ALINA Dormi e, quando acordei, olhei para o lado, vi a cama da Yanah vazia, perdi a hora, não consegui nem me despedir dela, Ykaro também não estava na cama. Ao me levantar, fui até a sala, e ele estava sentado à mesa, fazendo desenhos. — Desculpa a sua irmã por dormir demais e ter esquecido de você, o cansaço me derrotou. — Você merece descansar, Alina, estou bem. — Ykaro fala. Dei-lhe um beijo e voltei para o quarto para trocar de roupa e fazer a minha higiene. Como Otton viajou, quero aproveitar esses dias de folga para descansar um pouco e dar atenção necessária ao meu irmão. Mandei uma mensagem para Yanah para saber se ela fez uma boa viagem. Quando ela me respondeu que está bem, o meu coração sossegou. Uma hora ou outra me pego pensando no beijo que Malvino me deu, fecho os olhos, lembrando do fogo do corpo daquele homem me queimando, bebo um copo de água para esquecer tudo o que aconteceu e leio um pouco de um livro para ocupar a minha mente. Zoraide nos convida pa
ALINA Quando eu penso que tudo está calmo para o meu lado, Malvino está sentado em um banco na mesma igreja que eu estou, sei que tudo isso é para me atingir, o mesmo disse com todas as letras que não acredita em Deus, então é claro que está aqui por mim. Para piorar a situação, no dia seguinte, Yanah voltou de viagem magoada e triste, e vejo todo o sofrimento que eu queria que fosse evitado, mas ela fez a sua escolha, mas, como ela é minha irmã, só me resta apoiá-la neste momento. Nada do que aconteceu entre ela e Otton pode afetar o meu trabalho, afinal, não posso misturar vida pessoal com profissional. Agi como se nada tivesse acontecido e falei isso para Otton que não há culpado nessa relação conturbada e que só nos resta esquecer o que aconteceu. Ouço muito Yanah falar de um estágio, vi muito ela virando noites fazendo um trabalho, mas nunca imaginei que o estágio era oferecido pela Cruz Engenharia, no qual ela estar radiante por ser escolhida. Fico pensando se ela foi rea
MALVINO Um dia se passou após o meu encontro com Alina na igreja, e não tem um passo sequer dela que eu saiba. Inclusive, descobri que a sua irmã já chegou de viagem. Suponho que Otton também esteja aqui, afinal, os dois viajaram juntos. Martin apareceu no meu escritório, com algumas pastas. — Martin, como está a sua agenda? Não irá me acompanhar durante as visitas à tarde? — Pergunto. — Hoje tenho que dar uma palestra na faculdade, já escolhi os dois melhores trabalhos das nossas futuras estagiárias. — Estagiárias? — Pergunto, surpreso. — Sim, duas mulheres talentosas, Malvino, elas vêm para agregar. — Martin fala, animado. — Sei, acredito em você. Depois de mim, você quem manda. Martin me entrega um pequeno pen drive com o trabalho das duas mulheres para eu assistir, e Luína chega, me chamando para uma reunião que Martin deveria estar presente, mas, enfim, como chefe, cabe a mim estar presente. Com a volta do Otton após essa viagem, não perdi a oportunidade
ALINA Passei a manhã inteira trabalhando e procurando encontrar uma luz no fim do túnel. Diante do espelho, me olhei, perguntando o que fiz para Malvino, não tenho beleza exuberante para esse homem criar uma obsessão em mim. Que mal eu fiz para merecer tanto castigo? Trabalhei triste, com a sensação de que nada mais tem razão na minha vida. Ao voltar para casa, no fim do dia, busquei o meu irmão, o abracei e disse o quanto o amo. Hoje estou tão triste! De mãos atadas, a minha mente está uma confusão, lembrei da minha mãe pedindo para que eu cuidasse do meu irmão, também lembro de Malvino e de todo o mal que ele me desejou. Ykaro quase não se alimentou, e devido alguns efeitos colaterais de alguns medicamentos tomados, ele foi dormir mais cedo. Ao me sentar na sala, sozinha, Yanah chega, já mostrando uma ficha, cobrando de mim uma explicação dela ser bolsista e, mais uma vez, tentei me explicar da melhor maneira possível para Yanah que foi o melhor a ser feito naquele momento. Sin
