ALINA Malvino só pode ser um homem enviado dos infernos para me atormentar, já não basta o que aconteceu com Yanah, agora um homem desses atrás de mim, me oferecendo dinheiro para me ter na cama, o que dói mais é como ele me humilhou. Tentei me recompor, andei rápido até a copa e pedi dois cafés para levar para Otton, entrei no escritório, deixando as duas xícaras, e nem olhei sequer para ele. Ao voltar à recepção, sentei-me à frente do computador, estou com medo desse homem influenciar Otton a me despedir, mas não deixarei transparecer as minhas fraquezas para esse ser ruim, não estou em paz com esse homem aqui. A porta abriu, já esperando ele vir até onde estou, mas ele passou direto para o elevador, minhas mãos ficaram geladas. Levantei rápido e fui buscar as xícaras para ver se o Otton me falaria algo a respeito da demissão. — Senhor Otton, vim buscar as xícaras! — Falo sem jeito, esperando a repreensão dele. — Claro, Alina. Por favor, leve, o café estava delicioso. — V
MALVINO Amanheci já em busca de praticar esportes. Quando cheguei em casa, liguei imediatamente o celular, e o diário, chamado Alina, começou a ser atualizado, leio toda a rotina dela, é um tanto quanto puxado pelo horário que ela sai de casa. Os jogos vão começar, Alina dispensou o homem errado. Calmamente, fiz a minha higiene, me arrumei antes de ir para o trabalho e tomei o meu café calmamente, sem pressa, porque é assim que consigo tudo o que eu quero, tudo. Durante o caminho para o trabalho, passei numa floricultura e escolhi as rosas mais vermelhas e vibrantes, para combinar com a sua beleza e o susto que ela vai levar. Assinei o cartão com uma pequena frase e ordenei que entregassem no trabalho da Alina. Queria muito ver a cara dela recebendo as flores, mas esse gosto não vou ter, mas, enfim… Cheguei na empresa e fui diretamente para o meu escritório. Luína ainda insiste em ficar comigo, ela usa todas as suas antigas táticas, começando a me dar massagem, o que antes me fazia
ALINA Fiquei muito assustada com a audácia do Malvino, e, se for verdade que ele me segue e está atento a cada passo que dou, a minha vida se tornará um inferno. Não posso conversar com Yanah sobre o que está me acontecendo, é bem capaz dela pedir que eu aceite a oferta desse homem ruim para melhorar a nossa vida financeira. Estou me sentindo tão acuada. Passei a manhã inteira trabalhando atenta a cada pessoa que chega no escritório do Otton pensando ser Malvino ou um enviado dele. Paro um pouco para respirar, eu não posso deixar esse homem tirar a minha paz, que é a única coisa que tenho. Decidi que não posso ter medo dele. Saí para almoçar com outra colega minha, recepcionista, e não vi ninguém suspeito atrás de mim. Aquele anjo mau quer me deixar em pânico, ele mentiu para me deixar assustada, mas não vai conseguir. Voltei para casa no fim do expediente, ainda com aquela desconfiança, mas, ao entrar em casa e ver minha família bem, fiquei em paz, quero muito acreditar que ele
MALVINO Dois dias se passaram após o baile de máscaras, trabalhei mais do que me permito trabalhar, cai totalmente de cabeça nas realizações de vários projetos. Não me contentei em somente ver o diário da Alina, é assim que classifico tudo o que chega em relação a ela, não lhe procurei mais durante esses dias e decidi que hoje quero vê-la, nem que seja para lhe tirar a paz, afinal, sinto que ela busca isso quando vai à igreja. Hoje, sou eu que vou segui-la, preciso que ela saiba que não desisti dela. E o dia não poderia ser tão satisfatório para mim quando recebi um envelope e um arquivo sobre a vida da Alina, sorri ao receber este presente. Quando abri o referido envelope, pensei que os três dias foram rápidos demais para uma investigação bem feita ou que Alina não tenha passado. Me tranquei no escritório e comecei atentamente a ler sobre a vida dela. Alina é a filha mais velha do casal Jair e Anita, a mãe era uma prostituta, e o pai era um pobre trabalhador, que após descobrir
