MALVINO Dois dias se passaram após o baile de máscaras, trabalhei mais do que me permito trabalhar, cai totalmente de cabeça nas realizações de vários projetos. Não me contentei em somente ver o diário da Alina, é assim que classifico tudo o que chega em relação a ela, não lhe procurei mais durante esses dias e decidi que hoje quero vê-la, nem que seja para lhe tirar a paz, afinal, sinto que ela busca isso quando vai à igreja. Hoje, sou eu que vou segui-la, preciso que ela saiba que não desisti dela. E o dia não poderia ser tão satisfatório para mim quando recebi um envelope e um arquivo sobre a vida da Alina, sorri ao receber este presente. Quando abri o referido envelope, pensei que os três dias foram rápidos demais para uma investigação bem feita ou que Alina não tenha passado. Me tranquei no escritório e comecei atentamente a ler sobre a vida dela. Alina é a filha mais velha do casal Jair e Anita, a mãe era uma prostituta, e o pai era um pobre trabalhador, que após descobrir
Cheguei no condomínio vazio, lugar esse que ainda não tem ninguém habitando, desço do carro e fico à espera da Alina. Fico animado quando vejo o carro chegando mais perto. Quando os vidros do carro se abriram, ouvi os gritos da Alina. — O que vocês querem comigo?! Eu não tenho nada para dar a vocês. Me soltem. Que lugar é esse?! — Alina fala alto. A porta do carro abriu e os meus dois homens trazem Alina que, ao me ver, o murcha o olhar. — Alina, tive que te trazer aqui à força, pois sei que se te convidasse para um jantar, você não viria. Estou certo? — Pergunto, calmo. — É lógico que eu não viria, você é um doente, louco, que rapta mulheres para satisfazer os seus desejos. — Alina fala, ofegante. — Não tenha medo de mim, Alina. Por favor, solte ela e nos deixem a sós. — Ordeno aos seguranças. Eles saem, Alina olha tudo ao seu redor e me encara com raiva, e eu ando a passos lentos, chegando mais perto dela. — Você não tem vergonha de me raptar para fazer sexo à força com
ALINA Me levantei cedo para preparar um bolo para o café da manhã, organizei toda a alimentação para os meus irmãos antes de ir trabalhar e pedi um favor a Yanah que levasse Ykaro para a escola, pois preciso passar na igreja para fazer orações por Yanah. Ela pede que eu clame a Deus também por riqueza, como se dinheiro fosse o eixo do mundo e tudo girasse somente ao redor dele, não liguei para as suas reclamações e fui. Ao chegar na igreja, meu coração fica mais calmo, não transpareço muito as minhas emoções para ninguém, mas hoje amanheci com uma angústia, e isso não é um bom sinal. Cheguei no trabalho e fiquei com a dúvida ou não de questionar Otton sobre esse lance dele com Yanah, se eu não por essa história em pratos limpos, ficarei muito mal. Então, criei coragem e conversei com Otton, e o meu coração ficou mais aliviado quando ele disse que não vai mais procurar Yanah. Alguém tem que enxergar que esse romance não daria certo, a não ser que o amor seja forte e verdadeiro a
MALVINO A cada encontro meu com Alina, fica mais difícil dobrar essa mulher, após ela ir embora, fui também. Durante o caminho, Jeff me pediu uma lista de convidados, e eu estou sem cabeça para isso hoje, pedi a ele que convidasse todas as pessoas que conheço. Afinal, não é a primeira vez que ele organiza uma festa para mim. Ao chegar em casa, fui diretamente para a sala de projetos, dobrei as mangas da minha camisa e comecei a desenhar o projeto da casa da Alina, totalmente centrado, fiquei lembrando de todos os detalhes dela, para que a casa saia do jeitinho que ela sempre sonhou. Afinal, ela tem um irmão que ainda é criança, e criança gosta de espaço, trabalhei a noite inteira em prol dessa casa. Paro um pouco para descansar, a casa está toda pronta, amanhã mesmo quero dar ordem para começar a tirar esse projeto do papel. No dia seguinte, foi a primeira coisa que fiz quando cheguei ao meu escritório. Ordenei o Martin que viesse ao meu encontro. — Bom dia, Malvino, est