Saí sem dizer para onde eu iria e deixei Yanah no hospital, pesquiso o endereço da Cruz Engenharia e fui até lá. Quando cheguei, fui diretamente à recepção. — Olá, boa tarde, o Malvino se encontra? — Pergunto baixo, olhando para os lados. — A senhorita tem horário marcado com ele? — A recepcionista pergunta, olhando para mim. — Não, não tenho horário marcado. Por favor, avise que a Alina está aqui, ele sabe quem eu sou. — Falo rápido. Quando a recepcionista interfona, o meu coração b**e acelerado, as mãos soam, imaginando que o mesmo pode não me receber para se vingar por todas às vezes que disse não para ele. A recepcionista disse para subir até o seu escritório. Entro no elevador que ela me indicou, e uma elegante mulher entra junto comigo, a mesma me olha da cabeça aos pés, me sinto mal com o seu olhar. — Você é funcionária nova aqui da Cruz? — A mulher pergunta. — Não sou nada. — Falo, de cabeça baixa. — Se você não é nada, o que veio fazer aqui então? — A tal mulhe
MALVINO Depois de tantas emoções que foi o dia de hoje, totalmente relaxado, em casa, assisti aos trabalhos da Yanah e Késsia tomando um bom vinho e admirando Martin que acertou na contratação, Yanah deve muito a Alina, que, além de irmã, é uma verdadeira mãe. Às vezes, tenho pena da Alina, mas, ao mesmo tempo, tenho raiva, porque o orgulho e a teimosia dela me tiram a paciência. No dia seguinte, acordei, não sou muito de ligar o celular assim que acordo, não faz parte da minha rotina, mas, hoje, o liguei, e o diário da Alina atualizou cedo, fotos dela numa ambulância chegando no hospital me fizeram arregalar os olhos. As demais fotos são de uma Alina desolada, sentada no chão do hospital, isso me causou um certo desconforto e, imediatamente, liguei para uma pessoa lá de dentro do hospital, que me repassou informações sobre Ykaro, o caso dele não é nada bom. Agora, é só aguardar Alina vir até mim. Ao invés de treinar, fui tomar banho para ir trabalhar, sinto que Alina irá lemb
ALINA Sai do escritório do Malvino sem me sentir. Ao sair na rua, o motorista do Malvino me chamou, e pedi a ele que me levasse de volta para o hospital. Ao chegar na recepção, a primeira coisa que perguntei foi se o meu irmão foi transferido para a ala particular, e a recepcionista disse que sim. Fechei os olhos de alívio, pois sei que as chances do meu irmão acordar serão maiores. Enquanto estive aqui, pedi para ir ver o meu irmão, e disseram que no momento não dava, sentei-me em uma das cadeiras e o meu celular começou a tocar, eu não queria falar com ninguém, o dia era o mais terrível possível e eu só queria acordar desse pesadelo. O celular chamou novamente e resolvi atender sem saber quem era e, ao ouvir a voz do Malvino, percebi que estou vivendo algo pior do que um pesadelo. Agora tenho que obedecer e cumprir ordens do Malvino. Quando ele me pede que eu deixe o hospital para ir arrumar as minhas coisas, pois ele conseguiu uma nova casa para mim, a minha vontade era de dizer
MALVINO Fui até o encontro da Alina, levando o contrato comigo, ela leu e ainda tentou questionar as exigências feitas por mim, mas foi em vão, a fiz lembrar que ela não está em condições de questionar nada. Alina assinou tudo, porque a lembrei do que já fiz pelo seu irmão, ele está no melhor hospital, não entendo tamanho drama da Alina, parecendo mais uma garotinha. Trouxe comigo uma cópia do contrato e sai, a deixando sozinha. Durante o caminho para o trabalho, recebi a ligação do caseiro, avisando que já está tudo pronto na casa de praia, e, de repente, tudo muda na minha mente e tomo a decisão de ir viajar amanhã mesmo, deixando tudo nas mãos do Martin. Algumas ligações foram necessárias para conseguir viajar amanhã cedo, Alina vai pirar com isso, mas pouco me importa a sua opinião, quero logo ficar com ela, foi por isso todo o meu investimento. Visitei uma obra com Martin e marquei de irmos almoçar juntos. Joguei sobre ele a bomba de me substituir pelo menos uns dois dia