No começo.

— Elijah, meu amor, faça de mim sua lua e juntos teremos o mundo aos nossos pés — sussurrou

sedutoramente Thalía, a princesa das bruxas, para o alfa supremo dos lobos, envolvendo-o em um

feitiço de palavras, enquanto seus olhos brilhavam com o desejo de poder e conquista.

Elijah, que havia experimentado a traição daqueles que apenas buscavam se aproveitar de sua posição

como rei, acreditou a princípio que Thalía era diferente. Ele pensou que finalmente havia encontrado

uma mulher que o entendia, uma amante perfeita. No entanto, logo descobriu que ela apenas pretendia

tomar o trono dos lobos ao seu lado.

— O que você pensa que é? — respondeu Elijah, escondendo sua desilusão. — Eu nunca permitiria

que uma bruxa fosse minha lua.

— Sou uma princesa, e ao se unir a mim, seu poder crescerá — argumentou Thalía com voz melosa.

Furioso e sentindo-se usado, Elijah respondeu com desprezo: — Se um dia decidisse me ligar a outra

espécie, não seria aos sujos e desprezíveis bruxos, e se fosse uma obrigação, escolheria sua irmã.

Cheia de raiva e sede de vingança, Thalía deu dois passos para trás e levantou a mão para o céu

escurecido, com os olhos fixos na matilha que se estendia diante dela. Seu corpo parecia vibrar com

energia escura e seu cabelo se agitava como se estivesse sendo acariciado por um vento invisível e

sinistro.

— Oh, lobos orgulhosos e poderosos, vos condeno à perdição eterna. Suportareis a perda de tudo que

vos orgulha, de tudo que vos dá poder. Vossas garras se enfraquecerão, vossa ferocidade se dissipará

como uma sombra na noite. Sereis arrastados pelo caminho em direção à extinção, deixando para trás

apenas o eco agonizante do que um dia fostes — proclamou Thalía com rancor e satisfação retorcida.

Enquanto isso, a energia escura ao seu redor se intensificava, formando espirais tenebrosas que

envolviam suas mãos estendidas.

A magia negra se desencadeou em um poderoso torrente, guiada pela vontade inquebrantável de

Thalía. Raios carmesins dançavam ao seu redor, iluminando sua figura com um brilho infernal e a

cada verso maldito pronunciado, o feitiço se fortalecia, solidificando a condenação que pairava sobre

a matilha de lobos.

O impacto do feitiço sobre os lobos foi imediato, seus uivos encheram o ar, carregados de uma

desesperação e angústia dilacerantes. A maldição se agarrou a eles como uma sombra sufocante.

Ao retornar para casa, encontrou sua irmã sorrindo feliz. Consumida pela inveja e ódio, Thalía não

conseguiu suportar a felicidade de sua irmã. Determinada a expor o romance secreto de Dayanara com

o líder dos gnomos, confrontou seus pais, os reis bruxos, denunciando a abominação que crescia no

ventre de Dayanara.

Furiosos e cegos por suas crenças, os reis bruxos ordenaram à princesa Dayanara, a bruxa mais

poderosa de todas, que deveria eliminar a criatura que ela carregava em seu ventre.

No entanto, Dayanara se recusou a cumprir, defendendo a bondade e o amor que existiam na união de

diferentes espécies. E por expressar seu desafio e proteger a fruto de seu amor, a prenderam em um

calabouço escuro.

Com o tempo, ela deu à luz, sendo atendida por uma parteira.

Ao posar os olhos em sua linda menina, com cabelos vermelhos como fogo e olhos tão verdes como a

floresta ao redor, Dayanara não pôde evitar sorrir maravilhada.

— Você é linda — murmurou suavemente, embalando a recém-nascida em seus braços.

— Um dia você voltará, meu amor, e ocupará seu lugar legítimo, porque não há ser neste mundo mais

poderoso que você — A voz de Dayanara tremia enquanto sussurrava essas palavras antigas no

ouvido da bebê.

De sua palma, uma luz radiante surgiu e se transferiu para o corpo da menina.

— Isto é para o seu próprio bem — murmurou, enquanto a menina chorava desesperadamente.

Com lágrimas nos olhos, a parteira levou secretamente a menina ao local mais profundo da floresta,

onde a abandonou.

Enquanto os choros da menina ecoavam entre as árvores, Thalía desencadeou outro ataque implacável

contra os lobos, alimentada por seu ressentimento."