ALINA Apesar da noite passada ter sido um verdadeiro inferno, por mais que a minha vida nunca tenha sido um mar de rosas, mas, desde que cruzei com o Malvino, eu tenho vivido dias apreensivos, não sei qual a próxima armadilha que ele irá preparar para mim. Consegui dormir bem, mas me acordei com Ykaro. — Alina, Alina! — Ykaro me chama, ofegante. — Bom dia, meu amor. Aconteceu alguma coisa? — Pergunto, sonolenta. — Estou com falta de ar. — Ykaro fala devagar. — Se acalma, meu amor, que vai ficar tudo bem. — Levanto-me rápido e busco a sua bombinha, desesperada, e mando ele inalar. O levei para a sala, ficando do seu lado até ele melhorar, enviei uma mensagem para Otton, avisando que não irei trabalhar, pois vou ao médico com o meu irmão. Me arrumei o mais rápido que pude, após Ykaro melhorar, avisei Yanah que vou ao médico. Meu coração está apertado, mas tento não transparecer insegurança para ele. Juntos, de mãos dadas, fomos ao médico, a minha preocupação com ele é
Está sendo difícil seguir o conselho do Martin de ir procurar ir viajar e esquecer Alina. Estava à tarde no escritório quando o meu assistente me ligou para falar do assunto da igreja, essa do bairro da Alina. Pedi a sua vinda pessoalmente para tratarmos da reforma daquele local. Recebi a notícia que alguns convites da minha festa já foram entregues, Jeff organizou tudo e mandou somente as fotos para mim. No final do expediente, o meu assistente chegou, ele me repassou quantas famílias são beneficiadas com cestas básicas, fiz somente uma ligação e garanti alimentos para ajudar os mais carentes daquele lugar. Pedi o comparecimento do Martin no meu escritório, e ele, ao entrar, falo logo: — Martin, quero que vá nesse bairro, se reúna com o padre e veja como ele quer a reforma da igreja. — Falo entregando-lhe o endereço e a foto da igreja — Igreja?! — Martin pergunta, surpreso. — É um projeto social, um presente que estou dando àquele bairro e ao padre, capricha nessa reforma. A
ALINA Deixei todos saírem da igreja e fui falar com o padre para parabenizá-lo pessoalmente. Não contei para ele o que estou passando na minha vida pessoal, e sim sobre Yanah, então peço conselhos em como agir em meio a tudo o que está acontecendo entre ela e o meu chefe, e sua resposta foi “livre arbítrio”, Yanah tem a sua própria vida e precisa vivê-la. O padre pediu que eu deixasse essa preocupação e angústia no altar de Deus e que eu descansasse o meu coração. Em silêncio, diante do altar, deixei também uma perseguição chamada Malvino, e, em seguida, voltei para a casa com o meu irmão. Mal cheguei e Yanah já estava de saída, não questionei mais nada, deixei ela sair com quem quisesse. Fui somente descansar, ela me avisou que vai dormir fora, cada dia que passa, sinto que em breve Yanah vai embora desta casa. Acordei no dia seguinte com café feito por ela, Yanah caiu da cama literalmente, os olhos dela estão brilhando, e o meu coração diz que ela está aprontando. Trabalhe
MALVINO Queria ir além com Alina, mas senti ela me empurrar, tentando se soltar dos meus braços, tive que voltar para a realidade e a soltei também, me afastando. Não posso ter essa mulher à força na minha cama. Completamente cego de prazer, tento me recompor do nosso beijo que acabou de acontecer, ver Alina tentando fugir de mim me causou um certo arrependimento, de ter beijado ela à força. Quando abri a porta da suíte e Alina saiu correndo, sem olhar para trás, fiquei mais frustrado ainda por uma mulher sentir medo de mim, tudo estava errado. Fiquei sozinho com desejos reprimidos e rejeitados, andando sozinho de um lado para o outro, jurando que, um dia, Alina vai pagar por ter me desprezado, espero muito que ela precise de mim, só assim ela irá pagar cada palavra que me disse. Lembro dos conselhos do Martin, é hora de ficar longe dela, não vou aguentar por muito tempo esse joguinho. Ela me enlouquece demais. Ao voltar para a minha festa, Otton já ia embora, nos despedimos e