ALINA Apesar da noite passada ter sido um verdadeiro inferno, por mais que a minha vida nunca tenha sido um mar de rosas, mas, desde que cruzei com o Malvino, eu tenho vivido dias apreensivos, não sei qual a próxima armadilha que ele irá preparar para mim. Consegui dormir bem, mas me acordei com Ykaro. — Alina, Alina! — Ykaro me chama, ofegante. — Bom dia, meu amor. Aconteceu alguma coisa? — Pergunto, sonolenta. — Estou com falta de ar. — Ykaro fala devagar. — Se acalma, meu amor, que vai ficar tudo bem. — Levanto-me rápido e busco a sua bombinha, desesperada, e mando ele inalar. O levei para a sala, ficando do seu lado até ele melhorar, enviei uma mensagem para Otton, avisando que não irei trabalhar, pois vou ao médico com o meu irmão. Me arrumei o mais rápido que pude, após Ykaro melhorar, avisei Yanah que vou ao médico. Meu coração está apertado, mas tento não transparecer insegurança para ele. Juntos, de mãos dadas, fomos ao médico, a minha preocupação com ele é
Está sendo difícil seguir o conselho do Martin de ir procurar ir viajar e esquecer Alina. Estava à tarde no escritório quando o meu assistente me ligou para falar do assunto da igreja, essa do bairro da Alina. Pedi a sua vinda pessoalmente para tratarmos da reforma daquele local. Recebi a notícia que alguns convites da minha festa já foram entregues, Jeff organizou tudo e mandou somente as fotos para mim. No final do expediente, o meu assistente chegou, ele me repassou quantas famílias são beneficiadas com cestas básicas, fiz somente uma ligação e garanti alimentos para ajudar os mais carentes daquele lugar. Pedi o comparecimento do Martin no meu escritório, e ele, ao entrar, falo logo: — Martin, quero que vá nesse bairro, se reúna com o padre e veja como ele quer a reforma da igreja. — Falo entregando-lhe o endereço e a foto da igreja — Igreja?! — Martin pergunta, surpreso. — É um projeto social, um presente que estou dando àquele bairro e ao padre, capricha nessa reforma. A
ALINA Deixei todos saírem da igreja e fui falar com o padre para parabenizá-lo pessoalmente. Não contei para ele o que estou passando na minha vida pessoal, e sim sobre Yanah, então peço conselhos em como agir em meio a tudo o que está acontecendo entre ela e o meu chefe, e sua resposta foi “livre arbítrio”, Yanah tem a sua própria vida e precisa vivê-la. O padre pediu que eu deixasse essa preocupação e angústia no altar de Deus e que eu descansasse o meu coração. Em silêncio, diante do altar, deixei também uma perseguição chamada Malvino, e, em seguida, voltei para a casa com o meu irmão. Mal cheguei e Yanah já estava de saída, não questionei mais nada, deixei ela sair com quem quisesse. Fui somente descansar, ela me avisou que vai dormir fora, cada dia que passa, sinto que em breve Yanah vai embora desta casa. Acordei no dia seguinte com café feito por ela, Yanah caiu da cama literalmente, os olhos dela estão brilhando, e o meu coração diz que ela está aprontando. Trabalhe
MALVINO Queria ir além com Alina, mas senti ela me empurrar, tentando se soltar dos meus braços, tive que voltar para a realidade e a soltei também, me afastando. Não posso ter essa mulher à força na minha cama. Completamente cego de prazer, tento me recompor do nosso beijo que acabou de acontecer, ver Alina tentando fugir de mim me causou um certo arrependimento, de ter beijado ela à força. Quando abri a porta da suíte e Alina saiu correndo, sem olhar para trás, fiquei mais frustrado ainda por uma mulher sentir medo de mim, tudo estava errado. Fiquei sozinho com desejos reprimidos e rejeitados, andando sozinho de um lado para o outro, jurando que, um dia, Alina vai pagar por ter me desprezado, espero muito que ela precise de mim, só assim ela irá pagar cada palavra que me disse. Lembro dos conselhos do Martin, é hora de ficar longe dela, não vou aguentar por muito tempo esse joguinho. Ela me enlouquece demais. Ao voltar para a minha festa, Otton já ia embora, nos despedimos e