Cheguei no condomínio vazio, lugar esse que ainda não tem ninguém habitando, desço do carro e fico à espera da Alina. Fico animado quando vejo o carro chegando mais perto. Quando os vidros do carro se abriram, ouvi os gritos da Alina. — O que vocês querem comigo?! Eu não tenho nada para dar a vocês. Me soltem. Que lugar é esse?! — Alina fala alto. A porta do carro abriu e os meus dois homens trazem Alina que, ao me ver, o murcha o olhar. — Alina, tive que te trazer aqui à força, pois sei que se te convidasse para um jantar, você não viria. Estou certo? — Pergunto, calmo. — É lógico que eu não viria, você é um doente, louco, que rapta mulheres para satisfazer os seus desejos. — Alina fala, ofegante. — Não tenha medo de mim, Alina. Por favor, solte ela e nos deixem a sós. — Ordeno aos seguranças. Eles saem, Alina olha tudo ao seu redor e me encara com raiva, e eu ando a passos lentos, chegando mais perto dela. — Você não tem vergonha de me raptar para fazer sexo à força com
ALINA Me levantei cedo para preparar um bolo para o café da manhã, organizei toda a alimentação para os meus irmãos antes de ir trabalhar e pedi um favor a Yanah que levasse Ykaro para a escola, pois preciso passar na igreja para fazer orações por Yanah. Ela pede que eu clame a Deus também por riqueza, como se dinheiro fosse o eixo do mundo e tudo girasse somente ao redor dele, não liguei para as suas reclamações e fui. Ao chegar na igreja, meu coração fica mais calmo, não transpareço muito as minhas emoções para ninguém, mas hoje amanheci com uma angústia, e isso não é um bom sinal. Cheguei no trabalho e fiquei com a dúvida ou não de questionar Otton sobre esse lance dele com Yanah, se eu não por essa história em pratos limpos, ficarei muito mal. Então, criei coragem e conversei com Otton, e o meu coração ficou mais aliviado quando ele disse que não vai mais procurar Yanah. Alguém tem que enxergar que esse romance não daria certo, a não ser que o amor seja forte e verdadeiro a
MALVINO A cada encontro meu com Alina, fica mais difícil dobrar essa mulher, após ela ir embora, fui também. Durante o caminho, Jeff me pediu uma lista de convidados, e eu estou sem cabeça para isso hoje, pedi a ele que convidasse todas as pessoas que conheço. Afinal, não é a primeira vez que ele organiza uma festa para mim. Ao chegar em casa, fui diretamente para a sala de projetos, dobrei as mangas da minha camisa e comecei a desenhar o projeto da casa da Alina, totalmente centrado, fiquei lembrando de todos os detalhes dela, para que a casa saia do jeitinho que ela sempre sonhou. Afinal, ela tem um irmão que ainda é criança, e criança gosta de espaço, trabalhei a noite inteira em prol dessa casa. Paro um pouco para descansar, a casa está toda pronta, amanhã mesmo quero dar ordem para começar a tirar esse projeto do papel. No dia seguinte, foi a primeira coisa que fiz quando cheguei ao meu escritório. Ordenei o Martin que viesse ao meu encontro. — Bom dia, Malvino, est
ALINA Apesar da noite passada ter sido um verdadeiro inferno, por mais que a minha vida nunca tenha sido um mar de rosas, mas, desde que cruzei com o Malvino, eu tenho vivido dias apreensivos, não sei qual a próxima armadilha que ele irá preparar para mim. Consegui dormir bem, mas me acordei com Ykaro. — Alina, Alina! — Ykaro me chama, ofegante. — Bom dia, meu amor. Aconteceu alguma coisa? — Pergunto, sonolenta. — Estou com falta de ar. — Ykaro fala devagar. — Se acalma, meu amor, que vai ficar tudo bem. — Levanto-me rápido e busco a sua bombinha, desesperada, e mando ele inalar. O levei para a sala, ficando do seu lado até ele melhorar, enviei uma mensagem para Otton, avisando que não irei trabalhar, pois vou ao médico com o meu irmão. Me arrumei o mais rápido que pude, após Ykaro melhorar, avisei Yanah que vou ao médico. Meu coração está apertado, mas tento não transparecer insegurança para ele. Juntos, de mãos dadas, fomos ao médico, a minha preocupação com ele é