preciso revelar que todo aquele projeto que ela está arquitetando é da Alina. Mas Yanah está mesmo preocupada é com Luína, que afirma que ela é minha amante, foi bom saber dessas acusações, Luína não perde por esperar. Yanah, já sabendo do meu envolvimento c
ALINA Dormi um pouco e tive que tomar o anticoncepcional, preciso trocar urgentemente esse método, sinto-me mal por tomar ele. Tomei um banho rápido e fui ficar com o meu irmão no hospital enquanto não chegava agora de ir para o jantar do Otton e ir ao encontro do Malvino, só de pensar nele, já sinto um frio na barriga. Quando cheguei ao hospital, encontrei Ykaro sorrindo, mostrando para a enfermeira uns presentes. Entrei devagar no quarto e ele sorriu. — Boa tarde, quanto presente lindo, Ykaro. — Falo. — Fiz um novo amigo, ele se chama Malvino e trouxe presentes para mim. — Malvino? — Falo, sem acreditar no que ouvi. — Sim, ele disse que é seu amigo e da Yanah. Se é amigo de vocês, é meu também. — Ykaro fala, sorrindo. — Claro que é. — Falo, sem graça, beijando o topo da sua cabeça. Pergunto o que Malvino pretende dessa vez, vindo trazer presentes para o Ykaro, eu não sei mais o que esperar dele, vejo todos os seus brinquedos e faço companhia a ele até a noite. Dói um
MALVINO Alina nem sonha que eu estou por trás de toda a revolução que está acontecendo no seu bairro. Quando cheguei ao leilão, tudo já estava organizando, e os meus olhos procuram a todo instante por Alina, os olhos do padre brilhavam de tanta emoção. E antes de dar início ao leilão, o padre agradeceu a minha colaboração para a noite de hoje, ao ouvir as suas palavras de que nada é por acaso nas coisas de Deus, acabo acreditando que sim, queria Alina na minha cama somente por uma noite, depois a quis por tempo indeterminado, e agora não quero mais sair da vida dela, e para fechar com chave de ouro, estou num leilão beneficente, tudo pelo meu propósito, que se chama Alina, tudo é pelo meu passarinho, para de uma certa forma amenizar o mal que fiz a ela. De longe, a vi conversando com o padre, Martin chegou para me fazer companhia. Quando o leilão acabou, não aguentei ficar longe da Alina, tentei me controlar até onde deu, me levantei da cadeira e fui onde Alina estava reunida c
ALINA Malvino se aproximou muito do Ykaro durante todos esses dias, e eu sempre observando os dois, notei o quanto uma figura masculina faz bem para ele, que se recupera bem dia após dia. Eles dois conversam bastante e eu acho lindo o quanto a amizade cresceu, parecem dois adultos. Mesmo bastante ocupado, Malvino está sempre presente, e com essa aproximação toda, só me fez enxergar que ele tem um lado família, pergunto-me se é possível se apaixonar por alguém que quer te aprisionar ao mundo dele. Acredito que o amor pode ser construído em várias camadas além do tempo. Malvino não esconde a sua possessividade em relação a mim, ele gosta de mim, isso é fato! Mas não me ama de verdade, o amor é leve, tem confiança, e isso Malvino não demonstra quando tenho alguém vigiando todos os meus passos a todo instante. Tenho certeza que ele jamais me deixaria sair da sua gaiola, afinal, sou o seu passarinho, como ele sempre fala, detestava esse apelido, hoje nem me incomoda mais. Entrego