ALINA Dormi e, quando acordei, olhei para o lado, vi a cama da Yanah vazia, perdi a hora, não consegui nem me despedir dela, Ykaro também não estava na cama. Ao me levantar, fui até a sala, e ele estava sentado à mesa, fazendo desenhos. — Desculpa a sua irmã por dormir demais e ter esquecido de você, o cansaço me derrotou. — Você merece descansar, Alina, estou bem. — Ykaro fala. Dei-lhe um beijo e voltei para o quarto para trocar de roupa e fazer a minha higiene. Como Otton viajou, quero aproveitar esses dias de folga para descansar um pouco e dar atenção necessária ao meu irmão. Mandei uma mensagem para Yanah para saber se ela fez uma boa viagem. Quando ela me respondeu que está bem, o meu coração sossegou. Uma hora ou outra me pego pensando no beijo que Malvino me deu, fecho os olhos, lembrando do fogo do corpo daquele homem me queimando, bebo um copo de água para esquecer tudo o que aconteceu e leio um pouco de um livro para ocupar a minha mente. Zoraide nos convida pa
ALINA Quando eu penso que tudo está calmo para o meu lado, Malvino está sentado em um banco na mesma igreja que eu estou, sei que tudo isso é para me atingir, o mesmo disse com todas as letras que não acredita em Deus, então é claro que está aqui por mim. Para piorar a situação, no dia seguinte, Yanah voltou de viagem magoada e triste, e vejo todo o sofrimento que eu queria que fosse evitado, mas ela fez a sua escolha, mas, como ela é minha irmã, só me resta apoiá-la neste momento. Nada do que aconteceu entre ela e Otton pode afetar o meu trabalho, afinal, não posso misturar vida pessoal com profissional. Agi como se nada tivesse acontecido e falei isso para Otton que não há culpado nessa relação conturbada e que só nos resta esquecer o que aconteceu. Ouço muito Yanah falar de um estágio, vi muito ela virando noites fazendo um trabalho, mas nunca imaginei que o estágio era oferecido pela Cruz Engenharia, no qual ela estar radiante por ser escolhida. Fico pensando se ela foi rea
MALVINO Um dia se passou após o meu encontro com Alina na igreja, e não tem um passo sequer dela que eu saiba. Inclusive, descobri que a sua irmã já chegou de viagem. Suponho que Otton também esteja aqui, afinal, os dois viajaram juntos. Martin apareceu no meu escritório, com algumas pastas. — Martin, como está a sua agenda? Não irá me acompanhar durante as visitas à tarde? — Pergunto. — Hoje tenho que dar uma palestra na faculdade, já escolhi os dois melhores trabalhos das nossas futuras estagiárias. — Estagiárias? — Pergunto, surpreso. — Sim, duas mulheres talentosas, Malvino, elas vêm para agregar. — Martin fala, animado. — Sei, acredito em você. Depois de mim, você quem manda. Martin me entrega um pequeno pen drive com o trabalho das duas mulheres para eu assistir, e Luína chega, me chamando para uma reunião que Martin deveria estar presente, mas, enfim, como chefe, cabe a mim estar presente. Com a volta do Otton após essa viagem, não perdi a oportunidade
ALINA Passei a manhã inteira trabalhando e procurando encontrar uma luz no fim do túnel. Diante do espelho, me olhei, perguntando o que fiz para Malvino, não tenho beleza exuberante para esse homem criar uma obsessão em mim. Que mal eu fiz para merecer tanto castigo? Trabalhei triste, com a sensação de que nada mais tem razão na minha vida. Ao voltar para casa, no fim do dia, busquei o meu irmão, o abracei e disse o quanto o amo. Hoje estou tão triste! De mãos atadas, a minha mente está uma confusão, lembrei da minha mãe pedindo para que eu cuidasse do meu irmão, também lembro de Malvino e de todo o mal que ele me desejou. Ykaro quase não se alimentou, e devido alguns efeitos colaterais de alguns medicamentos tomados, ele foi dormir mais cedo. Ao me sentar na sala, sozinha, Yanah chega, já mostrando uma ficha, cobrando de mim uma explicação dela ser bolsista e, mais uma vez, tentei me explicar da melhor maneira possível para Yanah que foi o melhor a ser feito naquele momento. Sin